Nó de Rosa divulga notas oficiais sobre problemas no show de Paul McCartney em BH

Produtora justifica filas enormes e vazamento de esgoto que causou transtornos para fãs; assessoria da empresa pede desculpas a quem possa ter se sentido ofendido por primeiro texto de esclarecimento

por Fernanda Machado 06/05/2013 14:43

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

RECOMENDAR PARA:

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

CORREÇÃO:

Preencha todos os campos.

Thiago Ventura / Esp. EM
Esgoto invade setor do Mineirão no show do Paul McCartney (foto: Thiago Ventura / Esp. EM)
   A Nó de Rosa, produtora responsável pela organização do show do Paul McCartney em Belo Horizonte, divulgou nota oficial, nesta tarde, sobre os problemas relatados durante o evento no último sábado. O texto, publicado pelo Facebook da produtora, justifica reclamações do público em relação a filas, desorganização na entrada, vendas de ingressos acima da capacidade do setor e sobre o cano de esgoto que estourou no Mineirão, causando transtornos tanto na fila da pista premium, quanto na área das cadeiras inferiores vermelhas.

 

Minutos após a publicação do texto no perfil oficial da produtora no Facebook, usuários da rede social passaram a criticar o tom adotado pela nota, que atribuía alguns dos problemas ao "procedimento cultural do brasileiro" e não chegava a responder com informações técnicas a todas as reclamações levantadas pelo público (confira a íntegra da publicação abaixo). 

 

Cerca de duas horas mais tarde, uma segunda nota de esclarecimento foi divulgada pela Nó de Rosa, desta vez enfatizando que a empresa "lamenta profundamente os eventuais problemas enfrentados por parte do público presente à estreia da turnê Out There, de Paul McCartney, no Mineirão". Ao fim do texto, a produtora pede desculpas aos seguidores e clientes que possam ter se ofendido com a veiculação anterior. "Pedimos desculpas, portanto, àqueles que se sentiram de alguma forma prejudicados e a todos os que se sentiram ofendidos com nossas explicações – dadas em nome da transparência, e não da polêmica", escreveu a asessoria da empresa.

 

 

Leia a primeira nota da Nó de Rosa na íntegra:

Posicionamento da Nó de Rosa sobre a organização do show do Paul McCartney

Sobre filas

Em qualquer lugar do mundo - seja no Mineirão; no Camp Nou; no Vaticano; no MoMA ou no Empire State Building, em Nova Iorque; na Torre Eiffel, em Paris; ou no túmulo de Lênin, na Praça Vermelha em Moscou - haverá filas.
O que determina o tamanho de uma ou outra ou o tempo para acessar o recinto é a quantidade de pessoas que desejam ver a atração. No Vaticano, por exemplo, você pode levar 7 horas numa fila interminável para chegar à Capela Sistina. Ficar na fila por duas ou três horas em atrações como as citadas acima é absolutamente normal, em dias de grande aglomeração de pessoas.

Sobre a desorganização das filas

Havia seguranças supervisionando as filas nas respectivas entradas. Em lugar nenhum do mundo há seguranças organizando filas do começo ao fim. As reclamações sobre desorganização apontam pessoas que furaram filas. Isso é, também, uma questão de educação. Todas as pessoas que furaram fila, flagradas pelos seguranças, foram obrigadas a sair, como aconteceu na fila da pista Premium. Havia até uma pessoa fora da fila orquestrando e incentivando as outras à desordem, ação que foi prontamente impedida pelos seguranças.

Sobre o som interrompido

Devemos esclarecer que não houve queda de energia, o que aconteceu foi que o nobreak da mesa de som de Paul McCartney queimou, mas esse problema foi imediatamente resolvido com uma rápida troca de aparelho.

Sobre o esgoto que estourou

Sim, a rede de esgoto localizada no setor das cadeiras vermelhas vazou, mas em apenas 5 minutos, desde que o fato aconteceu, foi fechada e em menos de 15 minutos o local foi limpo e higienizado. Infelizmente as pessoas só se lembram de relatar o problema acontecido e jamais destacam as providências tomadas e a solução apresentada. É um procedimento cultural do brasileiro. Temos que entender isso.

