Mudar é um ato de coragem. Mergulhe em 2019 com força para praticar reviravoltas!

O mundo está em constante mudança e a nossa vida também. Impossível impedi-la. O que nos cabe é a sabedoria da escolha, a certeza do desejo e a perseverança em arriscar sem perder a essência

por Lilian Monteiro 07/01/2019 13:57

Arquivo Pessoal
Ao lado de Pedro Lucas, personagem de seu filme, Sérgio Utsch disse que descobriu novas possibilidades ao buscar repaginar sua vida (foto: Arquivo Pessoal )

Como canta Caetano “(...) rapte-me camaleoa... adapte-me, capte-me (...)”. Notável pela capacidade de se adequar ao ambiente em que se encontra, o camaleão simboliza mudança, flexibilidade e evolução pessoal. Dois mil e dezenove chegou e, com ele, os anseios de um ano novo. Mudar: verbo transitivo direto e indireto, intransitivo e pronominal, logo, dependerá do contexto para saber empregá-lo. Ou seja, como você se encaixa quando o assunto é mudança? Você é daquele que veste a pele de um camaleão ou só de pensar em mudar lhe dá calafrios?

Apresentamos personagens que prometeram mudar em 2017 e concretizaram o sonho em 2018. Há quem planejou o segundo filho e fez a primeira viagem internacional ao lado da mulher, conquistou o emprego dos sonhos, pediu demissão de um emprego público para viver uma paixão e buscou uma jornada espiritual longe de uma multinacional. São exemplos para inspirar você a mergulhar já em 2019 forte o bastante para colocar em prática as possíveis reviravoltas que pretende dar em sua vida nos próximos 359 dias (seis já se foram). Especialistas, psiquiatra e psicanalista, coach e sociólogo também contribuíram, alertando sobre dores e delícias da mudança.

Mudar, acima de tudo, é um ato de coragem. Requer sabedoria, porque a mudança não pode implicar perda da essência e dos próprios valores. Aliás, é fundamental que esse ato signifique se aproximar de si mesmo, do que realmente deseja ser. É o que basta.

Fácil? Claro que não. É arriscado, dá medo, causa insegurança, pode dar errado. No entanto, resistir à mudança é contrariar a ordem natural da vida. Será sempre um aprendizado. Pode dar certo, é o caminho para realizar sonhos, poder ter sucesso, garantia de satisfação, prazer e tudo o mais que vislumbrar conquistar.

A mudança não prevê garantias. Pelo contrário. Até dar o primeiro passo, tudo (ou quase tudo) é uma incógnita. Mas à premissa de que toda mudança é traumática, a única saída é estar aberto a ela, para que o impacto seja amenizado e, assim, cada um possa experimentar esse momento de renovação e reinvenção.

E não precisam ser mudanças definitivas, drásticas, mas que incluam algo de novo em sua vida. O jornalista e correspondente internacional do SBT Sérgio Utsch, depois de cobrir guerras, conflitos, viver há mais de 10 anos em outro país, voltou ao Brasil para realizar o sonho de dirigir e produzir seu primeiro filme, lançado no ano passado. O documentário O menino que fez um museu, coprodução com a Horizonte Vídeos, do também jornalista mineiro Emerson Penha, com direção de fotografia do britânico Louis Blair, mostra o universo peculiar e apaixonante de um menino de 11 anos, Pedro Lucas, que se inspirou na música de Luiz Gonzaga para fundar o primeiro museu de Dom Quintino, no Crato, interior do Ceará, no Sertão do Cariri.

APRENDIZADO

“Não foi uma mudança de rumo completa. Foi um exercício de ampliação dos horizontes, de saída da zona de conforto e de reconexão com meu país. Vinha de uma rotina pesada de cobertura de conflitos armados e atentados terroristas. Foram assuntos importantes e necessários, mas tinha outro lado do meu cérebro que precisava se exercitar também. Foi por isso que reuni forças e um punhado de gente, que, assim como eu, se encantou com a história do Pedro Lucas”, revela Sérgio. Documentário independente, ele foi premiado pela Foreign Press Association (FPA), a associação de correspondentes estrangeiros mais antiga do mundo, fundada em 1888. O prêmio foi entregue no início de dezembro. A história de um Brasil profundo, sofrido e bonito foi exibida na embaixada do Brasil em Londres, onde Sérgio mora atualmente; no 21º Festival de Cinema de Tiradentes; para moradores de Crato; dentro do próprio Museu de Luiz Gonzaga; assim como na Universidade de Birmingham e no Festival de Padova, na Itália.

