Museu de Artes e Ofícios exibe fotografias com a temática da escassez e desperdício

Mostra reúne imagens participantes de concurso focado na conscientização sobre os problemas sociais em escala global

por Walter Sebastião 05/08/2015 09:08

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MUSTAFAH ABDULAZIZ/DIVULGAÇÃO
Crianças atravessam o deserto de Thatta (Paquistão) em busca de água. Imagem venceu categoria profissional do Prêmio Syngenta (foto: MUSTAFAH ABDULAZIZ/DIVULGAÇÃO)
Leva o nome de 'Escassez/Desperdício' a exposição que o Museu de Artes e Ofícios abre hoje, com mais de 60 imagens e vídeos de 34 fotógrafos de 14 países. As imagens foram produzidas para a segunda edição do Premio Syngenta de Fotografia, realizado em Londres. Concurso internacional que tem como objetivo promover e estimular a conscientização dos desafios impostos ao planeta, com população em crescimento e  recursos limitados. O vencedor da competição na categoria Profissional foi o norte-americano Mustafah Abdulaziz, com trabalhos sobre a água.


A mostra enfoca o paradoxo escassez/desperdício, considerando aspectos como recursos naturais, urbanização, cadeias produtivas, poluição, descarte de resíduos e objetos. As fotos estão agrupadas em quatro salas temáticas: Planeta sob pressão, Nossa pegada, Desperdício de alimentos, e Moldando nosso futuro. O fotógrafo italiano Stefano De Luigi, que ficou em terceiro lugar na categoria Aberto, estará em Belo Horizonte no próximo dia 11. Ele faz palestra gratuita, com mediação de Iatã Cannabrava. O último, também fotógrafo, foi jurado da segunda edição do prêmio, que contou com inscrições de mais de 2.000 fotógrafos de todo o mundo, entre profissionais e amadores.


“A exposição traz trabalhos de altíssima qualidade. Poucas vezes vi material tão bom”, afirma Cannabrava. “São boas histórias, contadas por alguns dos melhores fotógrafos do planeta.” O tom das imagens é de preocupação com um “planeta desamparado”, desigual, poluído, onde a questão da escassez de água vai se tornando problema urgente, conforme diz o fotógrafo.


Um limite das fotos, para Cannabrava, são as imagens se concentrarem no tema da escassez (e das populações pobres), dando pouca atenção ao desperdício (e ao contexto “da classe média para cima, que é o dos fotógrafos”). “Existe corresponsabilidade pelo que vivemos entre os dois elementos?”, indaga.


“A fotografia não vai mudar o mundo, mas pode colaborar com o processo de sensibilização e, assim, talvez, mudar alguma coisa a longo prazo”, acredita Cannabrava. Ele conta que a participação dos brasileiros no evento tem sido pequena e recomenda mais atenção ao Prêmio Syngenta de Fotografia. São oferecidos três prêmios em duas categorias: Profissionais (um deles financiamento para realização de um ensaio) e Aberto (essa para todos os interessados).

 

'Escassez Desperdício'
Coletiva de fotografia. A partir desta quarta, no  Museu de Artes e Ofícios (MAO), Praça  Rui Barbosa, 600, Centro, (31) 3248-8600. Terça e sexta-feira, das 12h às 19h; quarta e quinta-feiras, das 12h às 21h, sábados, domingos e feriados, das 11h às 17h. Entrada franca. Até dia 23/8.



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