As armadilhas do tempo não salvam Somewhere between

Originalidade não é o ponto forte da série idealizada pela ABC e disponível na Netflix

por Carolina Cassese* 26/10/2018 08:40
Netflix/divulgação
(foto: Netflix/divulgação)

– Em sete dias, o assassino das mulheres da cidade afogará minha menina, Serena, na enseada Black Pine. Ajude-me a pegá-lo. É a única maneira de salvá-la – implora Laura.

– O que quer de mim? Você sabe o que vai acontecer, quando e onde. Você só precisa... Deixar o tempo se esgotar. Não a perca de vista – responde Nico.

– Não é como funciona. Não se pode fugir, é preciso lutar.

Idealizada pela ABC e disponível na Netflix, Somewhere between conta a história da jornalista Clara (Paula Patton). Ao tentar descobrir a identidade do serial killer mais perigoso da cidade, a filha dela, Serena (Aria Birch), é sequestrada e assassinada. Três meses se passam, o crime não é solucionado e Paula mergulha na depressão.

De repente, bem no estilo O feitiço do tempo (clássico que inspirou o longa A morte te dá parabéns, lançado recentemente), Clara acorda cinco dias antes da data em que Serena será morta. Luta para impedir a tragédia com a ajuda de Nico (Devon Sawa), que também tem a consciência de que voltou no tempo. Os dois empreendem uma jornada para descobrir o assassino.

Definitivamente, originalidade não é o ponto forte da trama, que apresenta diálogos fracos e situações forçadas. É difícil criar empatia com os personagens, até mesmo os protagonistas. Serena é irritante em várias situações. Porém, na metade da temporada, ocorre uma virada interessante, que consegue prender a atenção. O final soluciona bem questões apresentadas ao longo dos 10 episódios. Mas não dá gancho para outra temporada, já descartada pela ABC.

* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria

MAIS SOBRE SERIES-E-TV