Para Sérgio, contar histórias não era algo novo, mas aquele universo de cinema e festivais era sim. “Tive de aprender. E isso não me assusta. Pelo contrário. Acho que ter a capacidade de aprender é um privilégio, que exerci com todas as minhas forças. Na TV, a reportagem comum é feita em algumas horas, exibida no mesmo dia e, no dia seguinte, às vezes a gente tem dificuldade de se lembrar dos detalhes. É tudo muito absurdamente corrido. Precisava dar uma quebrada nesse processo. E o documentário cumpriu esse papel. O filme me permitiu ter outra relação com o conteúdo e com as pessoas que o absorviam. Não costumo fazer planos para o fim do ano, mas, recentemente, pensei em voltar para a academia. Acho que vou esperar alguns meses ainda. Não quero o peso de uma promessa de fim de ano.”

Vale ressaltar que a mudança também requer proteção. Quer dizer, além de lidar com suas próprias barreiras, certamente, muitos ao redor discursarão contra, apontando sempre os riscos e, raramente, as chances de acertos. Por isso, é preciso acolher o seu desejo de mudar. A decisão, quase sempre, está em suas mãos.

É preciso ter cuidado ao planejar a mudança. Esteja certo de que ela significa uma evolução, um passo à frente (às vezes, é preciso que seja um passo atrás), e não se transforme em alguém que não é. O ideal é que, ao mudar, cresça, conquiste sonhos, faça o que gosta e, por consequência, conquiste o sucesso (se for um desejo). O essencial é que tudo seja do tamanho que imagina e busque para você.

Medo não é vergonha. Faz parte do processo. É saudável até o momento em que não se torne um empecilho, que o faça sofrer, que o impeça de agir. Por isso, é importante estabelecer objetivos realistas. No fim de tudo, a mudança é um processo que só você pode decidir, passar e viver. É um momento individual, particular, de autoconhecimento, autopercepção e autoproteção. Lembre-se: não é, simplesmente, se jogar. É pular consciente, sabendo o que plantar, o que regar, o que colher, o que replantar.

Provocadora de mudanças
Para muitos, a simples menção de mudar causa calafrios. Para outros, é combustível para viver bem. Conheça histórias de promessas que não caíram no esquecimento nem foram adiadas

Jair Amaral/EM/D.A Press
Carem Cristina Fabris, com as filhas Luísa, de 4 anos, e Giovanna, de 2, gosta de experimentar novidades desde criança, como mudar de casa e de emprego (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

Mãe de Luisa e Giovanna. Formada em computação, com mestrado em informática industrial e doutorado em administração. Mineira, do interior, mas com a infância vivida em Rondônia. Reservada, estudiosa, com faro para pesquisar e experimentar. Uma vontade: empreender; uma certeza: disposição para caminhar pra frente! Assim é Carem Cristina Fabris. Mesmo com tudo certo, encaixado, ela confessa que sempre vibrou com a mudança. Quando criança, ela se lembra de que ficava pedindo à mãe para mudar de casa, de cidade e, se não desse, pelo menos que mudassem os móveis da casa de lugar.

Desde então, Carem conta que houve muitas mudanças em sua vida, sem jamais deixar de acreditar que elas trariam melhorias, crescimento e mais conhecimento. “Eu as provocava, consciente e inconscientemente. Sempre fui sonhadora, desde criança. Sonhava com um mundo melhor e que iria, de alguma forma, contribuir com isso. Amava saber sobre o comportamento do cérebro, vibrava com descobertas científicas e sempre fui encantada por estudar assuntos referentes à intuição e criatividade. E sempre percebi que ficava ansiosa quando me sentia em desequilíbrio. Por isso, fiz cursos e leituras em torno da autodescoberta, espiritualidade e psicologia”.

Ou seja, Carem não tem medo de mudar, de desbravar. Ela sempre trabalhou e estudou muito, tanto assuntos relacionados à carreira quanto paralelos, “porque sonhava empreender e achava que tinha mais a contribuir neste mundo do que o que já estava fazendo”. Assim, ela revela um fato marcante e decisório para o que vive hoje. Ocorreu em seu aniversário de 2013. No dia anterior, uma amiga muito querida havia organizado uma pequena comemoração. Iriam à noite em um restaurante festejar. Porém, ela ficou até tarde trabalhando e essa amiga foi lhe buscar na empresa, pressionando-a para sair logo. “Enfim, no dia seguinte, fiz uma reflexão a respeito disso. Aquele episódio foi o gatilho para que eu percebesse como estava levando a vida de um jeito que não priorizava família, amigos e lazer. Naquele dia decidi mudar o rumo da minha vida.”

E foi o que Carem fez nos dois anos seguintes. “Casei-me, nasceu minha filha, Luisa, saí da multinacional em que trabalhava. Foi um turbilhão. A minha vida mudou demais. Estava satisfeita com o resultado geral, mas muita coisa me incomodava, porque não tinha aprendido a viver naquele novo estilo. No meio disso tudo busquei força para empreender e resolvi abrir uma madeireira com meu marido. Tínhamos uma plantação de eucalipto e, para mim, parecia o empreendimento mais favorável. Dediquei-me durante um ano a criar o projeto e a captar recursos. Quando estava tudo pronto para iniciar a obra, inclusive com o investimento já disponível, o setor de madeira com o qual iríamos trabalhar começou a ter prejuízo. Achamos prudente abortar o projeto. Logo em seguida nasceu minha segunda filha, a Giovanna. Dediquei-me exclusivamente a ela e à família nos primeiros meses da sua vida, mas não demorou muito e logo veio a voz da mudança e do (re) equilíbrio novamente, me chamando...”

