É possível melhorar o sexo na menopausa?

Especialista dá dicas e informações para a mulher se manter ativa e ter prazer após o climatério

por Estado de Minas 23/05/2019 11:52
Bowdenimages/istock
(foto: Bowdenimages/istock)

Uma dúvida ronda as mulheres que já chegaram ou caminham para a menopausa: a mudança hormonal afeta a libido e o prazer?  
Certamente, existem mudanças no corpo com o fim do ciclo reprodutivo, que ocorre, em média, entre os 45 e 55 anos. Mas a médica ginecologista Juliana Pierobon, da Altacasa Clínica Médica, esclarece que com acesso a algumas informações e visitas de controle ao consultório é possível, sim, minimizar os sintomas do climatério e manter a vida sexual ativa e prazerosa.     
 
 
Ela explica que, diante das alterações hormonais (com redução nos níveis de estrogênio e testosterona), o desejo sexual tem efeito ioiô. Ocorrem sintomas como ressecamento vaginal (redução de lubrificação) e diminuição da libido. A queda nos níveis de estrógeno pode levar também à perda de elasticidade da parede vaginal. A vagina, a vulva e o trato urinário inferior tendem à atrofia. 
A médica explica: “A diminuição do estrogênio e da testosterona influenciam na cognição, na sensibilidade e na textura da pele e mucosas, bem como na motivação sexual. A fisiologia se modifica, mas a resposta sexual ainda existe. Ela está apenas mais lenta.  Por isso, buscar orientações de um médico ginecologista pode ajudar muito”.

Altacasa/divulgação
Juliana Pierobon (foto: Altacasa/divulgação)
 
 
Juliana lembra ainda que a vida sexual pós-menopausa também tem muito a ver com a parte emocional e não apenas com os hormônios. "As mulheres devem derrubar o tabu de que a partir da menopausa terá uma vida sexual ruim. O acompanhamento ginecológico adequado é fundamental para minimizar os sintomas e assegurar um sexo prazeroso", afirma a especialista. 
 
Orgasmos A ginecologista discorre que, a partir dos 65 anos, as mulheres podem ter orgasmos diferentes, com sensações menos intensas. Além disso, diversas áreas do corpo podem deixar de ser sensíveis ao toque.
 
LJ Nova Scotia/Pixabay
(foto: LJ Nova Scotia/Pixabay)
 
 
Para a especialista, uma mulher saudável, motivada, em um bom relacionamento a dois, tem mais disposição para o sexo. Já quem viveu relacionamentos não tão gratificantes, acumulou mágoas ou adquiriu doenças ao longo da vida, como depressão e hipertensão, ou as que tomam medicamentos que interferem na libido, podem ter o desejo comprometido. O mesmo pode ocorrer com quem passa por situações estressantes, como a saída dos filhos de casa e a aposentadoria.
 
Juliana Pierobon alerta que as mulheres devem se esforçar para manter uma atitude positiva diante da velhice, aproveitando as vantagens da prática do sexo na maturidade, com mais tempo para curtir o parceiro e sem as ilusões da juventude. "Muitas vezes, o tema é tabu, as mulheres têm vergonha de falar a respeito ou mesmo os profissionais acreditam que a sexualidade das mulheres idosas é inexistente. No entanto, com com orientação adequada e medicamentos, a vida de muitas mulheres pode aflorar da noite para o dia, aumentando sua autoestima e bem-estar", encerra.

Veja dicas para uma vida sexual mais prazerosa na terceira idade: 

- Uso de lubrificante na hora do sexo facilita a penetração e a torna mais prazerosa
- Uso frequente de creme intravaginal a base de estriol – por indicação do ginecologista – combate o ressecamento interno da vagina e melhora a elasticidade da muscosa vaginal
- Tratamentos com laser vaginal melhoram a atrofia genito-urinária a longo prazo e podem ser indicados pelo ginecologista
- Terapias e exercícios físicos melhoram o emocional e o físico e podem ajudar na hora do sexo
- Beber bastante água pode ajudar na produção de fluidos necessários a uma boa relação sexual
- A aceitação do próprio corpo é fundamental para se sentir segura junto ao parceiro; além de um entendimento mais amplo do sexo, além da penetração