Cresce busca por terapias alternativas como forma de ficar em paz e sem estresse

Diante do alto nível de pressão externa e cobranças extremas, são cada vez maiores as queixas de esgotamento físico e mental

por Joana Gontijo 31/10/2018 12:40

Tulio Santos/EM/D.A Press
"Tento reservar um tempo para cuidar de mim. Depois que saio da água, fico até meio boba de tão relaxada. Com a água morna, é uma sensação de útero, de aconchego" - . Luanda Ramos Azevedo, de 38 anos, sobre o watsu, trabalho corporal dentro da água, sob orientação da fisioterapeuta Camila Terra (foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)

Estar em um estado mental, emocional, espiritual e físico tranquilo parece impossível diante de uma rotina cada vez mais cansativa. Instantes de angústia são naturais. Alimentar pensamentos negativos sobre o que passou ou sobre o futuro não adianta, já que isso não se pode controlar, e geralmente deságua em medo, frustração, desconforto, preocupação, irritação, indignação, nervoso e desamparo. Fixar a atenção no tempo presente, ao contrário, faz com que a vida seja encarada sob novas perspectivas, gerando menos ansiedade. Diante de ameaças, alto nível de pressão externa, esforços extremos, chegar a um quadro de estresse acaba sendo rápido e, a partir daí, aumenta o risco de aparecimento de diversos problemas de saúde - no mínimo, dores e tensões -, em um círculo vicioso, uma perigosa bola de neve. Afinal, quando não se tem serenidade, tudo não está tão ruim que não possa piorar.

Mas há esperança. Fora dos métodos mais comuns, existem formas diferentes para ultrapassar esses obstáculos e ficar em paz. São as terapias alternativas. Aromas, massagens, toques, sons, experiências sensoriais, trabalhos de limpeza energética, contato com a natureza, entre outros, são ferramentas que aliviam sensações ruins e beneficiam o organismo, reiniciando o sentido de bem-estar e satisfação.

Terapia focada no trabalho corporal dentro da água, o watsu é aliado na minimização do estresse, elucida a fisioterapeuta Camila Terra, especializada no ramo há 13 anos, que também atua com reabilitação aquática em um espaço em Belo Horizonte e é membro da Associação Latino-americana de Watsu. A técnica é derivada do zen shiatsu e foi desenvolvida nos Estados Unidos na década de 1980 por Harold Dull. No Brasil, o watsu ainda é pouco difundido, mas, globalmente, são mais de 8 mil praticantes, segundo a organização mundial de watsu, WABA.

Com a aplicação do movimento de pressão nos pontos vitais do corpo, os ganhos também surgem do contato com a água aquecida. "A imersão na água quente, entre 32º e 37º, relaxa os músculos, sem carga de peso. A pessoa flutua enquanto recebe alongamentos e massagens, em um tratamento passivo. O paciente não faz nenhum esforço, só relaxa para flutuar melhor. É o terapeuta que conduz o movimento. O ideal é que seja em um ambiente sem muitas luzes, na penumbra, com som suave. Não precisa necessariamente ter música - som apenas para neutralizar os ruídos externos", descreve a fisioterapeuta.

ENERGIA

Camila lembra que a terapia serve para vários males, muitos derivados de estresse e traumas. O watsu pode ser aplicado de bebês até pessoas na terceira idade. "Na primeira sessão já são observadas melhoras. Cada paciente é único, reage diferente ao tratamento. Por isso, é feita uma avaliação individual para indicar o número de sessões e o rumo da terapia. Pela perspectiva holística, o watsu trabalha com os pontos de energia, libera canais para fazê-la fluir, até chegar a um equilíbrio". A técnica segue um manual, ou seja, é padronizada independente de onde é feita - seja onde for realizada, os processos são iguais.

A também fisioterapeuta Luanda Ramos Azevedo, de 38 anos, ouviu falar sobre o watsu ainda na faculdade. Ela conta que o trabalho é o que mais lhe demanda esforço - cumpre jornada em um espaço de bem-estar no Bairro Cidade Nova, em BH, está à frente de um consultório e duas startups. Com o dia a dia corrido e um milhão de coisas para fazer, em suas palavras, resolveu experimentar a prática na água, ela que já é adepta de meditação e ioga. Assim, já fez três sessões com Camila Terra.

