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Tabagismo e problemas circulatórios: o que é importante saber?


A relação entre o hábito de fumar e os problemas de circulação já está muito bem documentada em inúmeros trabalhos científicos. Pode-se afirmar que grande parte das doenças circulatórias e das doenças relacionadas aos hábitos de vida atuais também estão diretamente relacionadas ao tabagismo.



O infarto agudo do miocárdio (IAM), o derrame cerebral (AVC), as amputações em membros inferiores, os aneurismas da aorta, o câncer de pulmão e o câncer de bexiga são alguns exemplos das doenças mais comuns causadas diretamente pelo tabagismo.
 
Embora a Ciência tenha demonstrado de forma inequívoca os graves prejuízos decorrentes do consumo do tabaco, seu uso continua a aumentar mundialmente, principalmente entre a população mais jovem.

Cerca de 10% das mulheres e 18% dos homens são tabagistas. Segundo dados do INCA ( Instituto Nacional do Câncer), cerca de 428 pessoas morrem por dia no Brasil por causa do tabagismo e cerca de 10% de todas as mortes registradas no país são atribuíveis ao consumo do tabaco. Ao todo, 156.000 mortes poderiam ser evitadas todos os anos caso o uso do tabaco fosse abolido.



As mais de 4700 substâncias tóxicas existentes no cigarro são extremamente prejudiciais à saúde. Com relação às doenças circulatórias, sabe-se que 25% dos casos de infarto do miocárdio e quase 50% dos derrames cerebrais estão diretamente ligados ao hábito de fumar. Pode-se afirmar que o cigarro é um dos maiores causadores de doenças cardiovasculares.
 
O cigarro provoca uma lesão da camada interna dos vasos sanguíneos, que é constituída por uma fina camada de células chamada de endotélio. Essa lesão interfere na produção das substâncias protetoras produzidas pelo endotélio, entre elas o óxido nítrico. A falta dessa substância protetora irá propiciar a deposição de gorduras no interior dos vasos, a aterosclerose.
Como consequência da aterosclerose, os vasos sanguíneos ficarão estreitados ou obstruídos, levando então ao infarto, derrame e amputações de membros.

Essa lesão da camada dos vasos pelas substâncias tóxicas do cigarro causa um enfraquecimento da parede das artérias e sua consequente dilatação, o que leva à formação dos aneurismas da aorta abdominal, tema já abordado em coluna anterior aqui no portal. O tabagismo, além do fator hereditário, é o principal agente causal dos aneurismas da aorta.



Qualquer tipo de tabaco ( cigarro comum; cigarro de palha; cigarro eletrônico; charuto; cachimbo) pode estimular a formação de novas placas de aterosclerose nas artérias. Os homens fumantes tem três vezes mais chances de ter um IAM se comparado aos não fumantes, sendo que nas mulheres esse risco torna-se ainda maior. Deve-se ressaltar que o fumante passivo também tem um risco aumentado de desenvolver essas doenças relacionadas ao tabagismo. Esse risco no fumante passivo é de cerca de  aproximadamente 30% a mais do que uma pessoa que não se expõe à fumaça do cigarro.

A única forma de reduzir as chances de problemas circulatórios é parar de fumar. Para facilitar esse processo, que sempre é muito difícil, há opções de medicamentos, adesivos de nicotina e terapias em grupo. A orientação e acompanhamento por um médico são indispensáveis. Acima de tudo, o bom resultado e o sucesso vão depender da determinação e força de vontade do fumante.
 
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