Veja histórias de pessoas que tiveram a vida transformada ao sair do sedentarismo

Aspecto psíquico das atividades físicas não pode ser desprezado

por Revista do CB 24/06/2015 15:00

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Zuleika de Souza/CB/D.A Press
"Condicionamento físico trouxe alívio para a alma" - Maria Teresa Ferlini, 59 anos, se livrou do sedentarismo há 4 anos (foto: Zuleika de Souza/CB/D.A Press)
O esporte pode mudar vidas. Além do objetivo de tonificar o corpo ou emagrecer, proporciona uma série de benefícios emocionais. “Percebemos mudança nos sistemas cardiorrespiratório e cardiovascular. A melhora do sono e da qualidade de vida também é importante”, afirma Noely Sarmanho, professora de natação. Para ela, é importante incluir o equilíbrio emocional nessa equação. “A pessoa leva os ensinamentos do esporte para a vida e passa por transformações”, explica.

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Há quatro anos, a bibliotecária Maria Teresa Ferlini, 59 anos, deu o passo definitivo rumo ao bem-estar. Atravessava um período turbulento, de divórcio. “O fim do meu casamento coincidiu com uma síndrome do pânico. Estava com problemas digestivos. Foi o emocional que refletiu no físico”, avalia.

Ela explica que o condicionamento físico trouxe alívio para a alma. “Eu já fazia natação duas vezes por semana, mas comecei a me dedicar de verdade. O esporte me ajudou a superar essa fase ruim. Se eu não tivesse feito natação, provavelmente, estaria em algum tratamento psiquiátrico até agora”, afirma.

Ela gostou tanto da descoberta que hoje é maratonista. Maria Teresa acumula mais de 30 medalhas e alguns troféus durante 4 anos de competição. Orgulhosa, ela acredita que mais importante do que ganhar é a sensação de superação. “Tem sido muito bacana porque estimula várias pessoas. Eu, por exemplo, tenho sobrepeso e consigo nadar, ou seja, qualquer um pode se exercitar e passar por várias etapas.”

De fato, uma vez tendo experimentado dos benefícios do esporte, fica difícil retroceder. “Quando estou na água, sinto-me mais próxima de Deus, e isso é uma coisa que me motiva o tempo inteiro”, conta a bibliotecária, que, agora, pratica ciclismo, rapel e está fazendo um curso de mergulho. “Também conta o fato de que, assim, me relaciono com outras pessoas, gente com a cabeça saudável. É um mundo novo mesmo”, elogia. A transformação de Maria foi tão intensa que ela pretende, inclusive, proferir palestras motivacionais. “Quero mostrar às pessoas que as limitações estão dentro da nossa cabeça e não no corpo”, resume.

A natação, em especial, é uma atividade indicada para quem atravessa processos de resgate pessoal. “Muitas vezes, o aluno chega na aula com traumas. Muitas pessoas já passaram por situações de medo e afogamentos”, analisa a professora de educação física Noely Sarmanho. Para ela, o emocional de cada aluno precisa ser compreendido antes de iniciar qualquer trabalho. “Por meio de uma conversa, consigo detectar algum sintoma emocional e elaborar um exercício que possa ajudar. Com a atividade física, podemos ainda testar o foco da pessoa, a respiração, a paciência”, enumera.

A profissional percebe avanços na maioria dos alunos, tanto amadores quanto profissionais. “Isso é muito gratificante para mim”, admite. Toda atividade física tem um objetivo geral e específico. “Eu mudo de acordo com a particularidade de cada um e acaba se tornando um exercício feito especialmente para aquela pessoa”, explica Noely. Com crianças, não é diferente. “A atividade tem que ser tornar um prazer. Nos caso dos pequenos, a gente trabalha o lado mais lúdico do esporte, eu mudo a linguagem e até mesmo a forma de olhar para eles.”

A estudante Fernanda Nery, 25 anos, conhece bem os benefícios do esporte. “Entrei na academia pela primeira vez em 2005. Estava passando por uma fase ruim, havia terminado um relacionamento conturbado. Usei o exercício para levantar meu astral”, revela. “Nunca tinha praticado nada; achava que só ia ser bom para o corpo. Mas, depois, descobri que é muito relaxante e uma forma de liberar minhas emoções”, explica Fernanda. “E, quando sentia raiva, me dedicava mais ainda.”

Outro momento em que o esporte serviu de suporte foi quando o pai faleceu, em 2103. “Meu pai ficou internado por um enfisema pulmonar. Eu ficava no hospital na parte da tarde e recebia todas as notícias do diagnóstico dele (geralmente, ruins). Comecei a fazer corrida para aliviar meu desespero”, relata. Mesmo assim, no auge da tristeza, chegou a engordar 10kg. “Voltei para a academia e para a dieta e acredito que, com disciplina, vou superar. Agora percebi que, toda vez que me sinto mal, volto a fazer exercícios. Eu me sinto mais bonita, confiante e feliz.”

Aos 19 anos, o estudante Paulo Medeiros (agora com 21) estava obeso. A mudança começou há 2 anos. O início se deu simplesmente por questões de saúde, mas agora ele garante que a vida mudou completamente. “Tenho mais disposição para as minhas atividades diárias, como trabalho e faculdade, e sou mais feliz”, admite. Ele eliminou 25kg dentro da academia. “A cada dia, minha autoestima ficava melhor, graças aos resultados. Hoje em dia, estou contente, mas ainda quero perder mais peso”, afirma.

O estado de espírito de Paulo é outro depois da mudança de atitude. “Eu me tornei uma pessoa saudável, com uma rotina de exercícios e uma alimentação balanceada. Sou muito mais confiante e animado para tudo na vida”, relata o estudante.

O bem que o esporte faz
  • Estimula a atividade cerebral
  • Retarda o envelhecimento
  • Controla os níveis de colesterol
  • Reduz riscos de AVC e de enfarto do miocárdio
  • Ajuda no controle da diabetes
  • Melhora a respiração
  • Aumenta a sensação de bem-estar
  • Melhora a autoestima
  • Reduz a insônia
  • Ajuda a perder peso
  • Desenvolve a capacidade cardiovascular