Maria Lúcia Godoy, nascida em 2 de setembro de 1924, em Mesquita, Minas Gerais, deixou uma marca profunda na música brasileira. Sua voz, comparada a um pássaro em voo por Ferreira Gullar e descrita como “ouro que não se destrói” por Carlos Drummond de Andrade, atravessou décadas, encantando plateias no Brasil e no mundo. A cantora lírica faleceu em 15 de maio de 2025, em Belo Horizonte, cidade que se tornou seu lar e palco para o início de sua trajetória artística.
Com uma carreira que começou como solista do Madrigal Renascentista, em 1956, Maria Lúcia rapidamente se destacou. Suas interpretações cativaram públicos em diversos países e consolidaram seu nome como uma das maiores intérpretes de Heitor Villa-Lobos, com ênfase em obras icônicas como as “Bachianas Brasileiras nº 5”. Sua discografia, composta por 20 álbuns, inclui o marcante “Acalantos”, lançado em 2012.
Voz que desbravou palcos e corações
Maria Lúcia Godoy não foi apenas uma cantora foi uma embaixadora da música erudita brasileira, levando o repertório nacional a palcos internacionais. Seu trabalho ajudou a destacar compositores brasileiros e aproximou o público de obras que antes eram restritas a nichos especializados.
O que tornou sua carreira inesquecível
- Apresentações em diversos países, levando a música erudita brasileira além das fronteiras.
- Colaborações com renomados maestros e músicos, fortalecendo sua reputação como intérprete de referência.
- Interpretação magistral das “Bachianas Brasileiras nº 5” um marco em sua trajetória.

Além de sua atuação como solista, Maria Lúcia brilhou no Madrigal Renascentista, onde contribuiu para que a música clássica brasileira fosse respeitada e reconhecida. Sua versatilidade permitiu que transitasse entre o erudito e o popular, sem perder a autenticidade.
Muito além do erudito, ela também brilhou na música popular
Embora fosse mais conhecida por sua atuação na música erudita, Maria Lúcia Godoy também deixou sua marca na música popular brasileira. Em 1969, lançou o álbum “O Canto da Amazônia”, um projeto inovador que trouxe à tona a riqueza cultural do Norte do Brasil e mostrou sua capacidade de explorar diferentes estilos musicais.
Momentos que provam sua versatilidade
- Álbum “O Canto da Amazônia” (1969) com canções de compositores do Norte do país.
- Disco “Maria Lúcia Godoy e a Canção Popular Brasileira e Napolitana” (1979) com interpretações de clássicos da MPB.
- Adaptação a diferentes estilos mantendo sempre a qualidade e a identidade de sua voz.
Esses trabalhos reforçaram sua versatilidade, evidenciando que sua arte transcendia rótulos. Não importava se era uma ária de Villa-Lobos ou uma canção popular sua voz sempre carregava emoção e autenticidade.
O legado que ecoa para sempre
Maria Lúcia Godoy não foi apenas uma intérprete foi um símbolo de excelência na música brasileira. Sua voz, descrita como “ouro indestrutível”, ecoa não apenas em seus 20 álbuns, mas também na memória daqueles que tiveram o privilégio de ouvi-la.
Seu legado vai além de notas e partituras. É uma lição de como a música pode transcender fronteiras e gerações, unindo o erudito e o popular em uma só voz.
Maria Lúcia Godoy sempre será lembrada como uma das maiores intérpretes que o Brasil já teve.