Hidrolipo deve ser realizada apenas por cirurgiões plásticos, alerta especialista

No Brasil, segundo colocado no ranking mundial de cirurgia plástica, procedimento que retira gordura localizada sem o uso de anestesia pode ser mais perigosa que a lipo tradicional. Saiba por quê

por Estado de Minas 24/05/2019 12:00
Reprodução / MF Press Global
(foto: Reprodução / MF Press Global)
No Brasil, o número de cirurgias plásticas estéticas já supera o das reparadoras, 839 mil contra 664 mil, do total de 1 milhão e 500 mil procedimentos realizados no último levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). 


Nos consultórios, as plásticas de aumento da mama lideram a procura: 15,6% do total de procedimentos realizados em 2017, segundo estudo realizado pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica e Estética (ISAPS). Em segundo lugar está a lipoaspiração, com fatia de 14,6%. Neste cenário, a hidrolipo – retirada de gordura localizada que demanda apenas anestesia local –, tem sido um procedimento também procurado. Mas, segundo o cirurgião-plástico Seung Lee, o procedimento oferece mais riscos que o tradicional. 

 “A hidrolipo e lipoaspiração são os procedimentos mais procurados por aqueles que desejam eliminar o excesso de tecido gorduroso, em especial a gordura localizada. Na verdade, hidrolipo e lipoaspiração são nomes dados para o mesmo procedimento, mas diferem em proporção e outras particularidades”, aponta. 
O cirurgião plástico explica as características da intervenção cirúrgica, cuja diferença em relação à lipoaspiração tradicional é o foco em pequenas área de gordura localizada utilizando apenas anestésico local. E ressalta o perigo: “Muitos profissionais utilizam o termo hidrolipo para realizarem o procedimento em ambiente não adequado, ou seja, fora do hospital. Já a lipoaspiração só pode ser realizada com anestesia geral e ou sedação,  em um centro cirúrgico de hospital”. 

Anestésicos - Lee ressalta que o procedimento de hidrolipo, embora menor e localizado, traz também riscos associados: "A hidrolipo é feita com anestesia local e não geral. Porém, à medida que o paciente sente dor, a tendência é de injetar cada vez mais anestésicos, ultrapassando o limite tóxico da medicação. Depois que atinge esse patamar, começam as complicações". 
 
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Cirurgião-plástico: Seung Lee (foto: Reprodução / MF Press Global)
 
 
O médico reforça ainda a importância de o paciente procurar apenas cirurgiões plásticos especialistas e credenciados pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) para realizar o procedimento. E lembra: “A hidrolipo tem riscos como qualquer outro procedimento cirúrgico, potencializados quando não realizada por profissionais qualificados e em ambiente adequado: “Existem médicos que não são cirurgiões plásticos, porém realizam a hidrolipo em consultórios, abordando grandes áreas de gorduras e consequentemente pondo em risco a vida do paciente. No entanto, quando realizada dentro dos parâmetros e por profissionais capacitados, acaba sendo um procedimento seguro”, destaca.
 

O ranking dos consultórios 

Confira os 10 procedimentos de cirurgia plástica mais populares do país, segundo estudo da  Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica e Estética (ISAPS). 

1 - Aumento de mama: 15,6%
2 – Lipoaspiração: 14,6%
3 -  Cirurgia das pálpebras: 12,5%
4 – Rinoplastia: 8,1%
5 – Abdominoplastia: 7,5%
6 - Elevação do seio: 1%
7 - Enxerto de gordura na face: 5,6%
8 - Redução de mama: 4,5%
9 – Facelift:  4,3%
10 - Aumento de nádegas – transferência de gordura: 3,1%