Medicina do viajante: sua saúde também está preparada para viajar?

Por meio de agências e acordos internacionais são firmados compromissos para que o deslocamento de pessoas não seja, por exemplo, um vetor de doenças

Anvisa/divulgação
Certificado Internacional de Vacina e Profilaxia, emitido pela Anvisa (foto: Anvisa/divulgação)

Está aberta a temporada oficial de férias de verão! Agora é hora de riscar todas as pendências das “listinhas de viagem”, preparar as malas e curtir os dias de descanso. E para ter uma viagem tranquila, vamos falar de um item indispensável nessa lista, independentemente se você está indo para a praia ou para a neve e se a viagem é a lazer ou a trabalho. Além do filtro solar, hidratante, cachecol ou luvas ninguém pode esquecer ou deixar para a última hora o cuidado com a saúde. “Mas, Dr. eu estou bem! Meus exames estão em dia!” – isso é ótimo, mas é importante saber que a medicina do viajante pode contribuir que você tenha as condições necessárias para ir e voltar bem. 



A medicina do viajante é mais conhecida em países que têm muitas fronteiras e migração mais intensa como os países europeus, mas não é menos importante em outros locais. O principal objetivo dessa área da medicina que está crescendo cada dia mais é reduzir o adoecimento individual e evitar a disseminação internacional de doenças

Você sabia que há regras e uma vigilância mundial que avalia a saúde das pessoas que estão em trânsito? Por meio de agências e acordos internacionais são firmados compromissos para que o deslocamento de pessoas não seja, por exemplo, um vetor de doenças. Em relação às vacinas, existem duas preocupações: os tipos e os prazos. No Brasil, a Anvisa é a responsável por controlar e emitir as certificações nacionais e internacionais. 

O controle de doenças como malária, sarampo, difteria, tétano, rubéola, meningite e, principalmente, febre amarela é feito por meio da fiscalização do cartão nacional de vacinação. A partir dessa fiscalização, a Anvisa emite o CIVP (Certificado Internacional de Vacina e Profilaxia) que contém as informações exigidas nos acordos internacionais. Cartão Nacional de Vacina e CIVP são os documentos que certificam que você possui as vacinas exigidas pelo país ou região de destino e garantem que os prazos de imunização estão adequados – afinal, muitas vacinas têm um tempo para realizar sua proteção. 

O Ministério da Saúde recomenda uma consulta médica pelo menos oito semanas antes de grandes viagens. Nessa consulta, o médico irá analisar as exigências da origem e do destino do paciente e irá orientar sobre as medidas que devem ser tomadas, com base nos acordos e nas características sanitárias e epidemiológicas

Para aqueles que já fazem uso de medicamentos, é importante ter em mãos a receita médica e a quantidade suficiente para toda a viagem. Vale lembrar que muitos medicamentos podem ser proibidos em outros países, mas com a prescrição médica você não será impedido de ter e transportá-los, porém não conseguirá comprá-los caso o seu estoque não for suficiente. Há medicamentos de alto custo e de controle rigoroso como os utilizados para tratamento de HIV/AIDS, câncer e hepatites.

Para os retrovirais, por exemplo, é necessário solicitar a dispensação especial para aqueles que irão permanecer mais de 90 dias no exterior. A entrega é feita até 30 dias antes da data da viagem. É possível viajar tranquilamente com seu tratamento garantido pelo governo brasileiro por meio de formulários simples e os documentos: passagem, relatório médico, receita médica.

E por fim, não podemos nos esquecer que nem tudo sai como planejado e, apesar de todas as precauções, você pode precisar de assistência de saúde no local onde estiver. 

O SUS é o maior sistema público de saúde do mundo e atende a todos e inclusive aos estrangeiros, porém nem todos países têm um sistema como o nosso e muitos não possuem políticas de atendimentos para os não cidadãos do país. Nesses casos, é preciso saber o que será feito caso você precise de assistência médica. 

O CDAM  é o Certificado de Assistência Médica, por meio de um acordo internacional entre Brasil, Cabo Verde, Itália e Portugal os cidadãos brasileiros recebem os mesmos tratamentos dos nativos, mas é importante viajar com o certificado em mãos. Para os países que não têm esse acordo, é fundamental um seguro-saúde, você faz aqui no Brasil antes da viagem e no país de destino estará assegurado para usar serviços de saúde no país. Muitos cartões de crédito e seguros de carro oferecem esse benefício, basta você ativá-lo. 

Algumas dicas não menos importantes: cuidado com produtos ou alimentos potencialmente alergênicos, fique atento a nomes que mudam pelos regionalismo. Doenças como malária, dengue, febre amarela, Chikungunya e Zika podem ser evitadas com medidas contra os mosquitos como, por exemplo, o uso de repelentes e cortinados no local de hospedagens. Se possível, mantenha suas informações de saúde em inglês e facilmente disponíveis – a maioria dos smartphones têm a opção “saúde”, que compila suas informações. Para a sua segurança, use essa ferramenta.

Vai viajar e tem alguma dúvida sobre o cuidado com a saúde? Escreva para mim ericksongontijo@gmail.com