É possível engravidar com ovários policísticos?

Especialista explica a síndrome, que atinge cerca de 20% das mulheres em idade fértil. Tratamento clínico pode trazer bons resultados para quem sonha com a maternidade

22/08/2019 11:45
Hipertexto/divulgação
Síndrome do ovário policístico (foto: Hipertexto/divulgação)
Uma doença comum, que atinge cerca de 20% das mulheres em idade fértil e pode implicar na dificuldade de engravidar, a Síndrome dos Ovários Policísticos tem tratamento. Quem explica é a médica ginecologista Cláudia Navarro, especialista em reprodução assistida.

Para começo de conversa, é preciso chegar ao diagnóstico

Navarro destaca que sintomas como distúrbios no ciclo menstrual e obesidade, muitas vezes acompanhados de acne e aumento da quantidade de pelos, podem indicar a chamada Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP). 
 
 
Uma das condições clínicas mais comuns dentre as disfunções endócrinas que afetam mulheres em idade reprodutiva, de acordo com dados divulgados pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia – Febrasgo, a doença tem tratamento.

Relação com hormônios


A especialista informa que o tratamento pode ser feito com ênfase em um de três objetivos, dependendo de qual seja o predominante em cada paciente: "a regularização do ciclo menstrual, o tratamento da infertilidade ou a melhora da pele e do hirsutismo (excesso de pelos, com características masculinas)", enumera.

Na prática, revela, é preciso reduzir a produção e a circulação de hormônios androgênios. Quando necessário, há indicação de medicamentos que diminuam a resistência à insulina. Segundo a especialista, o objetivo é proteger o endométrio dos efeitos da constante exposição de estrógenos; evitar os efeitos da superinsulinemia para o organismo; induzir a ovulação para alcançar e manter a gravidez e ainda oferecer suporte para controle do peso ideal.

Por fim, Cláudia Navarro ressalta que "no caso das mulheres que não têm sucesso nos tratamentos convencionais, existem duas opções bastante eficazes: Inseminação Artificial (IA) ou Fertilização in vitro (FIV)". 

No caso da Inseminação Artificial, a paciente deve usar medicamentos para induzir a ovulação, formando, no máximo, três folículos (que contêm os óvulos). No momento da ovulação, o sêmen é coletado, preparado e transferido para o interior do útero, onde os espermatozoides terão que chegar até as tubas uterinas, encontrar os óvulos e fertilizá-los, formando assim um embrião.