Il Canto tem ares de butique e clima caseiro

Pequena fábrica de pastas recheadas fica no Santo Antônio

por Eduardo Tristão Girão 01/04/2016 08:00
Leandro Couri/EM/D.A Press
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Foi um tanto rápida a escalada de Luciana Azevedo. Ela começou a fazer massas seis anos atrás na área de serviço da casa da mãe, usando o varal para secá-las. “Comprei um freezer usado e uma mesa de inox e tinha um rolo de macarrão que trouxe da Itália”, lembra. Muitos raviólis e capeletes depois, ela finalmente conseguiu abrir sua loja, a Il Canto, como havia imaginado: com ares de boutique e espaço para receber a freguesia como se fosse visita. Fica no Santo Antônio, na casa que abrigava o extinto restaurante iraniano Amigo do Rei.


Armários com livros e objetos antigos, mapas da Itália nas paredes, caixas com vinhos pelo chão e um cantinho com mesa de café e quitutes conferem clima acolhedor ao local. “A ideia é que a loja seja conceitual, com as pessoas vindo com familiares e amigos, tomando um café e tal. Não é um lugar para venda no balcão”, diz Luciana. De fato, não há balcão e as massas (todas congeladas) ficam num pequeno freezer amarelo logo na entrada. Já o café expresso (do Cerrado Mineiro), é cortesia, servido quase sempre por ela mesma.

Isso mantém, de certa forma, o espírito inicial da empreitada, que teve início no prédio onde mora, com vendas feitas só para os vizinhos – e pessoalmente. Oito meses depois, ela alugou loja no mesmo bairro para aumentar a produção, mas deixando-a à vista dos visitantes e criando certo clima de “sinta-se em casa”. A propósito, é possível reservar um dos ambientes da loja, com mesa de 12 lugares, para jantares particulares, incluindo no menu as massas feitas ali.

SEM TRABALHO Hoje, sua fabriqueta (que funciona nos fundos da loja) produz cerca de 50kg de massas por dia e tem como clientes supermercados, restaurantes e bufês, além do consumidor final. “Quero ser sempre pequena”, garante Luciana. Com mistura de farinhas nacional e italiana (01 e grano duro, respectivamente), ovos (cerca de 10 para cada quilo de farinha) e sal, as massas são todas recheadas.

Algumas levam ingredientes extras que conferem outras cores e sabores, como espinafre, cacau, cúrcuma e cogumelo seco. Entre os sabores mais vendidos estão damasco com gorgonzola, costelinha, burrata e carne de panela. As embalagens de 500g custam em torno de R$ 29 cada. Todas as massas são pré-cozidas até ficar al dente, de maneira que, ao ser aquecidas com molho ou salteadas, não fiquem cozidas demais. Para breve, promete massas sem glúten.

Para quem não quer trabalho extra, a loja também oferece potes de 500g com molhos de tomate, pesto, bechamel e de champanhe (cerca de R$ 15 cada). É possível, ainda, levar a própria vasilha para que seja montada com massa à escolha no local. Também estão à venda alguns vinhos italianos (a partir de R$ 59 a garrafa), limoncello (feito por ela) e o café que serve aos fregueses (Ouro de Makena; em cápsula, grão ou moído). Ainda este mês, ela começará a vender massas secas como o orecchiette, cuja receita aprendeu em casas de família, na região italiana da Sicília – em agosto ela retorna para aprender outras por lá.

Il Canto
Rua Quintiliano Silva, 118, Santo Antônio. (31) 3567-6602. Aberto de segunda a sexta, das 9h às 19h; e sábado, das 9h às 13h.

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