Ronco, apneia do sono e os novos CPAP

Usando adequadamente o CPAP, o paciente passa a eliminar melhor o gás carbônico, absorver oxigênio e geralmente melhora de seu estado geral e sonolência

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(foto: Pixabay)

A respiração é uma tarefa essencial à nossa vida. Através dela, conseguimos captar oxigênio do ar e eliminar gás carbônico. Do oxigênio depende a vida das nossas células e o cérebro, um dos órgãos mais sensíveis à falta de oxigênio e excesso de gás carbônico.

A maioria de nós respira bem e tem consciência disso durante o dia, mas quando adormecemos o impedimento à passagem de ar por vias aéreas estreitas e relaxadas inicialmente causa somente ronco, mas com o tempo e piora do quadro aparecem as apneias – paradas respiratórias muitas vezes numerosas e acompanhadas de queda nos níveis de oxigênio circulante no sangue.

A apneia do sono é o distúrbio no qual ocorrem interrupções na respiração por 10 ou mais segundos, durante o sono. Quando isso acontece, não ocorrerá a adequada oxigenação dos tecidos e indivíduo passará a reter gás carbônico.

Essa falta de oxigenação, aliada ao esforço para respirar, fragmenta e deteriora a qualidade do sono. O reflexo vem no dia seguinte, com a maioria dos pacientes relatando sensação de sono pouco reparador, memória ruim e sonolência diurna aumentada. Um número menor de pessoas, apesar de apresentar quadro grave de apneia, não apresenta sonolência. 

Noite após noite, o que se observará ao longo de anos é desencadeamento ou agravamento de doenças cardíacas e degenerativas do cérebro. A sonolência diurna diminui a capacidade de trabalho e aumenta a possibilidade de cochilar em circunstâncias inadequadas como reuniões, leitura, quando assiste a televisão, e até mesmo ao dirigir, o que pode ocasionar acidentes graves.

O principal tratamento da apneia do sono é o CPAP, aparelho que aumenta a pressão de ar ao respirarmos, impedindo a ocorrência das apneias e colocado pouco antes de dormir. Usando adequadamente o CPAP, o paciente passará a melhor eliminar gás carbônico, absorver oxigênio e geralmente sente substancial melhora de seu estado geral e sonolência.

Mas não basta só colocar o aparelho ao dormir e ligá-lo! Dependendo das circunstâncias e parâmetros do aparelho, as apneias paradoxalmente podem até piorar em alguns pacientes.

Nos últimos anos, a fabricação de aparelhos de CPAP mais modernos, com recursos de regulagem a distância por telemetria e o registro de eventos no cartão de memória incluso no aparelho, facilitou o acompanhamento dos portadores de apneia.

Paralelamente, passamos a compreender melhoro que acontece durante o sono nesses pacientes, os mecanismos envolvidos e regular os aparelhos de maneira a corrigir possíveis falhas, além de identificar e corrigir motivos pelos quais alguns pacientes não se adaptam ao uso.

O acompanhamento por um profissional capacitado se torna imprescindível para a identificação desse processo e ajuste adequado do aparelho, ao longo da fase de adaptação.

Esta atenção precisa ser constante durante o início do uso e periodicamente, por conta de mudanças no peso ou envelhecimento, garantindo que o tratamento efetivamente corrija as apneias. Os ajustes adequados serão determinantes para o sucesso do tratamento e remissão dos sintomas.

Meu nome é Alexandre Rattes, sou Otorrinolaringologista e se você tem alguma dúvida ou sugestão por favor envie para otorrino.lifecenter@gmail.com