Aí já era 2017. Carem, então, decidiu que faria novas mudanças. Dessa vez, apenas aquelas que ressoassem com os seus sonhos desde a infância. “Sonhos que me motivassem e permitissem viver em equilíbrio. Comecei a me dedicar a isso e fui seguindo apenas o meu coração. Sabia que precisava voltar a estudar, vivenciar e aplicar as técnicas de autodesenvolvimento, principalmente aquelas que eu conhecia, que era apaixonada e já praticava na minha vida. Foi aí que tive clareza do meu propósito de vida e de como viveria a partir de então. Foi um período intenso, de muitos estudos, dedicação, experimentação e fé. Tornei-me terapeuta, instrutora, e já estou com novos projetos que me enchem os olhos de alegria e vibram com o meu propósito de vida.”

DESAPEGAR

Carem largou o cargo em uma multinacional para mergulhar numa jornada espiritual, de autoconhecimento, e certa da missão de “elevar a ‘consciência’ das pessoas, para que saiam do forno na hora certa.” A mudança foi positiva? “Valeu a pena. Todos os momentos de mudança que fiz valeram muito. Em 2018, sinto que adquiri leveza de viver, propósito, transcendência, descobri que meus anseios por mudanças eram para me trazer para este rumo que dei na minha vida. Digo rumo porque tenho certeza de que terei mais mudanças, mas agora aprendi a sentir o rumo dessas mudanças.”

Os possíveis obstáculos não a detiveram. Nem os desafios a assustaram. “E, no meu caso, foi o de me lançar em algo bem diferente da carreira profissional que havia construído (desapegar) e de fazer algo diferente do que “acreditava” que a minha família esperava de mim (medo da rejeição). Esses aspectos foram desafiadores. Busquei muitos apoios para transcender esses desafios. Vivi outros, como o medo diante das incertezas. Acredito que cada ser humano tem os “seus” desafios, já que somos únicos. E resultados inesperados são maravilhosos. Eles me mostraram que vale a pena confiar na vida e que o inesperado pode ser surpreendente.”

Além de um ser destemido, Carem encontrou apoio no marido, “que acreditou que poderia me lançar a essa nova carreira, as terapias às quais me submeti e o Energizar, um grupo de amigas que se juntam às quartas-feiras para ser amigas e praticar a sororidade. Além, claro, das minhas filhas, que vieram para me ajudar a aprender a amar.”

Em busca do melhor


Juarez Rdorigues/EM/D.A Press
Cristiano, com a mulher, Sílvia, e os filhos Heitor e Francisco: "mudar é fundamental, porque me faz uma pessoa melhor e me traz mais conhecimento e autoconhecimento" (foto: Juarez Rdorigues/EM/D.A Press)
Mudança não é para os fracos. Requer coragem, determinação, planejamento, foco e certa dose de otimismo. Irrequieto, o administrador Cristiano Lopes, de 36 anos, afirma que gosta de desafios e está sempre disposto a arriscar, buscar novos projetos e possibilidades, já que “algo melhor é o que te leva a mudar”. Ele garante que constantemente, “todo dia, toda hora, estou revendo, reprogramando e disposto a assumir novas demandas. A vontade de mudar está presente no meu cotidiano”.

Para Cristiano, a mudança é fundamental, porque acredita que ela o faz “uma pessoa melhor, ter a família unida, ser um profissional melhor, e ter mais conhecimento e autoconhecimento. É um exercício de vida”. Entre os objetivos que ele traçou para 2017 e concretizado ao longo de 2018, a mais significativa, certamente, foi a chegada de Heitor, o irmãozinho de Francisco. “Tive de ‘conquistar’ a esposa novamente para que ela concordasse com o segundo filho, o que se tornou realidade. Foi uma grande mudança.”

Cristiano também programou, e conseguiu, cumprir o sonho de levar Sílvia, sua mulher, para conhecer a Argentina e o Uruguai, uma viagem internacional toda planejada. Ele queria que ela o acompanhasse, especialmente à cidade de Colônia do Sacramento (Colonia del Sacramento) centro histórico reconhecido pela Unesco como patrimônio da humanidade. “Um dos lugares mais bonitos a que já fui. Deu certo. Essa foi mais uma meta atingida: um país a cada ano de casado! Já são nove países, em nove anos de casamento.”

