Uakti apresenta novidades em show na região metropolitana

Grupo se apresenta gratuitamente na praça Milton Campos, em Betim

por Walter Sebastião 31/07/2015 09:09

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Jair Amaral/EM/D.A Press
(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Composições inéditas e releituras de peças do começo da carreira, há 37 anos, formam o repertório do show que o grupo Uakti vai apresentar neste sábado, em Betim, com entrada franca. Estarão no palco três percussionistas (Paulo Santos, Artur Andrés e José Henrique), um violonista (Kristoff Silva), duas pianistas (Josefina Cerqueira e Regina Amaral) e um flautista (Alexandre Andrés).


“Tradução da máxima ‘quanto mais você pertencer à sua aldeia, mais universal você se torna’, este grupo fez um mergulho em si e ecoou em todo o mundo”, brinca Kristoff Silva, ouvinte, aluno e depois assistente do Uakti, inclusive nas oficinas oferecidas pelo grupo.

De acordo com o violonista, o show evoca tempos, músicas e sonoridades de uma época de que a maioria das pessoas já não se lembra, quando o Uakti tinha dois violões – um a cargo de seu mentor, Marco Antônio Guimarães, e o outro de Bento Menezes. Exemplos desses momentos são Passo da lua e Nove esferas, “peças marcadas pela alternância de compassos e bem angulosas, com preciso desenvolvimento harmônico e presença marcante das cordas”, afirma Kristoff. Com relação às inéditas do show, que farão parte do 13º disco do grupo, ele destaca Sinfonia das goteiras “por seu percurso harmônico e a melodia”.

SONHO Kristoff Silva convive com o grupo há duas décadas. “Participar dele é a realização de um sonho, pois o Uakti fez parte da minha formação musical. Aprendi música com eles”, revela. “Para o Uakti, toda música precisa ter um traço de originalidade. Isso começa com os instrumentos e chega à linguagem, criada por eles próprios. O grupo me ajudou a entender que pesquisa sonora faz parte da criação. Aprendi que atentar para a materialidade do som faz com que a música tenha a identidade do autor”, explica.

Essa proposta estética tão singular foi construída meticulosamente ao longo de décadas. Kristoff lembra que o grupo já chegou a dedicar 11 horas diárias a ensaios. “Se essa música passa a impressão de ser aberta, espontânea, é porque aqueles instrumentistas, com muito trabalho, superaram a partitura”. O ponto de partida das composições vem sempre de “ideias claras” trazidas pelo compositor – Marco Antônio Guimarães –, enriquecidas pelo talento individual dos solistas, observa Kristoff. E conclui: “Desta soma de elementos nasce a música singular que soa livre, embora criada a partir de muita dedicação”.

UAKTI
Sábado, às 20h. Praça Milton Campos, em Betim. Entrada franca.

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