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'NÃO SOU DE OBEDECER'

Luiza Brunet fala sobre ativismo e diz que nunca aceitou ser submissa

Após passar duas semanas na Europa dando palestras sobre violência doméstica e direitos da mulher, Luiza Brunet contou ao jornal Extra, em entrevista publicada nesta segunda-feira (1/11), alguns detalhes sobre sua visão sobre o ativismo e sobre nunca ter aceitado ser submissa numa relação.

Quando ela se casou com o engenheiro Gumercindo Brunet, o padre disse à atriz para ficar à disposição do marido.


Foi aí que ela decidiu que não se casaria na igreja.

"Eu decidi que não ia mais me casar na igreja. Não sou mulher de obedecer a esse tipo de regra. Eu era uma menina do subúrbio, com pouco estudo, mas já sabia o que queria. Sempre fui independente, sempre trabalhei, sempre fui provedora, sempre busquei os direitos que eu entendia serem meus", disse.

A ex-modelo acusou o ex-marido, o empresário Lírio Parisotto, de violência doméstica. A partir deste momento, a empresária passou a dedicar todo seu tempo à causa.

"Minha denúncia teve uma repercussão muito grande, minha voz foi amplificada, desmistificando que mulheres bem-sucedidas ou independentes financeiramente não são agredidas.


Todas nós, em algum momento da vida, somos acometidas por algum tipo de violência, seja patrimonial, sexual, verbal, física, psicológica", explicou Brunet.

Luiza ainda diz se orgulhar de ter tido coragem para denunciar seu agressor. "Hoje, sou uma ativista importante. Tenho falado para mulheres no Brasil e no mundo inteiro. Eu as escuto e apoio. Uso minhas redes sociais para fortalecê-las, para colocá-las em contato com promotores de Justiça, advogados, médicos, cirurgiões plásticos... Dou o suporte de que elas necessitam da maneira que posso."

Brunet afirma que violência física é apenas a ponta do iceberg. "O que está na base disso é tão grave quanto.


Muitas vezes, eu até sabia que estava sendo vítima de abuso. Mas é muito difícil se livrar, sair disso. Não julguem mulheres nessa situação. Elas ficam presas ao relacionamento por dependência emocional ou financeira, por exemplo."

"O agressor a chama de velha, gorda, diz que ela não vai conseguir ninguém depois dele. É muito constrangimento e medo. Várias retiram a denúncia porque querem dar uma nova chance ao parceiro. Só que a agressão não para", disse.