Demi Lovato revela dificuldades para conseguir ficar sóbria após overdose

A cantora ainda sofre com o vício, entretanto passou a consumir apenas bebidas alcoólicas e maconha na tentativa de conter danos 

Reprodução/YouTube/Demi Lovato  
Demi Lovato conta mais detalhes sobre a overdose que sofreu há três anos   (foto: Reprodução/YouTube/Demi Lovato  )
 
Demi Lovato em junho de 2018, lançou a faixa Sober em que a cantora confessava que não estava mais sóbria. E apenas um mês depois do seu lançamento a estrela foi vítima de uma overdose gravíssima que colocou sua vida em risco.  

A artista teve danos cerebrais e cegueira parcial, na série ela confirma que usou heroína, crack, metanfetamina e cocaína. Em 2021, a cantora revelou que ainda não consegue se manter totalmente afastada do mundo das drogas. No documentário, ela revela que "acabou com as coisas que vão me matar”. 
No entanto no documentário, Demi confessa que atualmente faz uso de álcool e fuma maconha com moderação. Lovato lançou o seu mais novo documentário, intitulado Dancing with the devil (Dançando com o diabo, em tradução livre), série que estreia na terça-feira (23/3) com quatro episódios.   
 
A ex-Disney revelou ainda outras polêmicas, como uma agressão sexual sofrida, na qual ela afirma ter perdido a virgindade em um estupro na adolescência. 
 
Mas, por que é tão difícil o tratamento de dependência química. Infelizmente, o vício é uma doença do cérebro e está relacionando com o sistema de retribuição, uma recompensa do nosso sistema nervoso que é uma rede de comunicações do organismo constituído de células nervosas (neurônios) que se comunicam por meio de sinais elétricos e químicos, denominados de neurotransmissores, responsáveis por enviar informações ao corpo humano. 
 
E um dos principais neurotransmissores do corpo é a dopamina, que está relacionada com diversas funções do nosso organismo, incluindo a sensação de humor e prazer. A dopamina é um mensageiro químico. 
 
De acordo, com a jornalista Bruna de Alencar do G1, que conversou com o psiquiatra Ricardo Amaral, coordenador do Programa de Álcool e Drogas do Instituto de Psiquiatria (IPQ) da Universidade de São Paulo (USP), explica a mensagem da dopamina. “Sempre que experimentamos algo prazeroso, como comer ou fazer sexo, os neurônios disparam uma sensação de prazer e somos incentivados a repetir a ação. É o que chamamos de sistema de recompensa”.  
 
O sistema de recompensa é o circuito ativado por diferentes situações, como comer, fazer sexo, fugir de algo perigoso, jogar vídeo game. 
 
“As drogas ativam rapidamente o sistema de recompensa. A diferença entre ativações normais e por drogas altamente viciantes é a intensidade e a velocidade”, esclarece Fábio Porto, neurologista do Hospital das Clínicas de São Paulo
 
A dependência química acontece quando o indivíduo tem impulsos recorrentes de utilizar determinada substância para obter a sensação de bem-estar e de prazer. 
 
“O estímulo que a substância produz no cérebro dificilmente será obtido com outras experiências e, com o uso contínuo, é possível que a pessoa fique muito vinculada emocionalmente à substância e deixe de fazer outras atividades que não trazem tanto prazer”, explica o psiquiatra Ricardo Amaral.   
 
Em entrevista exclusiva ao CBS Sunday Morning, na conversa com Tracy Smith, Demi contou detalhes sobre essa fase difícil na vida da cantora. “Os médicos me disseram que eu tinha de cinco a dez minutos. Tipo, se ninguém tivesse me encontrado, então eu não estaria aqui. Sou grata por estar sentada aqui hoje”, começou a cantora. E completou: Estou em recuperação por um monte coisas e estava sóbria, mas ainda miserável”, finalizou Lovato.  

Atualmente a situação de Demi Lovato é muito delicada. A cantora continuar a consumir álcool e maconha pode funcionar como uma técnica para reduzir danos, entretanto a cantora precisa reduzir o total consumo de substâncias seja ela lícitas ou ilícitas.  
 
Demi afirma que não quer a sua história sirva de exemplo. “Também não quero que as pessoas ouçam isso e pensem que podem sair e experimentar beber um cigarro ou fuma um baseado, sabe? Porque não é para todos. A recuperação não é uma solução única para todos”, disse a cantora no documentário. 
 
Ricardo Amaral, afirma que o tratamento para dependência química é continuo e pode ser revisto sempre de acordo com as necessidades de cada paciente.  
 
Confira o trailer oficial do documentário Dancing with the devil:  
 

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