Aromaterapia ganha cada vez mais adeptos com a comprovação de seus benefícios

A descrença das pessoas vem da falta de informação. Na Alemanha, o óleo essencial de lavanda foi aprovado como medicamento para tratar ansiedade e tem, comprovado, efeito superior à medicação alopática tradicional para transtorno de ansiedade

por Carolina Cotta 23/03/2016 09:00
Cristina Horta/EM/D.A Press
O aromatólogo Fábián Laszlo diz que é preciso acompanhamento de especialista para a ingestão de óleos essenciais, em função de sua alta concentração (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Cheiros que acalmam, ajudam a dormir, diminuem dores e ansiedade. Os antigos egípcios já se beneficiavam do aroma das plantas e o homem moderno tem avançado nas pesquisas dos seus benefícios. E, à medida que comprovam seu poder de cura, a aromaterapia, considerada tratamento complementar, vai ganhando adeptos. Baseada na utilização de óleos essenciais para equilibrar mente, corpo e espírito, a técnica, nascida na França nas primeiras décadas do século passado, tem duas vertentes: a aromaterapia inglesa, que se fixou no emprego dos óleos essenciais para o bem-estar, seja por meio de massagem, inalações ou tratamentos estéticos; e a aromaterapia francesa, que, além dessas abordagens, abrange o emprego clínico dos óleos essenciais e seu uso como fitoterápico.

Doutora em ciências farmacêuticas, Adriana Nunes Wolffenbünteel desenvolveu pesquisa sobre aromaterapia e acaba de lançar a segunda edição do livro Base da química dos óleos essenciais e aromaterapia (abordagem técnica e científica), pela Editora Lazslo, durante o 2º Congresso Internacional de Aromatologia que aconteceu na semana passada em Belo Horizonte. Em seu estudo, realizado em parceria pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e a Universidad Complutense de Madrid, mostrou a contribuição de óleos essenciais de citrus para os sistemas neurológico e hormonal, por suas propriedades ansiolíticas e antiestresse. A comprovação dos benefícios foi obtida por meio da análise de material biológico após a inalação ou massagem com esses óleos essenciais, além da avaliação psicológico-psiquiátrica.

Segundo a especialista, há fortes evidências sobre os benefícios dos óleos essenciais. “Muito da descrença das pessoas vem da falta de informação. Na Alemanha, por exemplo, o óleo essencial de lavanda foi aprovado como medicamento para tratar ansiedade e tem, comprovado, efeito superior à medicação alopática tradicional para transtorno de ansiedade. Para aprovação, o óleo passou por testes clínicos, tais como os produtos sintéticos, e já é comercializado há seis anos, em forma de cápsula”, adianta. No Brasil, é possível encontrar o óleo de lavanda, porém, para ser consumido por meio de inalação, difusor ou mesmo aplicando algumas gotinhas no travesseiro, o que ajuda a dormir.

CURA
A terapeuta holística Isabella Galliac, de 31, é adepta da aromaterapia desde que se mudou de cidade e se sentiu sozinha. A descoberta do óleo essencial de gerânio ajudou no estado emocional e apresentou tantos outros. “Uso quase todos os de aroma agradável no difusor. Além disso, todos os dias, tomo oito gotas do tea-tree. Nunca mais gripei. Não é nada de mágica, é o poder de cura da essência”, diz. Mas o aromatólogo Fábián Laszlo chama a atenção para a importância do acompanhamento de um especialista para a ingestão de óleos essenciais, em função de sua alta concentração. Isso porque os óleos são obtidos a partir da destilação das partes da planta. Usar algumas gotinhas de óleo essencial de laranja, por exemplo, equivale a litros e litros de chá da casca da fruta.

Os óleos e suas indicações

» Ansiolítico – lavanda
» Diluentes de gordura – Citrus aurantium e Citrum sinensis
» Anti-inflamatório – orégano e manjerona
» Antifúngico – melaleuca
» Dor localizada – menta piperita