ESPANHOL

O ano passado também proporcionou a Cristiano conquistar o emprego dos sonhos. Ele foi efetivado em uma multinacional espanhola, com sede em Madrid, assumindo no Brasil um projeto global relacionado à transformação digital. “É algo que faço e gosto, porque tem a possibilidade de liderança e gestão, sem abrir mão da qualidade de vida. Até pelo cargo, a mudança que provocarei em 2019 é falar espanhol fluentemente, portanto, tenho de intensificar as aulas.”

Outro compromisso assumido por Cristiano em 2017, e conquistado ao longo do ano passado, foi o de lidar melhor com os gastos, ou seja, ser mais seletivo. “Sempre tive consciência, mas a meta definida foi gastar mais conforme meu objetivo. E consegui.”

Como não se acomoda, Cristiano lançou, em novembro de 2018, em pleno feriado do dia 15, um projeto paralelo que tem tudo para alçar voos mais altos em 2019: “Um site para vender queijo artesanal da região do Serro (www.serrodoqueijo.com).” Alguma dúvida de que ele terá sucesso?

Reinventar é parte da existência
Quanto é importante a pessoa mudar? Especialistas discutem caminhos, resultados, obstáculos e mostram que se transformar ao longo da vida é a melhor decisão para não ficar defasado

“A vida é sempre mudança e, no balanço entre nós e o mundo, se não acompanharmos esse compasso, ficamos defasados. Então, é sempre fundamental uma mudança na nossa relação com o mundo, com os outros e com nós mesmos.” O pensamento é da psiquiatra e psicanalista Gilda Paoliello. Ela explica que, às vezes, isso ocorre de forma natural, em outras, as mudanças se impõem, seja sobre a forma de desejo seja por necessidade. “Quando não conseguimos acompanhar ou provocar essas mudanças, elas acabam se impondo e até nos atropelando, sob a forma do inesperado, que, muitas vezes, é uma crônica anunciada, evidente para todos, menos para nós mesmos. Seja porque nos negamos a enxergá-la, seja porque nos acomodamos a uma suposta garantia.” Exemplos? Relacionamentos falidos que são sustentados pelo medo do novo, seja no âmbito amoroso, seja no social ou profissional. “Amar e trabalhar são as duas coordenadas que definem nossa vida, temos que saber cuidar bem delas e esse cuidado inclui também coragem para rompimentos e reinvenções.”

Marcílio Nicolau/Divulgação
Para a psiquiatra Gilda Paoliello, é fundamental mudar nossa relação com nós mesmos (foto: Marcílio Nicolau/Divulgação)
Há sempre os dois lados da moeda, quem gosta e quem detesta mudar. Gilda Paoliello lembra que todos conhecemos pessoas inquietas, que estão sempre se movimentando, se inovando, se recriando. E outras inflexíveis, que sofrem com as mínimas mudanças, até com a troca do lugar habitual num restaurante. “Lembram-se de Melvin, personagem de Jack Nicholson no filme Melhor impossível? Essas pessoas parecem querer congelar o mundo para não ser surpreendidas por nada, mesmo quando percebem que algo está errado, preferindo continuar na suposta garantia da previsibilidade. Entretanto, “nada é permanente, exceto a mudança”, como nos ensina, há milênios, Heráclito de Éfeso.”

 

Gilda Paoliello diz que viver é muito perigoso, é preciso correr riscos, pois as surpresas não mandam aviso prévio. “É nos desgarrando das garantias que aprendemos a reconhecer a hora certa de nos lançar, deixando de lado os velhos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. Alguns trazem essas características no DNA, outros, a duras penas, aprendem a romper com velhos padrões, enquanto outros resistem às mudanças, pois a tendência do ser humano é a repetição. Ninguém encontra um caminho pronto e nossa época é de caminhos sinuosos, já que as tradições lineares foram quebradas. É sempre melhor nos mexermos!”

Conforme a psiquiatra, a decisão de mudar implica cisão, corte, o que pode ser doloroso. “Significa deixar pra trás partes de nossa vida que estavam emperradas, que mantinham abertas feridas ou que estavam presas em repetições desgastantes e improdutivas, mas às quais nos acomodávamos por nos serem familiares e, aparentemente, cômodas. Tentar de novo sempre é importante, mas se tentarmos da mesma forma, permanecendo na repetição malsucedida, estaremos nos condenando ao fracasso. Então, a saída é tentar o novo. Invenção é a palavra-chave para a mudança.”

ARTE DAS ESCOLHAS


Gilda Paoliello enfatiza que decidir cortar fora o que não está dando certo implica também eliminar outras possibilidades. “Mudar é escolher e toda escolha implica perdas. Quantas vezes ouvimos “ruim como estava, pior como ficou!”. Assim são nossas escolhas que definem a vida. Contam que um poeta nada talentoso pediu a Bocage que lhe corrigisse um poema. Este o devolveu intacto, dizendo: “Seria pior a emenda que o soneto...” Então, vamos caprichar nos versos com que escrevemos nossas vidas, para não precisar de emendas. Drummond dizia que “escrever é a arte de cortar palavras”, pois bem, viver é a arte de fazer escolhas.”

