Rodado em BH e Salvador, 'A cidade onde envelheço' vence Festival de Cinema de Brasília

Filme da diretora Marília Rocha, que narra percalços de portuguesas no Brasil, arrebatou quatro prêmios

por Estado de Minas 28/09/2016 09:11

O longa-metragem A cidade onde envelheço foi o grande vencedor do 49ª Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que terminou na noite desta terça-feira (27).

 

Dirigido por Marília Rocha, cineasta radicada em Minas há 20 anos, o filme ganhou quatro troféus: melhor longa-metragem, melhor direção, melhor atriz e melhor ator-coadjuvante. Juntos, os prêmios somam R$ R$ 135 mil.

Bianca Aun/Divulgação
Cena do filme 'A cidade onde envelheço', o grande vencedor do Festival de Cinema de Brasília (foto: Bianca Aun/Divulgação)
 

A produção, rodada em Belo Horizonte e Salvador, é marcada pela veia cômica e traz os olhares das amigas portuguesas Teresa e Francisca sobre as peculiaridades do Brasil. Durante a premiação, o produtor João Matos disse que o processo colaborativo do filme, que “foi intenso e rendeu belos frutos”.


Na categoria curtas e médias-metragens, venceu a animação “Quando os dias eram eternos”, de Marcus Vinicius Vasconcelos.

 

“É a primeira vez que uma animação ganha esse prêmio, e isso se deve ao trabalho de muitos artistas talentosos que abriram os caminhos”, afirmou o diretor.

 

“Está na hora de ter um longa de animação na mostra competitiva.”

 

Já o prêmio especial do júri ficou com o longa “Martírio”. “Se a situação está ruim para nós, imaginem para os índios”, opinou o diretor Vincent Carelli sobre a temática abordada. “Espero que esse filme seja um alerta para refletirmos que esse genocídio tem de acabar.”

Nesta quarta-feira (28), os dois longas-metragens vencedores nos júris oficiais serão exibidos gratuitamente no Cine Brasília. As transmissões serão às 19h para o campeão da Mostra Brasília (Catadores de história) e às 21h para o melhor filme da mostra competitiva (A cidade onde envelheço).

Carlos Moura/C.B./D.A Press
Premiados recebem o Troféu Candango na capital federal (foto: Carlos Moura/C.B./D.A Press)
 

A cerimônia de encerramento começou às 19h30, com a apresentação da Orquestra Popular Marafreboi, que misturou ritmos pernambucanos – como o frevo e o maracatu – em interpretação de “Praiera”, de Chico Science.

 

No final, por volta das 23h30, o grupo voltou a tocar no foyer do Cine Brasília. A festa teve ainda a exibição do longa pernambucano “Baile perfumado”, dos diretores Lírio Ferreira e Paulo Caldas, de 1996.

 

Homenagem

O encerramento teve ainda a entrega da medalha Paulo Emilio Salles Gomes, título dado a figuras de destaque na crítica e na difusão do cinema brasileiro, ao crítico e ator Jean-Claude Bernadet.

 

O prêmio leva o nome do cineasta responsável pela criação do Festival de Brasília, que completaria um século de vida neste ano.

 

O cineasta francês foi ovacionado de pé pela plateia e agradeceu a todos pelo momento. “Essa medalha resume minha vida. Paulo Emilio influenciou minha vida desde o nosso primeiro encontro”, emocionou-se.

 

“O festival foi a grande força da resistência no cinema, durante anos. De certa forma, neste, ele retoma sua vocação original: cultural e política.”

 

CONFIRA OS PREMIADOS:

FILME DE LONGA-METRAGEM
Melhor Filme de longa-metragem – R$ 100 mil: A cidade onde envelheço, de Marília Rocha
Melhor Direção – R$ 20 mil: Marília Rocha, por A cidade onde envelheço
Melhor Ator – R$ 10 mil: Rômulo Braga, por Elon não acredita na morte
Melhor Atriz –  R$ 10 mil: Elisabete Francisca e Francisca Manuel, por A cidade onde envelheço
Melhor Ator-Coadjuvante – R$ 5 mil: Wederson Neguinho, por A cidade onde envelheço
Melhor Atriz-Coadjuvante – R$ 5 mil: Samya de Lavor, por O último trago
Melhor Roteiro – R$ 10 mil: Davi Pretto e Richard Tavares, por Rifle
Melhor Fotografia – R$ 10 mil: Ivo Lopes, por O último trago
Melhor Direção de Arte – R$ 10 mil: Renata Pinheiro, por Deserto
Melhor Trilha Sonora – R$ 10 mil: Pedro Cintra, por Vinte anos
Melhor Som – R$ 10 mil: Marcos Lopes e Tiago Bello, por Rifle
Melhor Montagem – R$ 10 mil: Clarissa Campolina, por O último trago
Prêmio Especial do Júri Oficial: Martírio, de Vincent Carelli em colaboração com Ernesto de Carvalho e Tita

FILME DE CURTA OU MÉDIA-METRAGEM
Melhor Filme de curta ou média metragem – R$ 30 mil: Quando os dias eram eternos, de Marcus Vinicius Vasconcelos
Melhor Direção – R$ 10 mil: Fellipe Fernandes, por O delírio é a redenção dos aflitos
Melhor Ator – R$ 5 mil: Renato Novais Oliveira, por Constelações
Melhor Atriz – R$ 5 mil: Lira Ribas, por Estado Itinerante
Melhor Roteiro – R$ 5 mil: Fellipe Fernandes, por O delírio é a redenção dos aflitos
Melhor Fotografia – R$ 5 mil: Ivo Lopes Araújo, por Solon
Melhor Direção de Arte – R$ 5 mil: Thales Junqueira, por O delírio é a redenção dos aflitos
Melhor Trilha Sonora – R$ 5 mil: Dudu Tsuda, por Quando os dias eram eternos
Melhor Som – R$ 5 mil: Bernardo Uzeda, por Confidente
Melhor Montagem – R$ 5 mil: Allan Ribeiro e Thiago Ricarte, por Demônia – Melodrama em 3 atos
Premio Especial do Júri: Estado Itinerante, de Ana Carolina Soares

PRÊMIO DO JÚRI POPULAR

Melhor Filme de longa-metragem – R$ 40 mil: Martírio, de Vincent Carelli em colaboração com Ernesto de Carvalho e Tita
Melhor Filme de curta ou média-metragem – R$ 10 mil: Procura-se Irenice, de Marco Escrivão e Thiago Mendonça

 

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