Fascínio pela família real britânica inspirou duas séries que chamam a atenção na Netflix

Com abdicações, tragédias e megacasamentos, o clã Windsor supera as tramas de ficção

Estadão Conteúdo 03/01/2020 06:00
Netflix/divulgação
A família real, com o rei Jorge VI ao centro, acena para o povo na sacada do Palácio de Buckingham (foto: Netflix/divulgação)

 A centenária Casa de Windsor é a família real mais famosa do mundo – e também a mais fechada. O clã liderado pela longeva rainha Elizabeth II, de 93 anos, prosperou enquanto outras dinastias caíram graças a uma regra de ouro: sobreviver a qualquer custo.
 
Para manter o trono, os Windsor mantiveram intocadas suas tradições, liturgias e o rigoroso controle da árvore genealógica. Tudo sempre cercado de muita pompa e ostentação bancadas pelo cidadão britânico, que nunca reclamou disso. Pelo contrário.
 
A rotina da família sempre foi o maior orgulho (e fetiche) dos ingleses. E do mundo. O casamento de Charles e Diana, em 29 de julho de 1981, foi visto ao vivo pela TV por mais de 750 milhões de pessoas em 74 países.
Hoje, é possível mergulhar nos bastidores dos Windsor em duas frentes que se complementam, ambas na plataforma Netflix. A primeira é uma obra de ficção fiel à realidade: The crown, a série mais cara do mundo. Cada capítulo da última temporada custou cerca de US$ 125 milhões, o equivalente a cerca de R$ 500 milhões.
 
A verossimilhança fica clara com outra produção sobre a família real, esta documental: The Royal House of Windsor. Em seis capítulos, a atração começa na 1ª Guerra Mundial, quando o clã se renovou em meio ao intenso sentimento antialemão. Já em 1936 Edward VIII protagonizou a maior crise da realeza britânica ao abdicar do trono para se casar com uma divorciada, a socialite norte-americana Wallis Simpson.
 
A série documental ouviu especialistas, familiares e teve acesso a alguns dos documentos mais bem guardados do mundo.
 
Tanto em The crown quanto em The Royal House of Windsor o príncipe Charles é um dos capítulos mais interessantes. Se de longe ele parece um personagem apagado, de perto o futuro rei é uma figura inquieta, complexa e apaixonante. Um espírito livre moldado desde a infância para ocupar o trono.
 
Charles cresceu com a mãe distante e fria, sendo o pai rigoroso e durão. Durante sua juventude, o príncipe de Gales viveu a busca angustiante por uma esposa, que culminou no catastrófico casamento com Diana Spencer.
 
Aliás, Lady Di é desconstruída na série documental. Complexa e conturbada, a “rainha do povo” precisava estar o tempo todo no centro dos holofotes. Era total a incompatibilidade entre ela e Charles. The crown, já na terceira temporada, ainda não chegou a esse ponto, mas o documentário adianta o que vem pela frente. Diana morreu em 1997 devido ao fascínio doentio da mídia por seus passos. Já Charles segue em sua espera sem fim pelo trono. 

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