Sem meias palavras, a psicanalista enfatiza que lutar contra a mudança é permanecer no sofrimento: “Errar é humano, mas permanecer no erro é burrice! Reinvente-se! O mundo é muito mais do inventor que do doutor.”

Por outro lado, a mudança tem de partir de cada um. Gilda Paoliello lembra que é uma tendência demasiadamente humana querer mudar o outro em vez de mudar a si mesmo. “Os defeitos alheios nos incomodam mais que os nossos próprios, mas corrigi-los não depende de nós, corrigir os nossos sim! Achar sempre que a mudança deve estar no outro é acreditar que temos uma verdade universal. Respeitarmos os diferentes pontos de vista é essencial para sair de um apego egoísta. Muitas vezes, nosso maior inimigo, que nos mantém na ignorância e numa posição equivocada, somos nós mesmos. Outra tendência é esperar que o tempo resolva nossa própria vida, o que seria nos desresponsabilizar do nosso próprio destino. A transformação do mundo começa a partir de cada um de nós. E toda mudança acaba por provocar um “efeito dominó”, desacomodando os que estão por perto.”

Com a chegada de 2019, Gilda Paoliello destaca que “o ano novo nos traz a oportunidade de pegar carona na mudança de tempo, reforçando nossa fantasia de que mudamos com ele. A zerada no calendário nos possibilita o “pensar daqui pra frente”, zerando também as discórdias, as diferenças e estabelecendo esperanças: teremos a chance de mais um ano para concretizar as mudanças. Por outro lado, o fim de ano, por ser uma virada, apontando o que acaba e o que nasce, é tempo de balanço: pesar o que planejamos e o que foi feito, o que desejamos e o que conquistamos. Na maior parte das vezes, ficamos presos ao que faltou e, com isso, deixamos de festejar ou de usufruir o que conquistamos e a balança vai pender para o negativo. Devemos, então, festejar as conquistas. É importante essa esperança e oportunidade de transformação. Estar em dia com o próprio desejo, querer realizá-lo, usar a esperança para construir a oportunidade de transformação é uma medida de nossa saúde mental.”

Juliana Moraes/Divulgação
(foto: Juliana Moraes/Divulgação)
Quatro perguntas para...

Channa Vasco, especialista em carreira e sucesso profissional

1) Qual o poder da mudança sobre as pessoas?

É uma oportunidade de reflexão sobre onde está o caminho a seguir. Muitas vezes, ela simplesmente ocorre e o primeiro passo é aceitar, depois refletir e, em seguida, planejar como seguir. Os sonhos devem ser altos, aprendi com meu pai. O grande desafio na vida é construir os degraus para alcançá-los de maneira segura e sólida. Deve ser por isso que escolhi a carreira que tenho, largando uma posição executiva, onde liderava mais de 1.500 pessoas e administrava um orçamento milionário, para fazer com que as pessoas alcancem seus sonhos.

2) Toda mudança, obrigatoriamente, é para melhor?

Nem toda mudança é para melhor, mas toda mudança o aproxima de uma melhoria. Quando uma criança está aprendendo a andar, ela cai. Isso não é melhor do que ficar engatinhando, mas, se não cair, não vai aprender a se equilibrar e não vai conseguir andar, nem correr. Por isso, é importante interpretar o erro como aprendizado, assim, crescemos a cada tentativa. Então, no fim das contas, a longo prazo, as mudanças de hoje, quando superadas, o levarão a uma melhoria na vida.

3) É possível saber a hora certa de mudar?

Sim, a hora certa de mudar é agora! Se você já criou em sua mente uma nova realidade, é o momento de você analisar os recursos necessários (emocionais, físicos, de ação, apoio etc.) e criar um plano para transformar o sonho em realidade. Não quer dizer que você vai terminar de ler aqui e já ir pedindo demissão para seguir seus sonhos e ter sucesso e felicidade no trabalho, se esse for o propósito. Mas a grande pergunta é: o que você pode fazer agora mesmo para alcançar a mudança desejada?. Mesmo que pareça ser algo pequeno e simples, vai ser mais um passo para aproximá-lo do objetivo. Todos os dias, atendo pessoas que desejam mudar e conquistar uma vida com mais sucesso e felicidade. Todas elas têm em comum uma certeza: não de que vai dar certo, afinal, não dá para controlar isso, mas de que desejam uma vida diferente e melhor.

4) Mudar é sempre correr risco?