Luanda menciona que o watsu é mesmo uma forma de transcender, e por isso mesmo procura praticá-lo quando se sente sobrecarregada ou estressada. "Tento reservar um tempo para cuidar de mim. Depois que saio da água, fico até meio boba de tão relaxada. Com a água morna, é uma sensação de útero, de aconchego. É uma maneira de fugir da loucura diária. Me desconecto do mundo exterior, me volto para dentro. O watsu clareia os pensamentos, dá uma visão melhor sobre a vida, favorece a organização da rotina", diz.

Ordem é desacelerar
A violência, o trabalho e as dificuldades financeiras colocam a população brasileira entre as mais estressadas do planeta. O contato com a natureza é uma das formas de aliviar as sensações ruins

Horta Terapia/Divulgação
Horta Terapia: mexer com a terra provoca mudanças fisiológicas e restabelece a saúde física e mental (foto: Horta Terapia/Divulgação)

"Todo mundo, em algum momento, fica estressado. É normal ao ser humano. Existe para a sobrevivência do homem, desde quando surgiu na Terra. Diante do perigo, eram duas opções: lutar ou fugir. Mas a percepção sobre o estresse se alterou nos últimos 100 anos, com as características do mundo atual. A globalização faz tudo mais vulnerável, com mais cobrança. Estressada, a pessoa fica sem raciocínio, parte para a briga, retorna aos instintos animais", explica o otorrinolaringologista Dário Antunes, do Hospital Madre Teresa, em Belo Horizonte.

No Brasil, a violência, o trabalho e as dificuldades financeiras retratam uma população entre as mais estressadas no planeta. O médico ressalta que inúmeras doenças são relacionadas ao estresse. Por trás de ocorrências de sinusite, labirintite, amigdalites, para citar alguns exemplos que se encaixam na especialidade de Dário, há fatores estressores, sejam emocionais ou psíquicos. Pensando nisso, o otorrinolaringologista criou o projeto Horta Terapia, que recorre à vivência com as plantas para sanar esses problemas, além de sessões de meditação, piquenique, leitura, soneca, tratamentos bioenergéticos e caminhadas. Os encontros acontecem uma vez por mês, aos domingos, em um sítio em Nova Lima, na Grande BH, com grupos com 20 a 30 participantes. “A medicina não está atenta às novas causas para o adoecimento, até, pelo contrário, é cada vez mais especializada e focada em doenças e não no indivíduo e suas relações com o meio”, afirma.

A proposta da ação é voltar no tempo, desacelerar, relaxar. Mexer com a terra provoca mudanças fisiológicas e restabelece a saúde física e mental, pelo simples fato de colocar as mãos no solo. O processo de plantio é uma atividade física de baixo impacto, estimula o cuidado e a paciência, melhora o humor e diminui os níveis de cortisol, hormônio ligado ao estresse. Durante a prática, o corpo libera substâncias químicas vitais ao sistema imunológico, as citocinas, que, por sua vez, estimulam o cérebro a produzir serotonina, neurotransmissor relacionado ao prazer.

"Plantar e colher é algo ancestral. Muito distinto de conseguir tudo fácil, no supermercado. A atividade serena o sono, promove a disposição para o trabalho, influi na longevidade. É viável ter hortas até em varandas de apartamentos. A terapia é voltada para todas as idades, uma ajuda para prevenir doenças e ter qualidade de vida. São pessoas de vários perfis que passam por episódios de estresse e que procuram a horta principalmente quando os remédios convencionais não funcionam. O praticante deixa sua zona de conforto, sai do sofá", acrescenta Dário.

Conforme os ensinamentos da medicina chinesa, sentimentos como medo, ansiedade e tristeza, assim como alguns alimentos, podem resultar em acúmulo de umidade em certas áreas do corpo, afetando a harmonia da energia vital e, consequentemente, a saúde. A geoterapia é o emprego de argilas medicinais em associação com óleos essenciais que, muito mais que os potenciais estéticos, conseguem prevenir e tratar incômodos originários do desequilíbrio do corpo, absorvendo a umidade acumulada e diminuindo o mal estar. "A argila tem amplo uso. Associada aos óleos, pode ser misturada, por exemplo, com lavanda, capim limão, camomila, sempre observando as dosagens corretas. Só de ser uma ferramenta de limpeza da pele, funciona como um processo terapêutico, de relaxamento, combatendo o estresse. Dentre os vários tipos de argila, cada um trata um aspecto. Com a absorção pelo organismo, pode chegar à causas da tensão. Melhora o cansaço mental e físico, a insônia, acalma", salienta a terapeuta Cláudia Costa.

