Astro de k-pop que se suicidou aos 27 anos deixou carta: 'A depressão foi me destruindo'

Aos 27 anos, Kim Jonghyun comandava uma das bandas mais populares da Coreia

Diário de Pernambuco 19/12/2017 11:53

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No texto, Kim fala da pressão da fama (foto: witter/Reprodução )
O cantor coreano Kim Jonghyun, que foi encontrado morto aos 27 anos de idade em Seul nesta segunda-feira (18), com fortes indícios de suicídio, deixou uma carta de despedida para uma amiga. Com desabafos sobre seu estado depressivo, o texto do ex-vocalista da boyband SHINee foi divulgado nas redes sociais da cantora Hee-yeon, do grupo Dear Cloud, que mantinha amizade com Kim. 

 

"Estou quebrado por dentro. A depressão que lentamente foi me destruindo, já me devorou, e não consegui superá-la. É incrível o quanto dói. Ninguém está mais atormentado, nem debilitado do que eu", diz a carta. Jonghyun também discorre sobre como a fama o afetou a agravou o problema. "Ser famoso provavelmente não era meu destino. Eles me dizem que por isso estou tendo dificuldades... Por que eu escolhi?". 

Hee-yeon afirma ter consultado a família do amigo antes de tornar pública a declaração. Ele foi encontrado já desacordado em um apartamento alugado em Seul, capital da Coreia do Sul. A irmã do artista recebeu uma mensagem "preocupante" e acionou a polícia, que chegou a levá-lo para um hospital após constatar parada cardíaca, sem sucesso. As autoridades optaram por não realizar autópsia, sendo a causa da morte constatado por inalação de monóxido de carbono. 

Kim era o cantor principal da SHINee, formada em 2008 na Coreia. O grupo começou a fazer sucesso em 2011, quando se tornou popular também no Japão. Ele chegou a iniciar uma carreira solo, com a qual fez participações na TV e no cinema. Sua última aparição pública ocorreu no início do mês, em shows. Uma aparição em um programa de televisão estava programada para a véspera de natal. 

Dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde apontam que a taxa de suicídio entre jovens de 15 a 29 anos subiu quase 10% em 12 anos no país, sendo 5,1 para 100 mil habitantes em 2002 para 5,6 em 2014. O Centro de Valorização da Vida (CVV) é uma organização sem fins lucrativos que presta apoio emocional e oferece serviços de prevenção ao suicídio. Quem precisar de ajuda não deve hesitar em ligar gratuitamente para 141 ou entrar em contato por meio do chat no site.

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