Claro. Ao mudar você está trocando o certo pelo duvidoso, o que você já conhece por algo novo. E é exatamente isso que paralisa muitas pessoas numa situação desconfortável, mas conhecida. O que se pode fazer é reduzir as dúvidas e as novidades. Se quer mudar de emprego, você pode pesquisar outras empresas; se quer mudar de profissão, busque conhecer melhor outras áreas de atuação; ou, se preferir empreender, você pode conversar com empresários, para diminuir as dúvidas e correr menos riscos. É o que falo para meus clientes, às vezes dá medo de fazer algo novo, então, a gente bota a fralda e vai com medo mesmo. Se der algum problema, a fralda protege. É preciso conhecer os riscos e se proteger deles. Esta é a essência do meu trabalho: conquistar sucesso e felicidade apesar do medo do incerto, de se expor, de arriscar etc. O segredo para lidar com os riscos não é se jogar de maneira inconsequente, mas de calcular os prós e os contras antes de fazer algo. Afinal, o seu sonho pode ser sempre maior do que o seu medo. E isso é uma escolha.

Depoimento

Prof. Me. Renato Collyer sociólogo, jurista e professor nas áreas de ética e sociologia

Virtudes e valores incorruptíveis

"A única coisa que não muda é que tudo muda. A ideia do devir na filosofia de Heráclito"

Arquivo Pessoal
(foto: Arquivo Pessoal )
"Mais um ano já surge no calendário e, novamente, muitas pessoas começam a fazer novos planos e, com eles, novas promessas. Talvez, de começar uma faculdade, levar a sério a academia, cuidar da alimentação ou, simplesmente, de ser uma pessoa mais tolerável e amigável com os outros. Ainda que a linearidade da vida cotidiana nos coloque em uma espécie de círculo de habitualidade, a verdade é que nada na vida permanece para sempre. Tudo muda e isso é a única coisa que não muda. Os filósofos que antecederam o famoso pensador Sócrates, por isso chamados de pré-socráticos, tinham uma ideia bastante refinada da inconstância da natureza. Em especial, Heráclito (540 a.C.), que dizia que tudo que existe está em transformação. Para ele ‘nada é permanente, exceto a mudança’. Mas não pense que isso é algo ruim. Embora Heráclito não fosse muito simpático (o que lhe custou o apelido de ‘Obscuro’), é na mudança que encontramos o equilíbrio. Para ele, o fluxo permanente entre os opostos produz a harmonia do universo. Basta pensarmos que, mesmo algo ruim, como ficar longe de quem amamos, pode representar uma coisa boa, já que passamos a valorizar mais sua presença, pois a saudade (valorização da presença) só pode existir diante da distância (fato ruim). Porém, não se sinta culpado por querer que nada mude. Muitas pessoas não gostam de mudanças. Entenda, porém, que as mudanças fazem parte da vida, você as querendo ou não. Semelhante a uma esfera, que não sabemos onde começa ou termina, os opostos da vida ocupam o mesmo lugar, em perfeita harmonia. E, nessa harmonia, os opostos se coincidem do mesmo modo que o começo e o fim, subir e descer um caminho, a partida e a volta, o gelo e a água (já que o gelo é a mesma água quando exposta a baixa temperatura). Nas palavras de Heráclito, ‘o caminho que desce e o caminho que sobe são os mesmos’. O que importa é que a essência seja a mesma. Embora mudemos de acordo com o passar do tempo, nossa essência, virtudes e valores devem permanecer incorruptíveis."

Movida pela fé e a coragem
A mudança, na maioria das vezes, ocorre diante de uma situação que incomoda ou se torna insustentável. Viver novas experiências, mudar o rumo da vida, é saudável

Nara Corrêa/Divulgação
Marina Ornelas largou a carreira na área pública para trabalhar ao lado da família (foto: Nara Corrêa/Divulgação )
Marina Ornelas, de 45 anos, bióloga e especialista em emagrecimento biológico e definitivo, nasceu em BH e foi criada em Caeté. Casada com Wagner Duarte, é mãe de Vítor, de 9, e Heitor, de 7. Extrovertida, comunicativa, criativa, alegre, é daquelas pessoas de bem com a vida. De astral bom, sabe? Adora viver em grupos, gosta de gente, de histórias de vida e é com ela mesmo interagir com as pessoas. Gosta de ser útil e, garante, é movida por desafios e busca sempre se desenvolver. Característica de quem tem facilidade de se adaptar a novas situações.

Ela também é daquelas que se entregam, que durante anos fez promessas para todo ano novo. Cumpriu muitas, mas outras tantas eram só figuras repetidas, como emagrecer! Mas Marina garante que sempre foi mais de realizar do que adiar. “Profissionalmente, durante muito tempo, não fiz planos, porque, como funcionária pública há 16 anos, me sentia estável e não via a perspectiva de novos desafios. Mas sempre tive alguma atividade a mais, além do serviço público: ou estava dando aulas ou vendendo joias e roupas.”