HIPNOTISMO

Marcos Vieira/EM/D.A Press
A faxineira Jaqueline Avelar durante atendimento pelo hipnoterapeuta Tales Araújo: "Giro de 180 graus" (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)

O hipnoterapeuta Tales Araújo frisa que o estresse está relacionado à emoção. "A pessoa não nasce com o estresse, isso começa em algum ponto. A hipnose clínica promove uma regressão para chegar ao que fez com que a pessoa ficasse estressada, no primeiro momento desse surgimento, no subconsciente", exalta. Como um recurso eficiente e rápido para alcançar diretamente a fonte desse sentimento, o trabalho é reeducar o subconsciente.

"O sentimento não é apagado, mas é promovida a aceitação. Entre outros mecanismos, estão a promoção do perdão (perdoar alguém é uma maneira de estar melhor), a técnica de sugestão direta (dar sugestões e repeti-las sucessivamente até que a pessoa aceite a nova realidade), elucidar outra maneira de viver, vivenciar as emoções de outra forma, com outra postura. Quando há estresse ou negatividade, é preciso mudar a programação da mente", explica Tales. Lançando mão da imaginação, a hipnose se vale de representações para o subconsciente que fazem os estados negativos passarem a ser positivos. Um exemplo é a sala cinza, ensina o profissional. "A pessoa é levada a entrar em uma sala cinza, com as paredes arredondadas, como um iglu, que tem papéis vermelhos pregados, representando sentimentos negativos. Em transe, vai pegando todos os papéis e jogando em um buraco, para isso desaparecer de vez. Então, a sala fica branca e a pessoa vai afixando novos papéis, desta vez com coisas positivas. Isso traz paz e tranquilidade". Outro procedimento é a auto hipnose, que a pessoa aplica sozinha em si mesma, e pode usar para o dia a dia.

Para lidar com o estresse, no fim das contas, enfatiza Tales, é preciso inteligência emocional. A hipnose serve para depressão, fobias (sociais ou não), tabagismo, gagueira, problemas de autoestima, doenças como a fibromialgia, apura a concentração para o estudo, quebra crenças limitantes, como questões e comportamentos em relação ao dinheiro. Na primeira sessão, na quase totalidade dos casos, é identificado o problema.

Nova programação para a mente

A faxineira e ajudante de cozinha Jaqueline Avelar, de 47 anos, diz que sempre se identificou com a literatura de autoajuda. E foi para mudar a percepção sobre si mesma que recorreu à hipnose, depois do falecimento de sua mãe. Há três meses faz a hipnoterapia com Tales. Quando a mãe teve diagnóstico de câncer, largou o emprego para se dedicar a ela, em um processo que durou um ano e meio. Após a morte, diz que percebeu um enorme vazio. "É algo que não se explica. Abri mão de minha vida para cuidar de minha mãe. Mesmo doente, era uma presença forte, constante. O meu ritmo de vida era outro, me entreguei. Com a morte, a família se desmantelou. É aí que a gente percebe que nada é tão seguro. Precisava me reencontrar. Como seria minha vida dali para frente?".

Jaqueline diz que se irrita facilmente - é um traço de sua personalidade. Pressão, autodefesa, culpa. Entre as questões que geram estresse, também elenca o fato de ter sido mãe solteira - conta que errou ao dar valor ao julgamento alheio, à opinião dos outros. "Acabei me sentindo insatisfeita comigo mesma, até acostumada com a opressão", pondera. Ligada com a espiritualidade, depois de conhecer a hipnose por um programa de televisão, buscou o tratamento que, para ela, foi fundamental. "Procurei a hipnose por um desejo de mudança, queria dar um giro de 180º, e melhorou. Tudo está dentro de nós. A doença, a alegria, os pensamentos negativos e positivos. É comum deixar o exterior falar mais alto, mas todo resultado depende da nossa própria vontade, não podemos esperar que venha dos outros", pontua.

