A pandemia e o impacto na realização das mamografias

O número de mamografias pelo SUS até julho de 2020 está abaixo da média de anos anteriores, e muito se deve ao temor da contaminação pelo coronavírus

Carolina Vieira 22/10/2021 06:00
National Cancer Institute/Unsplash
(foto: National Cancer Institute/Unsplash)

Outubro é conhecido como Outubro Rosa devido às campanhas de conscientização a respeito do câncer de mama. Excluindo-se os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama já é o mais prevalente no mundo: 1,97 milhão de novos diagnósticos em mulheres em todo o mundo foram estimados para 2020, ocasionando 622 mil mortes. No mundo, 1 em cada 8 mulheres desenvolverá câncer de mama ao longo da vida. Esse também é o tipo de câncer que mais mata mulheres no Brasil, com mais de 66,2 mil novos casos em 2020.

Se diagnosticado precocemente e tratado de forma adequada e com qualidade, tem até 95% de cura, sendo um dos exames mais importantes a mamografia.O Ministério da Saúde preconiza a realização de mamografia bianual a partir dos 50 anos. Para mulheres de 40 a 49 anos, o rastreamento parece ser favorável, mas mais importante ainda nessa faixa é uma conversa médica prévia com a paciente, esclarecendo os potenciais riscos e benefícios associados ao exame.

Já a Sociedade Brasileira de Mastologia, recomenda a mamografia de rastreamento anual a partir dos 40 anos para mulheres de risco habitual e a partir dos 30 anos para mulheres de alto risco para a ocorrência de câncer de mama. A grande maioria das mulheres está em risco habitual (menos de 15% de risco ao longo da vida).

Infelizmente, a atual pandemia impactou negativamente na realização desse exame. O número de mamografias pelo SUS até julho de 2020 foi de 1,1 milhão, contra 2,1 milhões nos mesmos períodos de 2018 e 2019.

Felizmente, mediante avanço da vacinação, a pandemia parece estar chegando a um controle adequado. Assim, caso você seja ou conheça uma mulher que preenche critérios para realização da mamografia, não deixe de realizar seu exame.