Belotur e Bombeiros se reúnem para discutir situação dos blocos de carnaval de BH

Corpo de Bombeiros nega alvará a grupos que propuseram trajetos sobre viadutos, perto de rios ou em áreas de inundação. Eles terão que mudar roteiro para participar da festa

Flávia Ayer/EM/DA Press - 28/02/2017
"ntre os blocos de grande porte que ainda não têm o alvará estão o Volta, Belchior, o Corte Devassa, o Pisa na Fulô, e Juventude Bronzeada (foto) (foto: Flávia Ayer/EM/DA Press - 28/02/2017)


Após a confirmação de que aproximadamente 20% dos blocos de rua que vão desfilar no carnaval de Belo Horizonte em 2018 ainda não conseguiram alvará do Corpo de Bombeiros, a prefeitura anunciou uma reunião para esta quinta-feira para discutir a situação dos grupos. 

Por meio de uma nota da Belotur, a prefeitura informa que recebeu uma série de sugestões e recomendações do Corpo de Bombeiros para alguns blocos carnavalescos. “Reforçamos que a preocupação primeira da Prefeitura, dos bombeiros e dos próprios blocos é com a segurança e não há de nenhum dos lados interesse em impedir qualquer desfile”, diz o texto. 

“Por esse motivo já havia uma reunião agendada para esta quinta-feira, dia 1º, às 11 horas, entre Belotur e Bombeiros. A pauta tratará de percursos pontuais que poderão passar por adequações em função da segurança”, explica o Executivo municipal. O encontro não será aberto à imprensa, conforme a Belotur, mas o resultado deverá ser divulgado ainda hoje. 

A maioria dos problemas encontrados pelos bombeiros se refere ao trajeto de blocos que passam por trechos considerados de risco, como áreas de inundação, próximo a ribeirões e em viadutos. Das agremiações que tiveram o pedido de alvará negado, 17 são consideradas de grande porte, por arrastar mais de 10 mil pessoas. Os grupos terão que fazer adequações no percurso e solicitar novamente o alvará. 

Uma mudança na legislação permitiu facilitar a concessão dos alvarás para as agremiações, mas sem perder a segurança. Por exemplo, não serão permitidos desfiles próximos à margem de rios, como o Ribeirão Arrudas. “Pedimos que os blocos tenham um mínimo de proteção para que as pessoas não sejam atropeladas pelo veículo e que mantenham uma certa distância de cada bloco e veículo para não haver acidentes”, disse nessa quarta-feira o coronel Cláudio Roberto de Souza, comandante do Corpo de Bombeiros.

A mudança da legislação para a liberação foi feita para evitar acidentes. “Houve blocos que faziam a comemoração próximo à margem do Ribeirão Arrudas. Sabemos que a bebida, alegria e exaltação podem gerar acidentes, não só em BH, mas no interior de Minas Gerais. Então, nossa legislação proíbe trajetos em que haja esse tipo de perigo para os foliões e profissionais que trabalham naquele bloco”, acrescentou o coronel.

Neste ano, 480 blocos foram cadastrados pela prefeitura. Se todos foram liberados, serão responsáveis por 550 cortejos. Segundo o Corpo de Bombeiros, 102 agremiações terão que fazer adequações nos desfiles para poder sair pelas ruas da capital mineira. “Esses blocos apresentaram propostas de trajeto passando por viadutos, onde as pessoas correm risco de cair, em locais com estreitamento de pista ou áreas de alagamentos. Então, terão que fazer um novo percurso. O Corpo de Bombeiros não quer impedir nenhum bloco de sair, mas garantir que o carnaval seja seguro”, disse o tenente Pedro Aihara, da Assessoria de Comunicação Organizacional do Corpo de Bombeiros.

Segundo Aihara, entre os blocos de grande porte que ainda não têm o alvará estão o Volta, Belchior, o Corte Devassa, o Pisa na Fulô, e Juventude Bronzeada. “Vale ressaltar que alguns já mandaram novos trajetos e é bem provável que sejam liberados, caso o percurso esteja de acordo”, finalizou o militar. 

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