MÚSICA

Paulo Filgueiras/EM/D.A Press
Simone Presotti explica que a musicoterapia não se trata de uma audição passiva - além de escutar, os praticantes também compõem músicas e improvisos rítmicos (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)

Cantos, mantras, músicas, invocações e simples palavras mostram a intensidade do som para atuar no sentido da harmonia, com um verdadeiro potencial purificador. Refrescar o corpo e a mente com sons agradáveis, partindo do princípio de que as ondas sonoras são vibrações que podem ser percebidas, é um sinal claro do sentido agregador ou desagregador do som, com sua reverberação no psicológico dos ouvintes. O som pode influenciar na pressão arterial, na circulação sanguínea, na respiração, nas ondas cerebrais e no comportamento das moléculas.

É cientificamente comprovado que a música alegra, afasta a tensão e, além disso, possui poderes terapêuticos. Partindo desse ponto, surge a musicoterapia, que aproveita as propriedades do som para processos de cura. A técnica afia a comunicação e os relacionamentos interpessoais, e ainda alivia sintomas de várias doenças. Os pacientes podem demandar o tratamento para alívio de estresse, ou por motivos que podem ser encarados como um todo, que sejam estressores, como questões neurológicas, elucida a musicoterapeuta Simone Presotti. "Trabalho no contexto da realidade do sujeito. Pode ser uma prática individual ou em grupo. A ideia é criar uma biografia musical de cada um, construir histórias, âncoras musicais para melhorar o estresse e promover a auto motivação. Quando a abordagem é coletiva, acontece a troca de experiências", afirma.

Simone explica que a musicoterapia não se trata de uma audição passiva - além de escutar, os praticantes também compõem músicas e improvisos rítmicos. A música atua no sistema límbico, gera gratificação, envolvimento, trabalha nos sistemas de prazer, similar com o que acontece quando da ingestão de alimentos, continua a especialista. "A técnica ativa áreas do cérebro que também são estimuladas quando se come um chocolate, por exemplo, com a produção de serotonina e noradrenalina, neurotransmissores associados à alegria, o humor e o bem estar". Partindo da noção de que a música é própria para cada indivíduo, é realizada uma pesquisa sobre sua relação com aquela composição específica. Não há uma fórmula geral - é o significado da música para cada um, tem a ver com a história, a essência de cada um. "A identificação vem da melodia, o ritmo, a harmonia, a letra (o que chamamos de conteúdo musical ou extra musical). Algo com que a pessoa se reconheça, em relação a algum aspecto de sua vida, que leve a pensamentos melhores sobre traumas vividos, à aceitação e à reflexão", orienta.

Poder curativo das plantas
Sustentada no efeito psicológico que os cheiros incitam nas pessoas, a aromaterapia vem sendo usada para sanar desordens emocionais e promover novos comportamentos e sensações

Leandro Couri/EM/D.A Press
Óleos essenciais promovem bem-estar, ajudando o cérebro a descansar e entrar em sintonia (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

As plantas também têm poderosas propriedades terapêuticas e podem auxiliar na amenização de diversos males, dentre eles os fatores estressores. Daí se deriva o tratamento conhecido como fitoterapia, desenvolvido desde que o homem surgiu na Terra, explica Vera Fróes, pesquisadora de plantas medicinais, com larga experiência em comunidades indígenas e extrativistas da Amazônia, e especialista em etnobotânica. "Cientistas encontraram sementes da planta medicinal chamada mil em rama (Achillea millefolium) em urnas ao lado de hominídeos de 60 mil anos atrás. Este método evoluiu, inicialmente, através da observação do comportamento animal, tentativa de acerto e erro, e experimentação empírica transmitida de geração a geração, até chegar à comprovação científica", elucida.

As plantas curam porque são mais inteligentes que os homens, continua Vera. São as plantas mágicas, plantas de poder, denomina. "Seu poder curativo vem da mãe natureza, que nos oferece o remédio e o alimento e não nos cobra nada, apenas o cuidado. Cura é saúde, é harmonia do corpo, da mente e do espírito, que é o oposto de doença, a desarmonia espiritual refletida na matéria, de acordo com a nossa medicina ameríndia".

