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Virada 2019: Católicos rezam no local da performance suspensa por Kalil. Veja vídeo

Um grupo de fiéis católicos rezou a "Ave Maria" no Espaço Rio de Janeiro, às 20h deste sábado (20), horário em que deveria ser apresentada a performance "Coroação da Nossa Senhora das Travestis", cancelada na sexta-feira, véspera do início do evento, por determinação do prefeito Alexandre Kalil (PSD), após protestos de entidades católicas, que consideraram a apresentação do coletivo TransLiterária uma blasfêmia. 

 

 

 

 

 

De acordo com Caio Bellote, presidente do Instituto São Frei Galvão, as pessoas se reuniram em protesto. "É um ato de desagravo em reparação às blasfêmias que ocorreriam aqui, neste local, com o apoio da prefeitura, do senhor secretário de Cultura, Juca Ferreira, onde seria coroado um homem como Nossa Senhora numa procissão sacrílega, indo contra o artigo 208 do Código Penal, que protege o culto. Eu não considero cultura ofender a fé católica de milhões de brasileiros".  

 

Houve, no entanto, desentendimentos entre os participantes que convocaram o ato, em torno de sua possível conotação política. O representante de um grupo de fiéis chegou a ter uma altercação com o líder de um outro grupo. A discordância girava em torno da presença de políticos no local e da possibilidade de que uma manifestação de fé religiosa pudesse ser usada para atingir fins políticos. 

 

O cortejo da TransLiterária começaria em frente à Igreja de São José e seguiria até o quarteirão fechado da Rua Rio de Janeiro. No palco em que estava previsto o evento, não houve nenhuma manifestação contrária ao cancelamento no início da Virada Cultural 2019. A orientação dos militantes LGBTQI é que apoiadores do movimento leiam a oração da "Nossa Senhora das Travestis" durante suas apresentações.

Os fiéis que rezaram no horário já haviam marcado a vigília na porta da igreja, como forma de repudiar a coroação. "Decidimos manter (o ato) para agradecer e mostrar que os católicos estão mobilizados contra algo que fira o sentimento religioso", disse um dos organizadores, o advogado Giovanni Costa, de 24 anos.

Os católicos cantaram músicas cristãs e rezaram em frente à imagem de Nossa Senhora de Fátima.

Costa afirmou que os católicos respeitam as pessoas trans, mas se sentiram "agredidos com o tom da coroação".

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