Vilã é desafio para Cláudia Raia

Lívia, de Salve Jorge, é segunda malvada da carreira da atriz

por Estado de Minas 18/11/2012 07:00

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Divulgação
(foto: Divulgação)
Cláudia Raia está disparando um arsenal de maldades em pleno horário nobre. Ela encarna a perversa Lívia, de Salve Jorge, e define a personagem como uma mulher fria, objetiva e má na essência da palavra. Com papéis marcantes no currículo, como a Tancinha de Sasarricando, e Adriana Ross, de Rainha da sucata, ela fez somente uma vilã, a personagem Angela Vidal, de Torre de Babel. Por isso, Lívia é mais que uma antagonista, é um desafio para a atriz.

Além disso, a trama de Glória Perez sofre o luto deixado por Avenida Brasil, uma novela que consagrou justamente a sua vilã: Carminha, vivida por Adriana Esteves. Cláudia diz não sentir o peso da responsabilidade de ter de substituir ninguém e faz questão de deixar claro que Salve Jorge é uma novela diferente. Ela espera apenas ter a mesma sorte da colega Adriana Esteves e fazer um trabalho grandioso.

Ruim de doer
“Lívia é uma mulher que trabalha com luz e sombra ao mesmo tempo”, analisa a atriz. “É uma personagem de luz, mas que ninguém enxerga esse lado obscuro nela. É poderosa, forte, rica, sofisticada e leve. Uma querida, mas que, na verdade, é um traste de mulher, um verdadeiro demônio até porque sobrevive das desgraças dos outros. Ela é a cabeça do tráfico humano no Brasil.”

Pedida para definir a personagem com apenas uma frase, Claudia raia não hesita: “Ela apunhala a vida antes que a vida a apunhale”. E desenvolve o raciocínio: “Ela ganha 2 milhões de euros por ano (o que equivale a cerca de R$ 84 milhões) e tem jato, iate, tudo de dinheiro que ganha aliciando meninas jovens, que são levadas para outros países. Ao todo, Lívia tem 94 boates de prostituição no mundo inteiro e vive de ludibriar as garotas, oferecendo U$ 1 500 por mês para elas serem garçonetes. No final, essas meninas acabam se prostituindo e morando como ratos, amontoadas. Ao tentar fugir, elas são mortas.”

Mas será que, quando chega em casa, a atriz consegue se desligar facilmente de tantas maldades praticadas pela personagem? “Eu tenho uma maneira diferente de trabalhar”, explica Claudia. “Para mim, é tudo uma grande brincadeira. Não posso me envolver dessa maneira como a Carol (Carolina Dieckmann, que chorou ao fazer uma cena). Quanto a me desligar, eu consigo. Claro que no começo, na época dos workshops, quando encontrei com as meninas aliciadas e suas mães, foi horrível. Passado isso, tenho de pensar com o raciocínio da personagem. Não adianta ser diferente. A Carol é a vítima, mas eu tenho 200 capítulos para fazer. Preciso ser a mais crível possível para que as pessoas acreditem na personagem.”

Mundo cão
Ter contato com a realidade do tráfico humano surpreendeu a experiente atriz. “É muita coisa que a gente não tem a menor noção, porque não faz parte do nosso dia a dia. A gente não tem ideia. Essa organização é tão ‘bombada’, tão obscura, que não se consegue ter acesso a essa mulher que é a Lívia, a grande chefe. Nos workshops, a gente falava e não conseguia chegar à cabeça do grupo. Por isso, eu acho importante essa realidade vir à tona, pois acontece no mundo inteiro. Não é só aqui ou na Turquia. “

Para Claudia Raia, Lívia será a sua grande vilã. “Eu fiz a Ângela, de Torre de Babel, que foi incrível. Porém, a Lívia é mais cruel. Ela não tem essa coisa de psicopata. Ela nasceu má, ruim mesmo. Se ela tiver família, coloca para debaixo do tapete. Até estou preparada para ser odiada pelo público. Afinal, dando vida a essa vilã, eu tenho que estar preparada para tudo (risos).” E isso mesmo entrando no posto que pertenceu até pouco tempo a Adriana Esteves, em Avenida Brasil.

“Agora tem a Glória (Perez), que tem outro tipo de assinatura e de estilo, totalmente diferente do João Emanuel Carneiro”, ressalta Claudia Raia. “Trata-se de uma novela completamente diferente e uma vilã completamente diferente. Glória vem com uma vilã com o pé no peito. Quando ela faz uma vilã, é vilã mesmo. Na trama, ela mostra quem é quem e não tem meio termo. Tomara que eu tenha a sorte de desenvolver um bom trabalho como a Adriana Esteves fez. “

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