Realidade virtual chega ao Brasil como tecnologia de apoio à cirurgia plástica

Técnica é usada na cirurgia de aumento de mamas, procedimento mais realizado no Brasil, e paciente consegue ver como ficará o resultado final

por Estadão Conteúdo 20/04/2016 13:01
Istock Photo
A técnica vem para responder a pergunta mais feita no consultório antes do procedimento: "Mas doutor como eu vou ficar após a minha cirurgia?" (foto: Istock Photo)
O universo da realidade virtual (RV) vem crescendo exponencialmente nesses últimos meses, iniciando um novo modelo de tecnologia, ainda desconhecido por muitos no Brasil. Esse novo universo vai além do mundo de jogos e entretenimento. A RV está sendo aplicada em várias abordagens terapêuticas da medicina como no tratamento de doenças mentais. Recentemente, a cirurgia plástica também tem feito uso da tecnologia.

O cirurgião plástico Eduardo Porto Leite é um dos médicos brasileiros que incorporou essa nova técnica oriunda da Europa. O especialista explica que essa tecnologia é resultado da união de óculos que geram o cenário de realidade virtual com um software específico de cirurgia plástica. "O Brasil, como sabemos, é o atual líder mundial em cirurgias plásticas, segundo pesquisa recente da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS), sendo a cirurgia de aumento de mamas a mais realizada. Essa nova ferramenta tecnológica vem para auxiliar tanto o cirurgião plástico quanto o paciente justamente na mamoplastia de aumento (prótese de silicone). A técnica vem para responder a pergunta mais feita no consultório antes do procedimento: "Mas doutor como eu vou ficar após a minha cirurgia?" , explica ele.

Com a ferramenta, Porto Leite afirma que a relação entre o cirurgião plástico e o paciente é aprimorada através dessa nova conexão. "A paciente consegue se ver dentro de um consultório virtual, e experimentar diferentes tamanhos e formatos de prótese de mama", salienta o cirurgião plástico.

Como funciona
O médico fotografa a paciente e um programa específico transforma essas fotos – junto com as medidas do corpo da paciente – em um modelo 3D. Ao colocar os óculos conectados ao software, a paciente adentra na realidade virtual e, com espelhos, se visualiza em diferentes perfis. Ao olhar para baixo consegue ainda enxergar os seios e o corpo.

Enquanto a paciente está com os óculos, o cirurgião plástico vai aumentando ou diminuindo o tamanho da prótese de silicone e/ou mudando seu formato enquanto a paciente está usando o óculos.

Dessa forma, paciente e médico podem discutir em tempo real a melhor opção para atingir o melhor resultado possível. "Isso tudo, torna a decisão mais confortável e com maior chance de atingir o sucesso do resultado pós-operatório", comenta.