Sim, nós tivemos o nosso Henry Louis Mencken. Não era o Paulo Francis, como muitos estimaram. Esse exemplar de que falamos foi "o imperador da crítica brasileira" (expressão usada por Drummond) entre os anos de 1940 e 1950, e o próprio Francis, um sucedâneo no métier, o saudou como exemplo de antiprovincianismo.
A partir de um "rodapé semanal" escrito no antigo 'Correio da Manhã', no Rio de Janeiro, Lins espraiou influência, polêmica, verve, ironia, destruição e construção no ambiente literário nacional. "E não há dúvida de que o sr. Álvaro Lins é, quimicamente falando, o crítico mais puro que existe hoje em dia no Brasil", disse o insuspeito crítico literário Antonio Candido.
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Álvaro Lins tinha como mote a ideia de que "certos ódios honram mais do que a solidariedade". Não os cultivava, mas quando eles o atingiam, se nutria deles para crescer no combate crítico. "Eu sou talvez o crítico que, nos seus artigos, menos fornece frases de elogios para a propaganda na capa dos livros", divertia-se. Brémond, Baléry, Joyce, Machado, Dostoievski, Mário de Andrade, Goethe, Flaubert: tudo passava pelo seu coador.