Curta o carnaval com muita alegria, mas também de olho na saúde sexual; entenda

Folia já começou, muita gente pulando atrás dos blocos e trios elétricos pela cidade e esquecendo das doenças sexualmente transmissíveis

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Este folião aderiu aos cuidados com as DST e se vestiu de camisinha! (foto: Flickr)

Pois é, só que hoje vou tocar em um assunto que é motivo de muita preocupação para a saúde pública. Trata-se das infecções sexualmente transmissíveis (IST) ou doenças sexualmente transmissíveis (DST),  muitas delas silenciosas e que têm incidência crescente na população.

 

As IST são o principal fator facilitador da transmissão do HIV, aumentando em três vezes o risco de adquirir o vírus.  Durante a gestação, as IST podem ser transmitidas ao feto, causando importantes lesões e até mesmo causando a interrupção da gravidez.

Algumas IST, se não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves e a morte. Relacionei abaixo algumas infecções sexualmente transmissíveis muito importantes e para as quais todos devem estar muito atentos neste carnaval.

- Infecção por HIV - Todos os anos, entre 35.000 a 40.000 novos casos de infecção pelo HIV são diagnosticados no Brasil, observando-se um aumento entre jovens de 15 a 24 anos e em maiores de 50 anos. Todas as mulheres e homens com vida sexual ativa que não usam preservativos durante as relações , independentemente do número de parceiros, estão em risco de se infectarem pelo HIV. Porém, as pessoas expostas a maior risco de aquisição do virus, como tendo múltiplos parceiros e usuários de drogas injetáveis, precisam ser testadas pelo menos anualmente.

No caso de contato sexual desprotegido, em até 72 horas (quanto antes melhor) deve-se procurar o Centro de Testagem e Aconselhamento da Prefeitura de Belo Horizonte para realizar o teste rápido para HIV, sífilis e hepatites B e C.  Aos que tiverem resultado negativo, será oferecida a quimioprevenção para HIV, também conhecido como Coquetel,  que deverá ser usado por 28 dias. O teste deve ser repetido em 30 dias. Após 72 horas do contato sexual desprotegidom, não há mais indicação de quimioprevenção.


- Sífilis - Dados da Secretaria Estadual de Saúde indicam que, nos últimos anos, a taxa de sífilis adquirida aumentou 432%. Após uma média de 21 dias do contato sexual, forma-se uma lesão única, rosada ou ulcerada, pouco dolorosa e de base endurecida com fundo liso e brilhante conhecida como cancro duro. Se não tratada, a lesão desaparece sem deixar cicatriz. Na mulher, é mais comum nos pequenos lábios, paredes vaginais e colo do útero.

 

Cerca de 4 a 6 semanas depois do desaparecimento, ocorrem manchas avermelhadas na pele. Caso não tratada, a sífilis evolui para lesões neurológicas, vasculares e articulares graves entre 3 e 12 anos depois. Infelizmente, em gestantes, a sífilis pode ser transmitida ao feto ocasionando lesões muito graves.

Existem outras infecções sexualmente transmissíveis que também merecem atenção, como gonorreia, herpes genital, cancro mole e outras. A presença de lesões na região genital é motivo urgente para consulta médica e tratamento adequados.

Nunca é pouco lembrar que a melhor forma de controlar as IST é através do sexo seguro e uso de preservativos, além de prevenir uma gravidez indesejada.

Curtam bastante o carnaval e com muita responsabilidade! 

 

Se você tem dúvidas e sugestões, mande pra marcoszagury@hotmail.com