A vacina COVID-19 e o fim da pandemia

Vacinar o maior número possível de pessoas é essencial, mas ser vacinado não é permissão para suspender medidas de proteção pessoal e coletivas

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(foto: Torstensimon/Pixabay)

Após receber a vacina COVID-19, ainda é importante tomar precauções de segurança, como evitar o contato próximo com outras pessoas, para prevenir a propagação do vírus que causa a doença COVID-19. Mais pesquisas são necessárias para entender a imunidade que uma vacina COVID-19 fornece e quanto tempo dura a proteção, antes que os especialistas considerem a alteração das recomendações de segurança atuais.

Recebendo as duas doses da vacina COVID-19, leva cerca de duas semanas para que o seu corpo crie proteção. Mas, mesmo assim, você pode ser infectado pelo vírus que causa o COVID-19. Lembre-se de que a vacina Pfizer-BioNTech COVID-19 é 95% eficaz na prevenção do vírus COVID-19. A vacina Moderna COVID-19 é 94,1% eficaz na prevenção do vírus COVID-19. Embora o risco de contrair o vírus COVID-19 após a vacinação seja baixo, ainda é possível.

Também não está claro se as vacinas COVID-19 reduzem a propagação do vírus COVID-19. Como resultado, não se sabe se uma pessoa vacinada pode ser portadora do vírus COVID-19 e transmiti-lo a outras pessoas, mesmo que não fique doente. Mais pesquisas são necessárias para determinar se você ainda é contagioso depois de ser vacinado.

Por causa desses fatores, mesmo depois de ser vacinado, você ainda pode representar um risco para a saúde de familiares e amigos não vacinados, ao visitá-los pessoalmente e, como já sabemos, os riscos de doenças graves com o COVID-19 são maiores para pessoas mais idosas.

Mesmo depois de receber a vacina COVID-19, continue a seguir as precauções de segurança e considere evitar visitas pessoais com amigos e familiares até que se saiba mais sobre a imunidade que as vacinas fornecem. Se você optar por visitas pessoais, lembre-se de manter distância entre você e os outros, cerca de dois metros e continue usando máscara, prefira ambientes ao ar livre e lave as mãos com frequência.

Israel se tornou o líder mundial no lançamento de vacinas COVID-19, inoculando milhões de seus cidadãos contra o coronavírus em questão de semanas.

Mas a nação ainda está em um bloqueio total e, provavelmente, permanecerá assim por mais algum tempo, dada a natureza altamente infecciosa das novas variantes do COVID-19 do Reino Unido, África do Sul e Brasil.

Israel tem apenas 9 milhões de habitantes, e é um país bastante condensado geograficamente, então a logística para a rápida vacinação é bem diferente em comparação a outros países, em especial os de dimensões continentais, como Brasil e Estados Unidos.

O objetivo maior da vacinação e dos bloqueios de livre circulação da população é trazer a taxa de infecção, ou "R-zero", para abaixo de 1. Isso significa que, para cada pessoa infectada, o vírus está se espalhando para menos de uma pessoa adicional.

Contudo, mesmo se Israel vacinar 90% de sua população com 50 anos ou mais, estima-se que os casos graves de COVID-19 diminuirão em 75% a 80%, o que poderia continuar a sobrecarregar os sistemas de saúde.

É por isso que o vírus sempre vence, e você sempre tem que mantê-lo sob controle, mesmo com a vacinação.

Vacinar o maior número possível de pessoas é essencial no combate à pandemia, mas conseguir ser vacinado não é uma permissão para suspender as medidas de proteção pessoal e coletivas. Essa situação pela qual estamos passando deve deixar um legado de aprendizado e sedimentar novos hábitos e comportamentos de higiene e saúde.

Dr.Silvio Musman
Médico especialista em Pneumologia, Medicina do esporte e do Sono