Bitaca da Leste, no Santa Tereza, tem produtos que fazem a diferença

Com espaço pequeno e jeitinho mineiro, estabelecimento serve petisco e especialidades mineiras

por Eduardo Tristão Girão 19/12/2014 07:00
Fotos: Paula Huven/Esp. EM/D. A Press
Alice Maciel e o chef Luiz Paulo Mairink, donos da Bitaca da Leste (foto: Fotos: Paula Huven/Esp. EM/D. A Press)
Simpático híbrido de bar e empório aberto recentemente no Santa Tereza, a Bitaca da Leste não tem cardápio nem funcionários. O casal de proprietários Luiz Paulo Mairink e Alice Maciel comanda tudo por ali (compras, cozinha, atendimento etc.) e dedica boa parte do tempo para garimpar produtos do interior de Minas. Com eles, enchem as prateleiras e a geladeira que mal deixam espaço para não mais que 12 pessoas ali dentro. São apenas duas mesas, o balcão, um toca discos e um engradado com vinis.

 

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“Sempre quis ter algo meu e pequenininho para trabalhar produtos mineiros junto com a cozinha, incluindo produção minha. A área de charcutaria me encanta e faço aqui mesmo linguiça e carne de lata. O bacon ainda estou testando. Faço tudo do meu jeito e tudo o que dá trabalho e demora eu adoro. A carne de lata, por exemplo, leva dois dias, fora o tempo de cura, que é de 30 a 40 dias”, conta Mairink, que fez curso de cozinheiro no Senac e passou pela Mercearia 130.

Paula Huven/Esp. EM. Brasil
Carne de sol com farofa de abobrinha e mandioca na manteiga de garrafa (foto: Paula Huven/Esp. EM. Brasil)
Às terças, quintas e sábados, ele prepara três petiscos, sendo o torresmo de barriga pururucado (R$ 28, quatro unidades) e a carne de sol (bovina ou suína) com farofa de abobrinha e mandioca cozida na manteiga de garrafa (R$ 35, para quatro pessoas) as opções fixas. Frequentemente, o chef prepara seu próprio pão de queijo – à base de queijo de leite cru do Serro – que serve com a carne de lata que faz e geleia de limão capeta (R$ 25, oito unidades). Dá para levar a carne de lata para casa (R$ 40, 400g).

Independentemente do dia, é possível consumir no local qualquer um dos produtos à venda, o que inclui queijos, conservas e uma paçoca de carne (R$ 10, 200g) feita em Turmalina por dona Jesus, uma senhora de 85 anos que, segundo relato dos proprietários (que estiveram com ela), esbanja vitalidade capinando seu terreno. Entre os queijos disponíveis, estão alguns dos melhores exemplares mineiros, como o Canastra do Zé Mário, o Serra do Salitre de João Melo e o parmesão caipira de Alagoas.
 
ENGRADADO Este e outros produtos foram pesquisados pelo casal durante viagem pelo Norte de Minas, região onde ambos têm familiares. De Morro Alto, por exemplo, trouxeram a fina e branca farinha de mandioca local. Já num antigo alambique de Turmalina, encontraram a cachaça que leva o rótulo da casa (R$ 5, dose). Além disso, há manteiga de garrafa de Coluna, derivados de jabuticaba de Sabará, cafés do Sul de Minas, doce de leite de Santo Antônio do Grama e geleias de frutas do cerrado de Uberlândia, totalizando 70 itens. Às quartas, a casa abriga pequena feira de frutas, verduras e legumes sem agrotóxico.

Para beber, há também garrafas (600ml; a partir de R$ 14,90) e chope (R$ 6) da marca mineira Inconfidentes, que reúne na mesma fábrica as cervejarias Grimor, Jambreiro e Vinil - atualmente está em consumo um barril da blond ale desta última. Água do filtro de barro sobre o balcão (grátis) e dez vinhos (a partir de R$ 30, garrafa; taças a R$ 9) completam as opções de bebidas. No engradado de vinis, estão títulos de Caetano Veloso, Jacob do Bandolim, Miles Davis, Maria Bethânia e Bob Dylan.

Bitaca da Leste
Rua Salinas, 2.421, Santa Tereza. (31) 3789-3784. Aberto terça e quinta, das 10h às 22h; quarta e sexta, das 10h às 20h; sábado, das 10h às 15h.
 

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