Folia sustentável: carnaval em Diamantina tem foco no patrimônio histórico

Os moradores e visitantes curtem a folia nas ladeiras e praças 'puxados' por 50 blocos

Luiz Ribeiro 22/02/2020 20:38
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Marcelo Brant, artista plástico fantasiado: faz estandartes no carnaval de Diamantina (foto: Luiz Ribeiro/EM/D.A press)
Diamantina – Tranquilidade e animação. E que animação! Este é o clima da folia em Diamantina, cidade histórica também é conhecida por promover um dos melhores carnavais de Minas Gerais.
 
 
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“A nossa proposta agora é promover uma folia sustentável, com diversão, mas sem agredir o patrimônio histórico e amenizar os impactos para a população local”, afirma o diretor de Turismo da Prefeitura de Diamantina, Luciano Amador Júnior. 
 
Ele explica que a ideia é a realização de uma festa mais organizada, sem a “invasão” que Diamantina sofreu durante o período da festa momesca no passado, quando a cidade recebia uma quantidade de foliões muito superior à sua capacidade e enfrentava problemas como a falta de água, depredação do patrimônio histórico e “xixi” nas ruas. 
 
De acordo com Amador Júnior, a estimativa é que neste ano, o carnaval do antigo Tejuco reúna em torno de 20 mil pessoas. Desse total, cerca de 7 mil são visitantes, que vieram de Belo Horizonte e de outras cidades mineiras e outros estados. Os hotéis e pousadas da cidade alcançaram uma taxa de ocupação de 70%, segundo a prefeitura de Diamantina.
 
O carnaval da terra da Chica da Silva de 2020 também é marcado pela inovação. Na programação da festa estão inseridas prova de esportes radicais de trail run (corrida em trilhas nos arredores da cidade) e  moutin bike, além de escalada, rapel e slackline. A prova de corrida em trilha, realizada na manhã deste sábado, teve cerca de 100 concorrentes, de 30 cidades.
 
“Na década de 1990, Diamantina foi a vanguarda do carnaval com a criação dos grupos de bartucada. Agora, a cidade inova mais uma vez com o espaço radical na festa. Queremos relaqualificar o carnaval, o potencializando o convívio dos foliões  com a natureza e com os atrativos da região”, assegura Luciano Amador Júnior.  Ele foi um dos criadores da “Bartucada”, que surgiu no carnaval diamantinense, junto com a “BatCaverna”.

50 blocos comandam a festa

Os moradores e visitantes curtem a folia nas ladeiras, praças e outros pontos do centro históricos de Diamantina “puxados” por 50 blocos. A Rua da Quintanda, conhecida pelas apresentações da famosa “vesperata”, é o local mais fervilhante da folia na cidade histórica, sendo também o ponto de passagem obrigatória dos blocos.
 
No final da tarde deste sábado, os foliões da Rua da Quitanda foram animados pela banda do  “bloco “Chega Chegando” e pelos grupos “9dade” e “Sambeco”. 
 
O Bloco “Xai Xai” fez o seu desfile pelas ladeiras do Centro histórico e também “passou” pela Rua da Quitanda”, com muita irreverência e animação. Numa prova de que o carnaval realmente atrai os personagens inusitados, apareceu até um astronauta da Nasa entre os foliões fantasiados.
 
À frente do bloco desfilou o artista plástico Marcelo Brant, que contou que participa do carnaval diamantinense há mais de 30 anos. O artista plástico disse que, além de confeccionado a sua carregada fantasia, foi o responsável pelos estandartes  de seis blocos e pelas vestimentas de vários outros foliões.
 
“Coloco o meu ateliê para andar com as pessoas no carnaval”, declarou Brant.
 
Luiz Ribeiro/EM/D.A press
(foto: Luiz Ribeiro/EM/D.A press)
 

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