Cineasta se pronuncia sobre 'encenação de atentado' contra Bolsonaro

O longa A Fúria, de Ruy Guerra, será lançado no final de 2023; produção disse que divulgação da imagem é ilegal e foram retiradas de contexto

Reprodução/Twitter
Imagens sangrenta com um ator interpretando Bolsonaro irritou apoiadores do presidente da República (foto: Reprodução/Twitter)

O cineasta Ruy Guerra afirmou, por meio de nota divulgada à imprensa, que as imagens do filme A Fúria simulando o atentado ao presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL) foram retiradas de contexto.

As imagens que mostra um personagem semelhante ao político caído e ensanguentado ao lado de uma moto, circularam nas redes sociais e foram compartilhadas por aliados do ex-capitão. A produção afirma que a cena foi divulgada sem autorização e fora de contexto. Essa polêmica cinematográfica lembra o atentado a faca contra o então candidato Jair Bolsonaro em setembro de 2018, em um evento de campanha em Juiz de Fora, interior de Minas Gerais.

 

"Circula na internet uma imagem captada sem autorização de uma filmagem à qual atribui-se suposto e infundado discurso de ódio. Ruy Guerra filmou um longa-metragem de ficção que será lançado no final de 2023, portanto não há qualquer relação com o processo eleitoral e, muito menos, forjar fake news simulando um fato real", diz a nota.

 

"O fato ilegal neste caso é a divulgação de uma cena retirada do contexto da história que será contada. Esclarecidos estes fatos, o diretor Ruy Guerra avisa que só fala de seu filme quando estiver pronto, como ele sempre faz", acrescenta o comunicado, assinada pela produção da obra.

 

Neste final de semana, vários apoiadores de Bolsonaro publicaram as imagens, afirmando que se tratava de um incentivo à violência contra o chefe do Executivo. O ex-secretário especial de Cultura Mario Frias, por exemplo, aproveitou para atacar a emissora com fake news ao dizer que era "lamentável, mas não inesperado, que o grupo Globo esteja por trás disso".

O canal desmentiu a acusação e disse em comunicado que as imagens eram do longa-metragem A Fúria, dirigido por Ruy Guerra, do Canal brasil - que a Globo tem "participação acionária" - de 3,61% de participação nos direitos autorais.

 

"A Globo desmente que pertençam a produções suas – seja para canal aberto, canais fechados próprios ou Globoplay – vídeo e fotos que estão circulando nas redes sociais de gravação de obra ficcional mostrando um atentado ao presidente da República. A Globo não tem nenhuma série, novela ou programa com esse conteúdo. Segundo foi informada, a gravação seria de um filme do cineasta Ruy Guerra chamado A Fúria, que pretende fechar a trilogia iniciada com Os Fuzis, de 1964, e A Queda, de 1976. O Canal Brasil tem uma participação de apenas 3,61% nos direitos patrimoniais desse filme, mas jamais foi informado dessas cenas e, como é praxe em casos de cineastas consagrados, não supervisiona a produção. Embora tenha participação acionária no Canal Brasil, a Globo não interfere na gestão e nos conteúdos do canal", diz a nota.

 

Ainda assim, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, disse que apurará as circunstâncias do vídeo e pediu investigação pela PF (Polícia Federal).

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