Nerd também samba: público do bloco Unidos da Estrela da Morte é o 'cara caseiro'

Unidos da Estrela da Morte levou membros de fã clubes de Star Wars e games ao Bairro Floresta, Região Leste de Belo Horizonte, na manhã deste sábado (22)

Deborah Lima Felipe Quintella * 22/02/2020 17:44

Marcos Veira/EM/D.A Press
Família de super-heróis: Maria Elisa, a pequena Isabel e Wilson Aurélio curtem a folia nerd do bloco (foto: Marcos Veira/EM/D.A Press)
Nerd também samba. Esse é o lema do bloco Unidos da Estrela da Morte, que levou membros de fã clubes de Star Wars à Rua Marechal Deodoro, no Bairro Floresta, Região Leste de Belo Horizonte, na manhã deste sábado (22). Séries, filmes e games foram referências nas fantasias, paródias e músicas autorais para o bloco, que é organizado pelo Conselho Jedi de Minas (CJMG).

 

 

 

O primeiro cortejo foi em 2016. Após cinco anos, o bloco mantém o mesmo trajeto: uma volta no quarteirão no sábado e domingo de carnaval. "Eu e meu colega escolhemos a concentração na Rua Marechal Deodoro por ser uma via reta e arborizada. O cortejo é bem curto porque foi pensado no estilo de vida do nerd, que tem por característica o sedentarismo", conta a idealizadora do bloco, Daniela Santos, de 35 anos.
 
O público é, em grande maioria, familiar. Teve criança, adolescente, pais, avós e cachorro. "Aqui eles podem aproveitar o feriado sem medo. Nerd é o cara caseiro, e o perfil do bloco é esse mesmo", conta Daniela, que ainda é professora de educação física.
 
Todo ano o bloco cria uma marchinha inspirada no novo filme de Star Wars e que conta a história do fã clube. Também tem a ala das crianças, chamadas de "estrelinhas", que cantam: "Sou nerd com muito orgulho". Teve turma que se juntou para pular corda e resgatar a brincadeira em meio ao carnaval.
 
Marcos Vieira/EM/D.A Press
O arquiteto e desenhista de quadrinhos Renato Colotto, de 52, faz parte do fã-clube de Star Wars, e foi de cosplay do Jedi Consular, o personagem de um game. ''Esse é o bloco que eu sempre participo. Sou nerd por excelência. Todo ano, religiosamente eu venho'', disse o artista, que saiu do Barreiro para ouvir música e conversar com os amigos (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
 
O público se concentrou com fantasias de personagens de games. Teve até família de super-heróis. O contador Wilson Aurélio, de 38 anos, foi de superman com a filha Isabela, de um ano e meio. “A gente procura os blocos familiares. Esse bloco é para todos, principalmente fãs de Star Wars”, disse. “Tem anos que frequento o carnaval de Belo Horizonte, que vem crescendo a cada ano”. Sua mulher, Maria Elisa de Lima, de 39, comentou sobre os impasses dos trios elétricos que acompanhou nos noticiários. “Houve uma falta de comunicação dos blocos com as autoridades, acho que teria que ser mais flexível”, disse a auxiliar administrativo.
 
Marcos Vieira/EM/D.A Press
A bombeira militar Raquel Rosa, de 29, foi fantasiada com cocar indígena e defendeu o estilo. ''Acho uma furada toda essa polêmica. Uso principalmente por ter descendência indígena. Frequento tribos porque respeito muito e gosto dos incentivos com as tribos. Uso por respeito e admiração, e não por agressão%u201D, disse. %u201CEu acho que quem usa é porque admira e não por apropriação indevida da cultura. Pra mim, isso é um discurso esquerdista, de pessoas que tem preconceito com si próprias'' (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)

 
Marcos Vieira/EM/D.A Press
O tema político também esteve presente com os foliões do Unidos da Estrela da Morte. Fantasiado de ''fantasma do comunismo'', o advogado Aníbal Barbosa, de 37, não gosta de grandes blocos de rua e mesmo assim quis provocar. ''Nosso estado atual político demanda que a gente saia assim. A galera tá com extremo medo dos grupos de direita. Quero ver se assusto os 'bolsominions'. Vamos livrar o preconceito e afins'', disse (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
Leandro Vieira, de 42 anos, é físico e a profissão é o próprio motivo para ele estar no bloco dos amantes de games. “Sou um pouco nerd, gosto da filosofia desse bloco. Ser um bloco família, diurno, também é motivo da gente vir”, disse. Ele é morador do bairro e não teve que andar muito para chegar na reunião de gamers com seus filhos, Pedro, de 4 meses e Júlia, de 7 anos. “É o primeiro carnaval do Pedro fora da barriga”, lembra a mãe, Giselle Fonseca, de 39.

 
*Estagiário sob supervisão da subeditora Ellen Cristie 
 

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