Marina conta que, talvez pela sensação de segurança da carreira pública, ela nunca pensou em mudanças, até que viveu uma situação bastante desconfortável. “Depois de muitos anos, fui transferida de área e isso me gerou imenso desgaste, inclusive, tendo de acionar a Justiça para retornar ao meu setor, que sempre foi a saúde. Retornei ao meu posto de trabalho, mas me senti desmotivada e comecei a ficar com vontade de mudar. Porém, ficava sem saber o que poderia fazer, já que as minhas outras atividades paralelas me satisfaziam, mas não supriam a minha necessidade financeira. Tentei, junto com um amigo e de forma paralela ao meu serviço público, empreender na área de alimentação. Não deu certo e fali depois de um ano. Nessa altura, já era certeza de que não queria continuar na prefeitura. Após o fracasso do negócio, não tinha ideia do que fazer. A única coisa concreta que tinha era de que, de um jeito ou de outro, não permaneceria ali. Nunca imaginei trabalhar com o que faço hoje, mas as coisas foram acontecendo meio que por acaso. Em busca de resolver o meu problema com o emagrecimento, uma oportunidade inesperada ocorreu.”

Assim, de 2017 para 2018, a vida de Marina mudou. “O ano passado foi incrível, tanto pessoal quanto profissionalmente. Entre vários cursos e viagens, as principais promessas cumpridas foram a realização de workshops Vida Leve para aproximadamente 200 pessoas, com o objetivo de levar autoconhecimento e desenvolvimento voltado para a área de emagrecimento. Realizei um grande sonho de poder trabalhar em família, junto do meu marido, filhos e da minha irmã. A outra conquista foi de fato a decisão de me afastar do serviço público para me dedicar, exclusivamente, a essa nova carreira.”

Largar a segurança de um emprego público é para quem tem coragem. Marina explica: “Lembra-se do desafio de emagrecer todos os anos? Vivi isso por mais de 20, num eterno efeito sanfona. A falta de controle sobre o meu peso era um dos pontos que me incomodavam e fazia com que, de alguma forma, faltasse algo para que me sentisse completa e mais feliz. Decidi, então, em causa própria, buscar conhecimento nessa área, não sob o ponto de vista da nutrição e da atividade física, mas algo que pudesse buscar mudanças além de saber sobre o que se come ou não para emagrecer. Isso eu já sabia.”

“Fui atrás de conhecimento, especializações e formações que me ajudassem. Estudei, revi conceitos da biologia, genética, fisiologia e me enveredei, principalmente, em estudos na área de comportamentos, mudanças de modelo mental e desenvolvimento humano. Comecei aplicando esses conhecimentos em mim e tive como resultado a eliminação de 22 quilos, me mantendo assim desde então. Comecei a aplicar em pessoas próximas, amigos, familiares, colegas de trabalho e eles também começaram a ter resultados. Então, um dia, uma amiga me disse: ‘Marina, você nasceu para isso’.”

SEGURANÇA

Foi aí que Marina percebeu que havia muitas pessoas vivendo a “dor de não conseguir fazer a gestão do seu peso. Com a ajuda de alguns profissionais, idealizei um método com base em várias técnicas de autoconhecimento e performance para resultados, e nasceu o método de ‘emagrecimento biológico e definitivo’, o qual já ajudou centenas de pessoas. O que não imaginava era que a transformação no corpo pudesse refletir de maneira tão positiva em várias áreas, trazendo o conceito de uma vida com mais leveza, muito além do corpo e da balança. Essa passou a ser a minha bandeira.”

Marina não estava feliz na carreira pública e tomou a nova atividade como uma missão, algo que a deixava entusiasmada, realizada e trazia resultados concretos. “Contribuir para transformar vidas é maravilhoso. Inicialmente, pensei em conciliar as duas carreiras. Solicitei a redução da minha carga horária, mas percebi que estava sobrecarregada. Decidi, então, me definir. A minha opção foi viver meu sonho. Em 2017, planejei o meu desligamento para o fim de 2018, o que deve ocorrer em 2019.”

A maior barreira, lembra Marina, foi lidar com o conceito da estabilidade do serviço público em meio a um país com tantos desempregados. “Isso ocorre, principalmente, por parte de alguns amigos e colegas de trabalho e sei que a intenção é sempre no sentido de me proteger. Quanto à minha família, foi onde tive mais apoio, inclusive, hoje, o meu marido é meu sócio na empresa que constituímos. Claro que todas as mudanças geram angústia e ansiedade, até mesmo para nos proteger de agir de forma impulsiva. Cometemos erros e acertos, mas tenho a tranquilidade de enxergar a oportunidade de aprendizado. Para ficar mais tranquila, fiz um planejamento financeiro e contratei dois mentores que me ajudam a seguir os passos da melhor forma.”

Para Marina, a mudança é necessária. “Toda possibilidade de mudança me traz motivação, me sinto viva, esperançosa, capaz e entusiasmada. Gosto dessa sensação da liberdade de criar coisas, de que estou realizando, isso é muito importante para mim, sinto a vida fluir quando penso em mudanças. Se dissesse que não tenho medo nenhum, estaria mentindo. Mas nunca tive medo a ponto de me impedir. Assim como nunca me arrependi. Procuro uma forma de me sentir minimamente segura e, no mais, é contar com a coragem e a fé de que tudo vai dar certo.”

