Johnny Hooker interpreta canções do álbum 'Coração' em show no Sesc Palladium

Com sonoridade diversa, disco lançado no ano passado tem em 'Flutua', dueto com Liniker, seu grande destaque

por Mariana Peixoto 12/04/2018 09:15

Diego Ciarlariello/ Divulgação
Hooker é uma voz personalíssima na música brasileira (foto: Diego Ciarlariello/ Divulgação)
Johnny Hooker já perdeu a conta de quantas pessoas tatuaram no corpo “firme e forte como um touro” e “ninguém vai poder querer nos dizer como amar” – versos de, respectivamente, Touro e Flutua, faixas de Coração (2017), seu segundo álbum. “Minhas canções têm ressignificado tanta coisa na vida de tantas pessoas...”, comenta o cantor e compositor pernambucano, que chega nesta quinta-feira (12) a Belo Horizonte para apresentar o show Coração.

Revelado em 2015 com o impecável Eu vou fazer uma macumba pra te amarrar – Maldito!, Hooker, de 30 anos, é uma voz personalíssima na música brasileira. Cantando as dores e alegrias de si próprio e dos outros, ele faz conexão imediata com os tempos atuais.

Com sonoridade mais diversa que a do primeiro álbum, Coração nasceu de um momento difícil. “Depois da explosão do primeiro disco, estava completamente exausto, física e emocionalmente. Sou um artista independente, então faço todo o planejamento da carreira, roteirizo clipes, desenho figurinos, dirijo show. É bem punk”, revela.

Não bastasse isso, o fim de um relacionamento algo traumático o levou a mudar da vida. Hooker deixou o Rio de Janeiro, onde viveu quatro anos, por São Paulo, onde mora desde 2017. Nesse meio-tempo, teve de gravar um disco.

“Estava bem deprimido no começo de 2017. Ou me entregava ao trabalho, ou cancelava tudo. Escolhi sobreviver, o que demandou uma energia gigantesca”, diz Hoooker, referindo-se ao álbum lançado pela Natura Musical e a sua participação no Rock in Rio, em setembro. A performance deu o que falar devido ao beijo na boca trocado com Liniker no palco.

Flutua, canção-símbolo de novo trabalho, gravada com Liniker, destaca-se em meio às outras faixas do CD. “No primeiro disco, já tinha escrito muito sobre o fracasso do amor. Foi como um exorcismo através de crônicas afetivas, histórias misturadas com coisas que vi quando morava no Recife. O segundo é mais pessoal. Senti a sensação urgente de escrever sobre a vitória do amor. Apesar dos dias que vivemos, apesar do ódio e das diferenças, o amor acaba vencendo.”

“E flutua, flutua/ Ninguém vai poder querer nos dizer como amar.” Versos assim, simples e absolutamente em consonância com os tempos atuais, ditam a canção pautada pela música negra americana. “Quando escrevi o refrão, fui automaticamente para a figura da Liniker. Nos shows, ela parece flutuar. A música tem um pouco de blues e fala do amor marginal, territórios onde as duas obras (de Hooker e Liniker) conversam. Então, a chamei para gravar a faixa.”

Flutua é, de acordo com Hooker, o grande momento do show, quando os pares se abraçam, muitos inclusive choram. Acompanhado da banda da turnê anterior – Artur Dantas (teclados e violões), Felipe Rodrigues (guitarras), Thiago Duarte (percussão), Joana Cid (baixo), Eduardo Guerra (bateria), Neris Rodrigues (trombone) e Alan Ameson (trompete) –, Hooker divide o repertório em metade de cada álbum.

“Como são apenas dois discos, não tenho tantas canções assim. Criei versões para as músicas do primeiro disco para dar uma conectada com o segundo. Sou fã da Madonna, gosto de como ela canta os clássicos nas turnês, sempre com uma roupagem renovada. Volta, por exemplo, ganhou versão mais flamenca. O que faço no show é usar as canções de Coração como fio condutor”, conclui.

 

Assista ao clipe de Flutua, com participação de Liniker:

 

JOHNNY HOOKER
Show nesta quinta-feira (12), às 21h. Sesc Palladium. Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro. Plateia 1: esgotado. Plateia 2: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia-entrada). Plateia 3: R$ 60 e R$ 30. À venda na bilheteria e no site ingressorapido.com.br

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