Sobre vendas de ingressos acima da capacidade do setor

Isso não aconteceu. A organização do evento, empresa respeitada e experiente, que já organizou diversos eventos de porte em Belo Horizonte e no Brasil (como os shows de Iron Maiden, Ozzy Osbourne, Guns n’ Roses, Ringo Star, Joe Cocker, o carnaval de BH, entre dezenas de outros), não cometeria tal irresponsabilidade. O que aconteceu é que as pessoas que estavam no setor amarelo desrespeitaram o limite do espaço e "invadiram" o espaço do setor vermelho, ocupando lugares indevidamente.

Sobre filas para banheiros e bares

Todos os bares do Mineirão funcionaram. Para atender ao público de pista, foram colocados bares em toda a extensão do gramado, além de 200 banheiros químicos. É o que permitia o espaço físico do local. Se por um lado houve esse desconforto, por outro permitiu que a pessoa que provavelmente reclamou estivesse lá para ver o show.

Sobre sinalização e informações

O Mineirão foi todo sinalizado por fora, com marcação visível por cor de cada setor. Os postes ao redor tinham bandeiras roxas, amarelas e vermelhas indicando localizações. Havia também totens com 6m de altura, cada, nas extremidades do estádio, placas indicativas na fachada e testeiras gigantes em todas as entradas mostrando lugares. Além disso, a produção treinou e colocou à disposição do público 200 pessoas de apoio (“Posso ajudar?”), uniformizadas com camisetas verdes.
Essas pessoas foram treinadas para orientar o público em questões como localização dos setores e acessibilidade. É óbvio que elas não tinham respostas para todas as questões envolvendo uma produção desse tipo. Por exemplo: foram muitos os casos em que pessoas com deficiência não informaram à produção dessa situação na hora da compra do ingresso e, por isso, tiveram problemas de acessibilidade.

Considerações

Num evento com a participação de 53 mil pessoas, consideramos essas reclamações importantes e trabalharemos naquelas que são de nossa competência resolver, como sempre acontece em qualquer evento que realizamos. Temos profundo respeito por nosso público. Por isso, consideramos também o apoio, os elogios, os agradecimentos emocionados daqueles que realizaram o sonho de ver Paul McCartney em Belo Horizonte. Temos certeza de que atendemos aos anseios da maioria absoluta das pessoas que foram ao show, que cumprimos com nossas obrigações. Recebemos milhares de manifestações de carinho, apoio e agradecimento nesse sentido. A Nó de Rosa está há 10 anos no mercado, tendo realizado mais de 700 eventos de pequeno, médio e grande porte, nacionais e internacionais, e que contaram com a participação de mais de 1 milhão de pessoas. 

 

Confira a íntegra do segundo texto divulgado pela Nó de Rosa

 

Thank you, people!
A Nó de Rosa esclarece, mais uma vez, que lamenta profundamente os eventuais problemas enfrentados por parte do público presente à estreia da turnê Out There, de Paul MacCartney, no Mineirão. Foi uma noite histórica e emocionante e que, como gostaríamos, deveria ter sido perfeita para todos.

A indignação daqueles que enfrentaram o estouro da rede de esgoto, por exemplo, foi nossa também. Providenciamos a higienização do local, o que demorou alguns minutos – e isso deve ter incomodado muita gente. Da mesma forma, sentimos um frio na barriga, talvez maior do que o do público, quando ocorreu um pequeno pique no som do estádio, por causa de um problema no nobreak da banda. Felizmente a equipe do backstage solucionou tudo antes mesmo que a música terminasse, e o público comportou-se admiravelmente, sustentando sozinho o vocal e provocando um efeito maravilhoso – que logo nos fez esquecer o problema.

Para nós, e acreditamos que para a maioria das 53 mil pessoas presentes, as boas lembranças felizmente foram maiores do que as más, mas isso não nos exime de esclarecer todas as dúvidas e nem de anotar todas as sugestões e reclamações do público, nosso parceiro de longa data e que merece todo nosso respeito. Pedimos desculpas, portanto, àqueles que se sentiram de alguma forma prejudicados e a todos os que se sentiram ofendidos com nossas explicações – dadas em nome da transparência, e não da polêmica.

Agradecemos, de coração, a todas as manifestações. Thank you, people!

MAIS SOBRE MÚSICA