Juliano Cazarré critica a esquerda, a direita e defende telenovela

'É curioso isso, porque tenho colegas que se dizem marxistas e trabalham na Globo. É totalmente incongruente', diz o Mariano de O outro lado do Paraíso

por Ana Clara Brant 11/05/2018 08:22

 Joao Cotta/Tv Globo/Divulgação
(foto: Joao Cotta/Tv Globo/Divulgação)

Se na ficção o Brasil vai bem na opinião de Juliano Cazarré, na vida real a situação é outra. Vez ou outra ele usa suas redes sociais para expressar opinião sobre política, algo que seu assessor de imprensa desaconselha. “Mas tem horas que a gente não aguenta. Quando vejo situações absurdas como um habeas corpus concedido para alguém que é um bandido conhecido, é difícil não me expressar.”

Cazarré não defende nenhum partido ou político especificamente e diz que “foi-se o tempo em que a esquerda era ‘boazinha’ e a direita, ‘mazinha’. Quando você critica a esquerda, fica parecendo que é contra o povo. E não é bem assim. Quando a esquerda esteve no poder, muitas vezes a gente a viu se posicionar até contra o povo. Eu não fico defendendo ninguém. O que defendo é que precisamos mudar a situação política e econômica do Brasil. A direita não funcionou, a esquerda também não, então qual é a alternativa? Temos que pensar um pouco nisso. Acho que a solução não é nem a direita bizarra do Bolsonaro nem a esquerda estatólatra do Psol, do PCdo B. Acho que seria mais interessante pensar em um estado mais moderno, leve e que regule menos a vida das pessoas”.

Questionado se é patrulhado pelos colegas, já que a maioria dos artistas se autodenomina de esquerda, Cazarré diz que não costuma comprar briga. “Se vem alguém mais radical, xiita, eu nem discuto. Mas quando alguém quer debater as ideias, argumentar, estou sempre aberto. É curioso isso, porque tenho colegas que se dizem marxistas e trabalham na Globo. É totalmente incongruente.” (ACB)

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