Nona temporada de 'The walking dead' tenta retomar o pique inicial da série

Classificada como 'lenta' e 'repetitiva' na temporada anterior, narrativa deve se reaproximar dos quadrinhos que a originaram e reforçar protagonismo feminino

por Carolina Cassese* 05/10/2018 07:00
The Walking Dead/Divulgação
(foto: The Walking Dead/Divulgação)
Repetição, desperdício e ritmo lento. É dessa maneira que muitos críticos definiram a oitava temporada de The walking dead. O Rotten Tomatoes, um dos principais sites de crítica cultural dos EUA, avaliou os últimos episódios com 66% – a “nota” vai de 0 a 100%. “Os personagens foram usados como ferramenta para um drama fácil, interrompendo seus arcos de desenvolvimento”, escreveu Charles Bramesco, do The New York Times. A audiência caiu. Still gotta mean something marcou 6.30 pontos, o pior índice atingido por um capítulo da produção. No entanto, produtores da série e alguns críticos que viram os novos episódios garantem: a nona temporada, que estreia domingo (7), no canal Fox Premium, vai surpreender positivamente.

Desenvolvida por Frank Darabont e protagonizada por Andrew Lincoln, a série se passa em um mundo pós-apocalíptico dominado por mortos-vivos. Com a narrativa centrada nos sobreviventes, que buscam refúgios enquanto fogem dos zumbis, a primeira rodada conquistou uma legião de fãs. Em 2010, tornou-se a temporada inicial de série dramática mais vista de todos os tempos nos EUA. Mais tarde, o recorde foi superado por Fear The walking dead.

Quando uma série é bem-sucedida comercialmente, a indústria norte-americana trata de prolongá-la. Mesmo que o enredo demande temporadas mais curtas e episódios enxutos, o espectador é obrigado a lidar com capítulos longos e arrastados. Foi o que ocorreu especialmente a partir da quarta rodada de The walking dead. A história se tornou repetitiva, com personagens cada vez menos desenvolvidos.

HQ Os fãs também reclamaram da relação distante com os quadrinhos, assinados por Robert Kirkman e Tony Moore, a inspiração inicial da série. Esse é um dos principais pontos que devem ser revertidos na nona temporada, composta por 16 episódios. Personagens relevantes na HQ, Magna (Nadia Hilkes), Yumiko (Eleanor Matsuura) e as irmãs Kelly (Angel Theory ) e Connie (Lauren Ridloff) serão incluídas na produção. A partir do salto temporal de um ano após a Guerra Total, a narrativa se aproximará dos quadrinhos.

Outra mudança anunciada diz respeito ao protagonismo feminino. Antes roteirista, Angela Kang se tornou showrunner nesta temporada. “Você verá alguns novos personagens dos quadrinhos, mulheres que são incrivelmente fortes. Ter algo menos do que isso é contar uma história manca. Este momento político clama por representatividade. Quando você não tem personagens femininas fortes, está contando histórias estúpidas”, afirma o diretor de conteúdo, Scott Gimple.

* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria

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