Nova droga no tratamento da doença renal crônica associada ao diabetes

A grande vantagem da finerenona é ter melhor efeito clínico comprovadamente com redução de mortalidade e menos efeitos indesejáveis

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(foto: MDHealth.com.br/Reprodução )

Nos últimos anos temos presenciado o lançamento de novas drogas que  revolucionaram o tratamento dos pacientes portadores de diabetes, insuficiência cardíaca e doença renal crônica.
 
No Brasil, acaba de ser lançada uma nova droga, que protege o rim do diabético melhorando a sobrevida tanto dos portadores de doença renal crônica, quanto dos pacientes diabéticos, porque um dos mecanismos de morte do paciente diabético , como sabemos é a falência renal. Pacientes  com doença renal crônica e diabetes mellitus tipo 2 tem três vezes mais chances de morrer de causas cardiovasculares do que aqueles que
apresentam apenas o diabetes mellitus.

 
É do nosso conhecimento que a hiperativação do receptor mineralocorticoide está associada a doenças renais e cardiovasculares, que frequentemente coexistem como doença cardiorrenal. Hoje vamos falar da finerenona, um antagonista seletivo não esteroidal do receptor mineralocorticoide e seus efeitos no doente renal crônico diabético tipo 2 (não insulinodependente ).
 

A grande vantagem dessa nova droga é ter melhor efeito clínico comprovadamente com redução de mortalidade e menos efeitos indesejáveis em relação à espironolactona, que é a droga semelhante disponível no Brasil.
 
No primeiro estudo clínico com essa droga, o estudo FIDELIO-DKD, a finerenona melhorou os desfechos (objetivo de um estudo clínico) renais em pacientes estágio 3 ou 4 da doença renal, com importante albuminuria(perda de albumina na urina é um marcador sensível de
doença renal e também de doença cardiovascular) e diabetes tipo 2 (ou seja , população de alto risco para doença renal).
 
O novo estudo o FIGARO -DKD, apresentado no congresso da European Society of Cardiology em 2021, os autores avaliaram se o tratamento com finerenona seria eficaz em reduzir eventos cardiovasculares e morte por causas cardiovasculares em pacientes com doença renal crônica em estágios 2 a 4 e moderada a grave perda de albumina na urina ou estágios 1 ou 2 com perda de albumina na urina (albuminuria) muito grave, que não foi estudada no estudo anterior o FIDELIO -DKD.

Nesse estudo, foram alocados 7437 pacientes de 48 países com idade superior a 18 anos com diabetes mellitus tipo 2 e doença renal crônica que preenchessem os critérios de perda de albumina na urina de moderada a grave.

Após alguns ajustes de drogas os pacientes foram randomizados (recebema droga
aleatoriamente) para receberem placebo (droga inativa) ou finerenona.

O desfecho primário (principal resultado que é medido no final de um estudo para determinar se o tratamento específico funcionou) do estudo era: morte por causa cardiovascular , infarto agudo do miocárdio não fatal, derrame cerebral não fatal ou hospitalização por insuficiência cardíaca.
 
Em relação ao desfecho primário houve redução muito significante no grupo da finerenona. A taxa de eventos adversos foi similar nos dois grupos . A taxa de potássio elevado foi maior no grupo finerenona, mas nenhum caso resultou em morte.

Os resultados desse estudo mostraram, então, que entre pacientes diabéticos tipo 2, com doença renal crônica, a finerenona reduziu o risco de morte por causa cardiovascular , infarto do miocárdio, derrame cerebral e hospitalização por insuficiência cardíaca .

Essa nova droga que promete tratar de uma maneira mais otimizada os nossos pacientes diabéticos com doença renal cronica, já está em comercialização no Brasil com o nome de FIRIALTA .