Terceira dose da vacina de COVID-19 para pacientes oncológicos

Evidências apontam para duração relativamente curta da vacina em nível de anticorpos e em possível benefício com aplicação de dose adicional em imunodeprimidos

Carolina Vieira 10/09/2021 06:00
Leandro Couri/EM/D.A Press
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Desde o começo da pandemia da COVID-19, uma questão que está sendo bastante discutida é a resposta vacinal de pessoas expostas a imunossupressores como, por exemplo, tratamentos quimioterápicos. Será que esses pacientes desenvolveriam a mesma resposta, com proteção duradoura, desenvolvida em indivíduos não imunossuprimidos? Embora não haja grandes estudos sobre esse tópico, algumas evidências apontam para uma duração relativamente curta em títulos de anticorpos e em possível benefício com aplicação de uma dose adicional.

Desta forma, em pessoas imunodeprimidas - como pacientes oncológicos ou recém-transplantados - ficou demonstrado que essa dose de "lembrança" é conveniente, mas não tanto como reforço, e sim porque suas defesas não respondem de maneira suficiente às duas doses habituais.

Além de pacientes oncológicos que realizaram tratamento quimioterápico ou radioterápico nos últimos seis meses, outros critérios prioritários para a terceira dose foram definidos pelo Ministério da Saúde:

- Pessoas transplantadas de órgão sólido ou de medula óssea;

- Pessoas com HIV e CD4 < 350 células/mm3;

- Pessoas com doenças reumáticas imunomediadas sistêmicas em atividade e em uso de dose de prednisona ou equivalente > 10 mg/dia ou recebendo pulsoterapia com corticóide e/ou ciclofosfamida;

- Pessoas em uso de imunossupressores ou com imunodeficiências primárias;

- Pessoas com neoplasias hematológicas.

O Ministério da Saúde aconselha que os pacientes imunossuprimidos devem ser vacinados quando a doença estiver controlada ou em remissão como também em baixo grau de imunossupressão ou sem imunossupressão, preferencialmente.O Ministério também afirmou que o reforço deveria ser feito preferencialmente com a vacina da Pfizer, mas também poderão ser utilizadas a vacina da AstraZeneca e Janssen.

Destacam ainda que a decisão da revacinação nos pacientes deve ser individual, levando em consideração alguns aspectos como faixa etária, a doença de base, os graus de atividade e imunossupressão, além das comorbidades, e que seja feita preferencialmente sob orientação de médico especialista.

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