Cromossomo Africano lança novo disco em BH

Eutu ubuntu reforça as raízes regionais e universais do grupo mineiro

por Ana Clara Brant 14/08/2018 08:00

MARCO AURÉLIO PRATES/DIVULGAÇÃO
MARCO AURÉLIO PRATES/DIVULGAÇÃO (foto: MARCO AURÉLIO PRATES/DIVULGAÇÃO)
“Eutu” é um neologismo que significa “a junção do eu com o outro numa pessoa só”. Já ubuntu é uma palavra africana de origem zulu. Quer dizer “sou porque todos nós somos”. Para reforçar o espírito de união, a força do diálogo e a importância de se reconhecer em seus pares, os integrantes do grupo musical Cromossomo Africano decidiram batizar seu terceiro trabalho fonográfico como Eutu ubuntu. O disco terá lançamento com show nesta terça-feira (14), no Teatro de Câmara do Cine Theatro Brasil Vallourec. “É um projeto que tem tudo a ver com o que somos. Desde o último álbum, Pangeia, a gente já utiliza desse simbolismo, já que Pangeia é o continente único, tem tudo a ver com união”, ressalta Ricardo Cunha, guitarrista da banda e responsável pela direção musical do álbum, já disponível nas plataformas digitais.

Viabilizado através de financiamento coletivo, o CD reforça as raízes afromineiras e sua conexão com a brasilidade como lembra o músico. “Fazemos uma homenagem às raízes regionais e às universais. É algo que está presente na nossa sonoridade desde os primórdios. A gente costuma dizer que Cromossomo Africano é muito mais do que um nome, é um conceito”, diz Ricardo, que também assina a produção do projeto, ao lado de Celso Ramos.

Com 12 faixas, sendo um bônus, Eutu ubuntu celebra a música negra, apesar de o gênero ser amplo. Influenciadas por Banda Black Rio, Funkadelic, Fela Kuti, Tim Maia, James Brown e Nação Zumbi, as composições não deixam se aprofundar na matriz africana. “A nossa base é o funk setentista, mas a gente costuma ter um afrobeat, um soul, um groove. Não deixa de ser um trabalho bem eclético. Apesar de as faixas serem diversas e cada uma ter a sua essência, quem ouve o disco do começo ao fim percebe uma unidade.” Além de Ricardo Cunha, a banda é formada por Michelle Oliveira (voz), Marcelo Kavalim (sax-tenor, teclado e voz), Leonardo Brasilino (trombone), Alexandre Arnoni (bateria), Gláucio de Deus (contrabaixo), Léo Lana (percussão) e DJ Flávio Machado (toca-discos).

O álbum amplia também o debate sobre empoderamento feminino, orgulho negro e combate à intolerância – bandeiras sempre presentes na obra do Cromossomo Africano. Ricardo Cunha afirma que não se trata de modismo e explica que esses temas são algo natural, pois o Cromossomo Africano “é um coletivo plural, misto de pessoas brancas e negras”. Nossa vocalista, Michelle Oliveira, que também é compositora, é uma voz muito ativa dentro da banda. As letras que eu e ela fizemos refletem o que vivemos no nosso cotidiano.”

O disco contou com participações especiais, como Sérgio Pererê, Tambor Mineiro, Eduardo DW e Hironaky, nomes que estarão presentes no show de logo mais, além dos bailarinos Wanderley Campos e Machado Brown. “Vai ser uma grande festa e espero que o público de Belo Horizonte nos prestigie nesta véspera de feriado. Já é o começo das celebrações dos nossos 10 anos de carreira que serão completados em 2019”, reforça Ricardo.



CROMOSSOMO AFRICANO

Show de lançamento do álbum Eutu ubuntu. Participações de Sérgio Pererê, Tambor Mineiro, Eduardo DW e Hironaky. Hoje, às 20h, no Teatro de Câmara do Cine Theatro Brasil Vallourec (Praça Sete, s/nº, Centro). Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).

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