Entenda a relação entre obesidade e câncer

Como a perda de peso pode diminuir as chances de neoplasias

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Obesidade continua a ser um dos problemas críticos de saúde em todo o mundo. Cerca de um terço da população mundial é considerada com sobrepeso ou obesidade. Se a tendência continuar inabalável, o excesso de peso e a obesidade em todo o mundo deverá atingir aproximadamente 60% das pessoas.



O Brasil já é considerado em algumas estatísticas como o 4º país do mundo em número de obesos, ficando atrás dos Estados Unidos, China e índia. Muitas consequências para a saúde resultam desse aumento da obesidade.

Acredita-se que cerca de 20% dos casos de tumores malignos no mundo ocorram exclusivamente por conta da obesidade e esse fator de risco para câncer vem inclusive ultrapassando o tabagismo. Evidências emergentes sugerem que a perda de peso no adulto reduz o risco de câncer.

Estudos que avaliaram pacientes que obtiveram sucesso na regularização de seu peso (incluindo cirurgia bariátrica) demonstraram diminuição das chances de câncer com o controle da obesidade. 

A relação entre obesidade e câncer tem sido demonstrada em inúmeros estudos científicos. Entre os vários tipos de tumores associados ao excesso de peso (em maior ou menor grau de associação), podemos citar: intestino, mama, corpo do útero (endométrio), rim, esôfago (o subtipo histológico adenocarcinoma), fígado, pâncreas, tireoide, linfoma não Hodgkin e mieloma.  

Do ponto de vista biológico, a relação entre câncer e obesidade é complexa, mas envolve a insulina, fatores de crescimento semelhantes à insulina, hormônios sexuais e adipocinas. O aumento dessas substâncias, que ocorre no obeso, provoca uma mudança no ambiente celular que pode promover o crescimento do tumor. 

Para pacientes já diagnosticados com câncer, o excesso de peso também pode prejudicar a tolerância aos tratamentos e aumentar a chance de recaída do tumor. Portanto, é importante também o estÍmulo à perda de peso nesta população, visando melhores resultados oncológicos.

A obesidade é um problema multifatorial, envolvendo predisposição genética e, principalmente, fatores ambientais. Além disso, na maioria das vezes, há associação com o sedentarismo. Dessa forma, a abordagem dessa questão deve ser multidisciplinar, envolvendo profissionais médicos, nutricionistas, psicólogos e educadores físicos.

O apoio da família e de amigos também é imprescindível, pois contribui para que o paciente possa levar as mudanças propostas pelos profissionais de saúde para o seu convívio familiar e social.