COVID-19 e o impacto da redução da mobilidade para os idosos

Veja cinco orientações e sugestões importantes para atenuar esse impacto durante a pandemia

Governo de São Paulo/Divulgação
(foto: Governo de São Paulo/Divulgação)

Um dos maiores problemas causado aos idosos pelo isolamento social é a redução da mobilidade. Todos nós sabemos como é importante termos uma vida o mais ativa possível e para termos essa vida ativa precisamos nos envolver em atividades mentais, artísticas, sociais e devemos nos ocupar também com atividades físicas. 
 
Mens sana in corpore sano, em Latin, é uma citação do poeta romano Juvenal, em sua sátira X. Essa citação foi uma resposta dada por esse poeta à seguinte pergunta: "O que as pessoas deveriam desejar da vida?"  - Uma mente sã em um corpo igualmente saudável. 

Para conversar um pouco sobre o impacto da redução da mobilidade para os idosos e formas de contornarmos esse problema, convidei a fisioterapeuta Lydiana Maria Pessoa Alves, especialista no cuidado dos mais mais velhos, para compartilhar conosco seu conhecimento e experiência. Abaixo segue nossa conversa.
 
Quais os riscos da redução da mobilidade para os idosos?
Os riscos são inúmeros, desde o maior risco de quedas até a total dependência. Um dos elementos que determinam a expectativa de vida ativa com qualidade é a independência para realização das atividades habituais e para isso é preciso manter o maior grau de mobilidade possível. 

Idosos que permanecem  inativos apresentarão maior propensão à quedas e diminuição da força muscular e da flexibilidade, além de dificuldades para realização de atividades diárias. Como consequência disso, alterações de vários sistemas corporais poderão acontecer, levando a perda da independência, diminuição da motivação, menor autoestima, e isso tudo impactará sua saúde como um todo e a qualidade de vida.

Você tem visto problemas causados por essa situação atualmente? 
Com certeza! Com o isolamento social, muitos idosos tem permanecido mais inativos, passam a maior parte do tempo sentados nas poltronas ou até mesmo deitados. Com isso, eles tem apresentado mais queixas de dores na coluna,  fraqueza muscular em membros inferiores, piora do equilíbrio, quedas mais frequentes, maior cansaço devido ao baixo condicionamento físico, menor disposição, e maior incidência de sintomas depressivos.

Que sugestões e orientações você acha importante compartilhar com os idosos que reduziram seu nível de atividade, nesse momento?
No atual momento, é de extrema importância que continuemos com o isolamento social, mas isso não quer dizer que não podemos continuar ativos! 
Algumas atividades simples são capazes de ajudar o idoso a se manter mais ativo:
- Realizar de 10 a 15 min de caminhada no quintal, ou até mesmo dentro de casa. Isso pode ser feito de uma a várias vezes ao dia, dependendo da condição de cada um. 
- A cada 2 horas parado, levantar e movimentar-se, realizar alguma atividade da casa, alongar, andar, por exemplo. 
- Aqueles idosos que já foram orientados por seu fisioterapeuta e tinham o hábito de realizar exercícios antes da pandemia, agora é o momento de dar continuidade a esses exercícios. 
- Uma outra sugestão é aproveitar as redes sociais. Atualmente temos vários profissionais de Fisioterapia e Educação Física engajados em oferecer dicas de exercícios para serem feitos em casa.
- Os atendimentos online e semipresenciais, em que o idoso comparece para uma consulta de avaliação e posteriormente é acompanhado por telemonitoramentos, também são boas opções. 
O mais importante é intervir o mais precocemente possível, para assim evitarmos a instalação de complicações na saúde do idoso e possibilitar maior função, independência e qualidade de vida.
 
Vamos nos mexer? 

Tem alguma dúvida ou gostaria de sugerir um tema? Escreva pra mim: julianacicluz@gmail.com