Anvisa estuda novas regras de informações nutricionais em embalagens de alimentos

Discussão sobre mudanças envolve governo, procons, entidades do setor e sociedade civil; uma delas é maior rigor com produtos com gordura, sal e açúcar

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Considerando que informação é fundamental na busca de alimentos mais saudáveis, quem é que nunca se sentiu perdido ao comprar um alimento nos supermercados tentando achar alguma informação relevante nutricional nas letrinhas miúdas dos rótulos?

Conseguir ler então após os 40 anos quando a “vista cansada” é a regra e tentar compreender as letras microscópicas pretas em um fundo vermelho então chega a ficar impossível, não é mesmo?

Mas parece que em breve teremos novidades. A ANVISA informou que uma nova normatização da rotulagem dos alimentos vem sendo amplamente discutido com empresas da área, governo, procons, sociedade civil e entidades do setor.

A Agência abriu uma consulta pública para receber comentários e sugestões de aperfeiçoamento do texto mas o prazo para o recebimento dos comentários se encerrou recentemente no dia 6 de novembro. Depois do prazo do recebimento das sugestões, a Agência fará uma análise das contribuições.

Em geral, quando é observado um grande número de propostas, ocorre uma segunda rodada de debates para a análise, envolvendo órgãos, entidades e aqueles que tenham manifestado interesse no assunto, com o objetivo de fornecer mais subsídios para discussões técnicas e a deliberação final da Diretoria Colegiada.

Várias medidas populacionais tem sido debatidas no mundo todo e algumas estratégias estão sendo implementadas para frear o crescimento de doenças crônicas degenerativas como obesidade e diabetes mellitus.

Entre as ações que têm sido propostas encontram-se a rotulagem frontal dos alimentos, as taxações de bebidas ricas em açúcar, a proibição de publicidade dirigida ao público infantil e a regulamentação da alimentação nas escolas.

Existem três modelos de rotulagem, sendo que dois foram discutidos nos últimos anos. Um deles é o frontal de advertência para gordura, açúcar e sal.

No Reino Unido, em 2016, foi adotada uma política governamental com objetivo de reduzir a obesidade infantil e traçada uma meta em parceria com a indústria alimentícia de redução de 20% dos alimentos com alto teor de açúcar até 2020. Essa meta incluía categorias de alimentos que, juntamente com bebidas açucaradas, representam 50% da ingestão de açúcar das crianças, como cereais, produtos de confeitaria e produtos consumidos no café da manhã (waffles, panquecas).

Os impostos sobre bebidas açucaradas foram introduzidos em vários países, incluindo México, França e Hungria. Espero que as essas novas propostas possam facilitar a vida de todos que se interessam em cuidar melhor na hora de escolher os alimentos para levar para casa. Como diz uma velha máxima, “você é o que você come”.