Atualmente, as drogas anti-hipertensivas são as mais prescritas no mundo. Imagina-se que mais de 1 bilhão de pessoas sejam afetadas pela hipertensão arterial no planeta.

Câncer é a segunda causa de morte mundial. Apesar de alguns estudos europeus associarem a hipertensão arterial com o câncer de células renais, nenhum estudo até hoje conseguiu comprovar esse fato, apesar de existir muita similaridade nos mecanismos patogênicos que envolvem a gênese da hipertensão arterial e os mais variados tipos de cânceres.

Alguns estudos populacionais demonstraram que o uso de diuréticos em mulheres duplica ou aumenta em até 4 vezes o risco de desenvolvimento de câncer de células renais. Não se conseguiu, através dos estudos, mostrar que tipo de diurético tinha mais risco de desenvolver esse tipo de câncer, apenas tinha-se a comprovação de que as doses de diuréticos eram sempre as mais elevadas e não as doses habituais que costumamos prescrever.

Recentemente, tivemos a circulação na mídia de informação publicada pelo ministério da Saúde do risco dos diuréticos a base de hidroclorotiazida e seu risco de causar câncer de pele. A informação oficial também orientava a troca dessa medicação em pacientes com alta exposição ao sol e com passado de tumores malignos de pele, com base em um grande estudo dinamarquês, publicado em 2018.

Estudos também demonstraram a falta de relação entre câncer de pulmão e o uso dos inibidores da enzima de conversão (classe do captopril) tanto quanto dos bloqueadores dos receptores da angiotensina (classe do losartan).

Estudos populacionais também não conseguiram achar relação entre câncer de pulmão, mama e de próstata em pacientes que estavam em uso dos bloqueadores dos canais de cálcio (classe do anlodipino).

Indubitavelmente está visto que é injustificado proibir o uso de drogas anti-hipertensivas por causa de um improvável risco de desenvolver neoplasias (tumores). Muito cuidado com as fake news.

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