Conheça ingredientes exóticos que fazem parte da gastronomia do México

Itens como os chapulines nem sempre são atrativos

21/02/2016 09:58
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Os mexicanos curtem saborear os chapulines (em português, gafanhotos) que deu (foto: Reprodução)
Se você pensa que a pimenta é a única surpresa da comida mexicana, prepare-se para conhecer tradições que não chegaram ao Brasil. Seja em comércio de rua ou nos restaurantes mais sofisticados, é possível perceber que os nativos não recheiam as tortilhas de milho apenas com queijo, guacamole, alface e feijão. É comum incluir na mistura inseto, cacto, larva, ova de formiga e cérebro de boi. Parte da culinária do México que não atravessa as fronteiras envolve ingredientes, no mínimo, curiosos. Não é exclusividade dos asiáticos comer insetos. Os mexicanos curtem saborear, em especial, os chapulines (em português, gafanhotos). Sim, são os mesmos que inspiraram o nome do Chapolin Colorado, personagem do seriado mais popular da TV do México. Bem crocantes, os pequenos animais, servidos inteiros ou ralados, dependendo da receita, normalmente são temperados com sal, limão e outras especiarias. Depois da sensação estranha de provar um inseto, sente-se um sabor salgado e cítrico. Exóticos também são os escamoles, conhecidos como o caviar mexicano. A diferença é que, em vez de ser ova de peixe, são larvas de uma formiga. Bastante agressiva, a espécie se reproduz apenas uma vez por ano, por isso é uma iguaria mais cara. Visualmente, os escamoles não são nada atrativos, mas vale a experiência. Já o gusano de maguey é a larva de uma mariposa que cresce nas plantações de agave, planta usada para a fabricação de tequila e mezcal. O bichinho pode ser encontrado dentro da garrafa das duas bebidas bem típicas do México %u2013 dizem que dá sorte para quem a recebe no copo %u2013 e também pode se transformar em recheio para as tradicionais tortilhas. É fácil encontrar no cardápio das taquerías (estabelecimentos que servem as comidas típicas mexicanas) os tacos de sesos. Não dá para comer sem antes saber que o ingrediente nada mais é que cérebro de boi. Misturado com pimenta e outros temperos, o sabor e a textura não assustam tanto. Para completar, os nativos ainda estão acostumados a comer cucaracha del mar, também chamado de chiton, um molusco que vive nos oceanos. Cucaracha, em português, significa barata, mas ele nada tem a ver com o bicho asqueroso que conhecemos. A iguaria é servida em restaurantes renomados na Cidade do México. Outra maneira diferente de saborear as tortilhas é incluir nopal, espécie de cacto bastante consumido em terras mexicanas. O ingrediente é considerado um legume, então pode ser um recheio vegetariano ou incrementar saladas. O único cuidado é com os espinhos, que devem ser retirados antes de levar os nopales para a panela. Em seguida, eles são cortados em cubos e temperados. Depois de tantos produtos bizarros, dá para dizer que o cacto nem é tão estranho assim.

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