Câncer de ovário e metástase peritoneal

O câncer epitelial de ovário é a neoplasia ginecológica mais letal em todo o mundo

Carolina Vieira 28/05/2021 06:00
Ava Sol/Unsplash
(foto: Ava Sol/Unsplash)

O câncer epitelial de ovário é a neoplasia ginecológica mais letal em todo o mundo e, por ser uma doença silenciosa, seu diagnóstico, na maioria dos casos, é realizado já com a doença em estágio avançado.

Aproximadamente 70% a 80% dos casos de câncer de ovário são diagnosticados com a doença já fora do ovário, sendo o peritônio o local mais comum de acometimento. Para fechar o mês de maio, reservado à conscientização do câncer de ovário, convido mais uma vez o doutor Warne Pedro, oncologista do grupo Oncoclínicas:

O peritônio é uma membrana serosa de parede dupla que forra a parede abdominal e os órgãos internos. A disseminação metastática para o peritônio é conhecida como carcinomatose peritoneal e é uma situação grave, pois causa sintomas debilitantes e piora o prognóstico da paciente. A carcinomatose peritoneal pode ser causada por vários tipos diferentes de tumor, sendo os mais comuns o câncer de ovário, câncer de estômago, câncer de intestino e pâncreas.

Quando o câncer epitelial de ovário acomete o peritônio, a paciente geralmente apresenta sintomas de dor abdominal, náuseas, vômitos e ascite. O diagnóstico desta condição pode ser feito por exames de imagens como tomografia , ressonância e também durante a realização de cirurgias laparoscópicas ou por videolaparoscopia.

A paciente com esta situação é submetida a cirurgia e quimioterapia, sendo que atualmente, em alguns serviços especializados, o tratamento pode ser feito de maneira combinada com cirurgia, quimioterapia e quimioterapia intraperitoneal hipertérmica (HIPEC).

A HIPEC consiste em realizar a infusão de quimioterapia aquecida direto na cavidade abdominal, logo após a cirurgia, seguido por mais três ciclos de quimioterapia. Apesar de ser uma técnica nova e promissora, exige uma curva de aprendizado do cirurgião e de centros especializados, além de novos estudos que possam nos sinalizar quem são as pacientes ideais para este procedimento e, até mesmo, como melhorar os resultados.

Mais uma vez reforço que, além de focarmos em novas perspectivas de tratamentos para o câncer, a prevenção, quando possível, deve ser mais difundida, consistindo em alimentação saudável, prática de atividades físicas e cessação de tabagismo/etilismo.

Tem alguma dúvida ou gostaria de sugerir um tema? Escreva pra mim: carolinavieiraoncologista@gmail.com