Inhotim passa a permitir fotos dentro das galerias

Imagens, porém, devem ser feitas sem uso de flash ou acessórios como tripé ou o 'pau de selfie'

por Walter Sebastião 04/08/2015 08:53

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William Gomes/divulgação
Usuários do Instagram fotografam Inhotim em atividade especial. Museu proibia registros do público geral dentro das galerias (foto: William Gomes/divulgação)
A partir de hoje, o público poderá fazer fotos dentro das galerias do Instituto Inhotim, mas sem usar flash, tripé ou pau de selfie. Rodrigo Moura, diretor artístico do centro de arte contemporânea, explicou que a proibição de fotografar visava evitar práticas invasivas que incomodam os visitantes. “Mas o mundo mudou. Hoje, existe uma relação contínua e direta entre ver obra, fazer a foto e partilhá-la”, afirmou.


Para marcar a novidade foi realizado ontem o Emptyinhotim. Trata-se de uma ação de usuários do Instagram, que se reúnem para fazer fotos e vídeos em espaços ou instituições fora do horário normal de funcionamento. A primeira ocorreu há um ano, no Metropolitan Museum, em Nova York. A atividade em Inhotim, em Brumadinho, foi a primeira do gênero no Brasil e reuniu 14 instagramers de BH, Rio de Janeiro e São Paulo.

“Essa visita vai render fotos lindas”, comemorou o mineiro Sérgio Souto. “O local oferece muitas possibilidades aos fotógrafos. O empty Brasil não poderia começar por lugar melhor”, garantiu. Para a carioca Ticiana Souto, a atividade propicia interação com a obra de arte. “Mas também é necessário aquele momento em que você desliga o celular e a câmara, caminha pela galeria e busca criar uma relação exclusiva com a obra”, ponderou. “Como frequentadora de Inhotim, já senti na pele o dilema de não poder fotografar. Hoje é um dia histórico”, comemorou Ines Schinazi, diretora de comunidades do Instagram Brasil, com 4,3 milhões de seguidores – a segunda do mundo, que só perde para aquela criada nos Estados Unidos.

RECEPÇÃO 
Os instagramers foram recebidos pelo empresário Bernardo Paz, criador de Inhotim. Para ele, quem está às voltas com redes sociais e tecnologia deve se lembrar de regiões e populações pobres “que necessitam de tempo para se adequar ao novo mundo”. Paz lamentou que a internet seja usada para propagar ódio, vingança e luta pelo poder. A saída, defendeu, está na valorização da beleza, da emoção e da sensibilidade. “E onde está tudo isso? Na natureza. Se somos produtos da natureza, temos que cuidar do processo ecológico”, afirmou.

“Vocês estão construindo algo que não entendo e de que não quero participar. Mas peço que não deixem a vida perder a graça”, afirmou Bernardo Paz aos convidados. “Construir um mundo novo é tarefa dos jovens”, completou.

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