O ano de 2023 trouxe mudanças que pegaram muita gente de surpresa. O vice-presidente Geraldo Alckmin sancionou a Lei nº 14.562, que mexeu no Código Penal e endureceu as penas para quem mexe nos números e placas dos carros sem autorização. A nova regra não está brincando: quem for pego pode passar de 4 a 8 anos na cadeia, além de pagar multa.
A lei nasceu da necessidade de combater criminosos que usam carros roubados com identidade falsa. Mas acabou afetando também quem gosta de personalizar o próprio veículo. Agora, até uma simples fita isolante na placa pode ser considerada crime. É uma mudança que mexe com um mercado inteiro e afeta desde o dono do carro até as oficinas.
Quais são as reações à nova legislação?
A nova legislação gerou reações diversas entre motoristas e proprietários de veículos modificados por razões estéticas ou técnicas. Com a ampliação do conceito de adulteração, ações antes consideradas inofensivas agora podem ser enquadradas como crime. Isso inclui adaptações em placas e substituições não homologadas de peças.
O Código de Trânsito Brasileiro já previa que circular sem placa é uma infração gravíssima, com multa e perda de pontos na CNH. No entanto, a nova lei intensifica a fiscalização e amplia as penalidades, o que gerou desconforto entre aqueles que valorizam a personalização de veículos, um aspecto cultural significativo no Brasil.
O que mudou na prática com a nova lei?

A principal novidade é que agora reboques e semirreboques também entraram na lei. Antes, só carros de passeio eram considerados. Qualquer alteração no chassi, motor, placa ou qualquer outro número de identificação virou crime grave. E não adianta falar que não sabia: quem compra, vende ou até mesmo transporta um veículo com sinais adulterados também pode ser preso.
A lei também foi mais específica sobre o que é crime. Além de “adulterar” e “remarcar”, agora “suprimir” também está na lista. Isso significa que apagar ou esconder qualquer numeração do veículo é crime. Até funcionários públicos que facilitam o licenciamento desses veículos podem ser responsabilizados.
Qual é o impacto real dessa mudança?
A lei tem dois lados da moeda. Por um lado, ela realmente pode ajudar a combater o crime organizado que usa carros com identidade falsa para roubar e traficar. Por outro, criou um clima de insegurança entre quem mexe em carro por hobby ou profissão.
O grande problema é que a lei usa termos genéricos como “qualquer sinal identificador”, o que pode gerar interpretações muito amplas. Isso significa que coisas simples, como trocar o logo da marca ou mexer em detalhes visuais, podem ser vistas como crime se o policial ou o juiz quiser interpretar assim.