O ano de 2024 foi marcado por significativas mudanças na economia brasileira, especialmente no que diz respeito à redução da desigualdade social. Políticas públicas, como o Bolsa Família, desempenharam um papel crucial nesse cenário. Um estudo da FGV Social, baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), destacou que a renda dos 50% mais pobres cresceu 10,7%, superando o aumento de 6,7% entre os 10% mais ricos. Esse movimento de redistribuição de renda teve impactos diretos na base da pirâmide social.
A Regra de Proteção do Bolsa Família, juntamente com a criação de empregos formais, foi um dos pilares desse progresso. A medida permite que famílias beneficiárias continuem no programa por até dois anos após conseguirem um emprego formal ou aumento de renda, proporcionando estabilidade e incentivando a formalização do trabalho. Em 2023, o programa já havia passado por uma reformulação significativa, com aumento de 44% no valor médio dos benefícios.
Como a regra de proteção do Bolsa Família impactou o mercado de trabalho?

A introdução da Regra de Proteção no Bolsa Família criou um ambiente de segurança para os beneficiários, eliminando o medo de perder o auxílio ao ingressar no mercado de trabalho formal. Isso permitiu que milhares de trabalhadores de baixa renda buscassem melhores oportunidades sem receios. Em 2024, a taxa de desemprego caiu para níveis historicamente baixos, contribuindo para um ciclo virtuoso de crescimento econômico.
Regiões como o Nordeste, tradicionalmente marcadas por desigualdades, lideraram os avanços. Estados como Sergipe e Pernambuco registraram aumentos expressivos na renda do trabalho, impulsionados pela formalização e pela maior escolaridade entre os trabalhadores mais pobres. A formalização do trabalho foi reforçada pela segurança oferecida pela Regra de Proteção, permitindo que muitos beneficiários integrassem o mercado com contratos regulamentados.
Quais foram os impactos econômicos e sociais do Bolsa Família?
O Bolsa Família, com sua reformulação e a introdução da Regra de Proteção, tornou-se um catalisador de mudanças estruturais na economia brasileira. Em 2024, o programa beneficiou diretamente 21 milhões de famílias, com um orçamento anual de R$ 14,2 bilhões. O aumento do poder de compra das famílias mais pobres impulsionou o consumo, beneficiando setores como varejo e alimentação.
No âmbito social, o programa contribuiu para a redução da pobreza extrema, com uma queda de 12% no número de pessoas abaixo da linha de miséria. Indicadores de saúde e educação também melhoraram, com aumento na frequência escolar e redução da desnutrição infantil entre as famílias beneficiárias. Esses avanços reforçam a importância do Bolsa Família como uma ferramenta de transformação social.
Quais são as perspectivas para 2025?
O sucesso das políticas de inclusão em 2024 abriu caminho para novas metas em 2025. O governo planeja expandir os programas de microcrédito, com foco em pequenos empreendedores beneficiários do Bolsa Família. Parcerias com bancos e cooperativas de crédito já estão em andamento, com previsão de liberar R$ 1,5 bilhão em financiamentos até o final do ano.
A capacitação profissional também seguirá como prioridade, com ampliação dos cursos técnicos e programas de educação de jovens e adultos. A meta é alcançar 2 milhões de trabalhadores capacitados até 2026, com foco em áreas de alta demanda, como tecnologia da informação, energias renováveis e construção civil. Essas iniciativas visam não apenas aumentar a empregabilidade, mas também promover a mobilidade social.