É preciso se adaptar ao que ainda está por vir

Vivemos em um mundo em constante mudança. Por isso, Paulo Kretly, CEO da FranklinCovey, empresa global especializada em aprimorar desempenhos, com atuação em 144 países, afirma que “quem não está disposto a mudar, não está disposto a progredir e a crescer. Temos que estar atentos às mudanças e abertos para elas. O nosso paradigma tem que ser ampliado, com o objetivo de nos adaptar ao que ainda virá. Uma reflexão sobre isso é uma citação de Albert Einstein – ‘Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes’. Ou seja, temos que fazer coisas diferentes para obter resultados melhores”.

Ricardo Ribes/Divulgação
"Quem não está disposto a mudar, não está disposto a progredir e a crescer. Temos que estar atentos às mudanças e abertos para elas" . Paulo Kretly, CEO da FranklinCovey (foto: Ricardo Ribes/Divulgação)

Para Paulo Kretly, as pessoas têm medo da mudança porque ela é uma incógnita, ou seja, é algo desconhecido. “Dúvida, insegurança e medo são sentimentos frequentes. É um processo que pode surgir em qualquer área da vida. De um novo emprego a um novo relacionamento. Por isso, mesmo sabendo que as pessoas têm medo, e que esse medo pode ser fruto da imaginação, podemos dizer também que o medo da mudança pode surgir da falta da imaginação. Afinal, nossa mente pode criar coisas positivas também, não é? O novo pode ser inovador, motivador, pode trazer esperança e estímulo. Seguindo por essa lógica, digo que o pensamento positivo é capaz de te levá-lo muito além.”

O desejo de mudança aflorado na virada de ano, conforme Paulo Kretly, tem a ver com a missão de vida, com os papéis e propósitos. “Você já refletiu sobre isso? Normalmente, as pessoas não pensam. E isso é fundamental para que você cumpra as metas para o próximo ano. Com o seu propósito de vida definido, você terá mais forças para realizar o que deseja. Por exemplo, se o seu propósito é melhorar o seu papel como mãe, como fazer?. Vou sair uma vez por semana com o meu filho para que possa estreitar o relacionamento com ele. Se é o de ter o corpo em dia, você se propõe a fazer exercícios, melhorar a alimentação etc. Ou seja, se você não tiver o papel e o propósito estabelecidos, é mais difícil para que a mudança realmente ocorra.”

IMPREVISÍVEL

Paulo Kretly lembra que a vida é imprevisível. Tem coisas que ocorrem e fogem do controle, como uma doença, o desemprego, mudança de emprego. Como lidar com isso? “Essas mudanças são comuns e temos de estar abertos e prontos. Temos que estar constantemente nos preparando e buscando a inovação. É preciso nos antecipar às mudanças. Para isso, precisamos estar bem fisicamente, cuidar da saúde mental, expandir o relacionamento e trabalhar o lado espiritual, por meio do contato com a natureza, lendo livros inspiradores e fazendo trabalhos voluntários, entre outras coisas. Ou seja, quando estamos mais fortes e preparados, fica mais fácil lidar com a mudança.”

Na análise de Paulo Kretly, o indivíduo que tem uma visão otimista tem mais chances de obter sucesso, porque ele trabalha para melhorar e as coisas conspiram a favor dele. “Agora, quem não se mexe, fica parado, acaba regredindo. Quem se arrisca mais, tem mais chances de obter sucesso. Às vezes, o jogar tudo pro alto pode ser uma saída para quem tem um perfil empreendedor, por exemplo.”

Agora, para saber o que mudar, é importante fazer um balanço a cada ano e ao longo da vida: “Sempre é importante avaliar o que ocorreu no ano. Ter em mente o que foi importante, quais foram os desafios e como essa experiência será fundamental para que se possa atingir níveis mais altos no próximo ano. Ou seja, é preciso fazer essa avaliação e planejar o que será feito e de que maneira, para que consiga obter resultados superiores.”

Ideias que contribuem com o projeto de mudança:

TeroVesalainen/Pixabay
(foto: TeroVesalainen/Pixabay )

- Procure fazer algo novo todos os dias, viver outras experiências
- Estabeleça metas atingíveis
- Seja voluntário
- Arrisque, invista na criatividade
- Tenha um plano de ação
- Troque ideias
- Identifique os problemas
- Pesquise e saiba quais sãos seus bloqueios mentais
- Tenha discernimento dos pensamentos e crenças que possam estar fazendo-o infeliz
- Tenha atitude
- Faça funcionar e, se preciso, encontre um mentor
- Reavalie-se periodicamente
- Defina metas que o motivem
- Não desista TeroVesalainen/Pixabay