No cenário do cinema de ação, poucos universos conseguiram se consolidar com tanta força quanto o da franquia John Wick. Desde 2014, o personagem interpretado por Keanu Reeves ganhou destaque mundial, oferecendo uma nova perspectiva sobre filmes repletos de coreografias intensas e uma atmosfera carregada de suspense. Em 2025, chega aos cinemas um spin-off bastante aguardado: Bailarina, produção dirigida por Len Wiseman, que tem como protagonista a atriz Ana de Armas.
O longa acompanha Eve, personagem que vivenciou uma tragédia familiar ainda na infância e, desde então, foi inserida em um universo de organizações secretas, códigos de conduta rígidos e treinamentos intensos. O novo capítulo procura ampliar as fronteiras desse universo, apostando em elementos já conhecidos pelos fãs, mas também traz desafios comuns a produções derivadas de grandes franquias, como a busca por uma narrativa própria e a necessidade de equilibrar homenagens com inovação.
O que diferencia ”Bailarina” dentro do universo John Wick?
A ideia central de Bailarina é explorar um novo perfil de protagonista em meio ao mesmo contexto de sociedades secretas e códigos de honra que consagraram John Wick. Eve, agora à frente da narrativa, representa uma tentativa de renovação, destacando-se não apenas pelo domínio das artes marciais, mas também pelo elemento do balé, referência direta à formação recebida dentro de uma rígida academia de assassinos. Essas escolas, compostas por treinamentos que misturam dança e combate, já foram apresentadas em diversas produções do gênero, mas retornam aqui com nova roupagem.
O filme utiliza recursos como coreografias bem trabalhadas e sequências de ação contínuas para transportar o espectador ao mesmo clima de tensão e imprevisibilidade. Embora as similaridades com a franquia principal sejam muitas, a experiência da nova protagonista busca entregar uma história mais pessoal, conectando emoção e disciplina em sua trajetória. Ainda assim, a presença de elementos familiares reforça a ligação da obra com o universo original, criando uma ponte para o público habituado ao estilo de John Wick. Além disso, a exploração de traumas psicológicos da protagonista insere uma camada a mais de profundidade emocional, diferenciando a abordagem do filme de outros títulos do universo.
”Bailarina” consegue criar sua própria identidade?
Uma das principais questões em análises recentes é se Bailarina apresenta uma voz única, distinta do legado estabelecido pela franquia original. O desafio torna-se evidente ao longo da trama, com referências recorrentes a personagens consagrados e situações comuns a outros filmes da série. Nos bastidores, a produção investiu em refilmagens e revisões de roteiro para aperfeiçoar cenas de ação e fortalecer a ligação com seu universo de origem, mas a necessidade de equilibrar novidade e tradição aparece em diversos momentos.
- Personagem principal: Eve passa por treinamentos intensos desde a infância e convive com a busca por justiça após eventos traumáticos em sua vida.
- Cenas de ação: A proposta do balé misturada à violência proporciona confrontos inovadores, como duelos com lança-chamas e lutas coreografadas ao estilo da dança.
- Participações especiais: A aparição de figuras da franquia principal, incluindo John Wick, reforça o elo com as obras anteriores, ainda que levante debates sobre a autonomia da narrativa de Eve.
Apesar dos esforços para criar uma trajetória própria, o filme em alguns momentos se apoia fortemente em fórmulas já conhecidas, tornando o desafio de se estabelecer enquanto spin-off ainda mais evidente. A protagonista interpreta de modo convincente cenas de luta e escapa de tramas excessivamente lineares, mas a narrativa oscila entre o novo e o já consagrado.
Quais elementos garantem destaque ao filme ”Bailarina”?
Entre os aspectos que chamam atenção em Bailarina, destaca-se a escolha de Ana de Armas para o papel principal, incorporando tanto a fisicalidade quanto a dualidade emocional exigida pela personagem. Sua atuação traz veracidade às cenas de combate, além de conduzir o espectador pelos dilemas enfrentados pela personagem. Outro ponto de destaque é a direção de Len Wiseman, já conhecido do público por outras obras de ação, como Anjos da Noite, que imprime ritmo e intensidade às sequências de ação.
- Coreografias de luta criativas, muitas vezes inspiradas no movimento da dança clássica.
- Atmosfera carregada por códigos de conduta, sociedades secretas e rituais próprios do universo criado em John Wick.
- Trilha sonora e fotografia que colaboram para construir o clima sombrio e elegante já característico da franquia.
No cenário atual do cinema de ação, a estratégia de expandir universos consolidados segue em alta. Bailarina, ao testar as possibilidades desse modelo, equilibra cenas marcantes, atuações intensas e o desafio de não apenas repetir fórmulas. Com uma trajetória marcada por perdas, busca por identidade e intensidade nas lutas, Eve se apresenta como uma figura que pode crescer no universo dos assassinos profissionais, indicando o potencial para novas histórias e capítulos futuros.
Como ”Bailarina” se conecta com os eventos e personagens dos filmes anteriores de John Wick?

Bailarina se passa entre os eventos de John Wick Capítulo 3: Parabellum e John Wick Capítulo 4, posicionando a história de Eve em meio a acontecimentos centrais do universo original. O filme expande o passado da famosa academia de balé apresentada brevemente em Parabellum e aprofunda relações com outros membros da máfia russa. Além disso, participações confirmadas de personagens como Winston (Ian McShane) e o próprio John Wick criam pontos de interligação com os filmes principais. Essa abordagem oferece aos fãs novas perspectivas sobre a teia de organizações secretas, sem necessariamente depender totalmente dos protagonistas clássicos. Fica clara, assim, a intenção de dar mais camadas ao universo e oferecer espaço para possíveis expansões no futuro, explorando nuances e subtramas apenas sugeridas nos filmes originais.
Quais desafios enfrentados pela produção reforçam a complexidade de criar um spin-off desse universo?
Desenvolver um spin-off no universo John Wick trouxe desafios não apenas no roteiro, mas também na manutenção da coesão estilística e narrativa. Houve reestruturações durante as filmagens, incluindo a saída da atriz originalmente escalada (Unity Phelan) e a entrada de Ana de Armas para o papel de Eve, além da necessidade de ajustar cenas de ação para corresponder ao elevado padrão da franquia. Nos bastidores, discussões sobre garantir autonomia ao novo filme, mas sem desconectar dos filmes principais, refletiram em constantes revisões no roteiro e na busca por um equilíbrio entre nostalgia e inovação. Esses pontos ressaltam não só o compromisso com os fãs, mas também a complexidade de construir uma expansão consistente em franquias de ação deste porte.