A aromaterapia é um dos braços da fitoterapia que procura nos óleos extraídos de plantas a fórmula para sanar desordens emocionais, sustentada no efeito psicológico que os cheiros incitam nas pessoas. É auxílio para controle de estresse, dores e desarmonia, propicia novos comportamentos e sensações. A engenheira florestal Cliciana Sá trabalha com a aromaterapia há um ano. Ela representa uma marca goiana de cosméticos naturais, fitoterápicos, sem conservantes, silicone e outros produtos químicos, em uma linha que inclui óleos essenciais, em perfumes e colônias, com propriedades terapêuticas. De produção autoral, oferece sabonetes em barra e líquidos, shampoo, condicionador, hidratante corporal, uma confecção artesanal, totalmente natural, com plantas medicinais.

Essências frutais, como jabuticaba, acerola, pitanga, seriguela, maracujá, flores como hibisco, lavanda, camomila, manacá, extratos vegetais como de erva-doce, capim limão, alecrim, melaleuca: calmantes, tranquilizantes, antidepressivos, remédios para a solidão, parceiros da alegria - tudo o que a natureza oferece para melhorar a cadência da vida. "O sistema nervosos é suscetível ao cheiro. A lavanda, por exemplo, é uma planta francesa que ajuda o cérebro a descansar, traz tranquilidade, na medida em que aumenta a produção de hormônios ligados ao bem estar", explica Cliciana.

Em tempos turbulentos, de muito trabalho, pressão e preocupação, é necessário ter um tempo de repouso e cuidar de si mesmo. Mas como se desligar e permanecer bem? A fitoenergética é um sistema natural de cura, equilíbrio e elevação da consciência que, através da energia sutil ou a vibração energética das plantas (fitoenergia), ajuda os seres vivos no equilíbrio das emoções e pensamentos que, quando estão atrapalhados, são os reais causadores de doenças. É uma terapia que proporciona o discernimento, influindo nos sentimentos e nos campos energéticos (chacras) do corpo.

A técnica parte do princípio de que os vegetais possuem um campo de energia capaz de atuar na anatomia sutil dos seres vivos. As plantas carregam uma grande parte da energia do sol, uma vez que absorvem os pitris solares (pequenos elementais que vivem na superfície do astro) dez vezes mais que a pele humana. Quando esse elemento entra em contato com o organismo, abastece as células, traz vitaminas e alimenta os chacras para fornecer mais energia vital. Os seres humanos se tornam sensíveis a todos os tipos de influências negativas quando seus aspectos mentais e emocionais estão fragilizados, ficando extremamente vulneráveis. Quando aplicada adequadamente, a fitoenergética traz paz e harmonia em todos os aspectos (físico, emocional, mental e espiritual).

CABEÇA


Ideal para limpar e acalmar a mente, a bioplasmia fitoenergética consiste em concentrar o tratamento de fitoenergética no ponto do problema, servindo para amenizar quadros de dor de cabeça, cansaço, fadiga e estresse, entre várias outras aplicações. Patrícia Cândido, professora, filósofa e pesquisadora na área da espiritualidade, e Bruno Gimenes, também professor, químico e um dos responsáveis pela expansão do Desenvolvimento Pessoal e, em especial, a espiritualidade no Brasil, aplicam a técnica para ajudar nestes casos, mirando no conceito de que a cabeça é a nave mãe do corpo. O perfil de público que recorre ao tratamento fitoenergético é diversificado. São pessoas que buscam melhoras nos campos pessoais, profissionais e, principalmente, emocionais. Patrícia e Bruno relatam que recebem diversos depoimentos de pessoas que curaram doenças, prosperaram, arrumaram emprego, voltaram a falar com familiares. "A fitoenergética apresenta ótimos resultados, o que nos dá muita alegria e satisfação".

RECEITA PARA RELAXAR

Para acabar com os incômodos, podem ser utilizados o manjericão, alecrim ou hortelã, que devem ser colhidos no dia, frescos. "Escolha uma das três folhas; faça dez respirações profundas e se acalme; passe a mão três vezes na planta e respire o aroma; leve essa mesma mão e coloque em cima do local da dor e deixa algum tempinho; faça esse processo sete vezes. Você pode colocar o som de uma fonte de água, uma música calma e, realmente, a dor e o cansaço passam na hora. A fitoenergética cura muitas complicações e ajuda como terapia complementar em diversas outras doenças"

Fonte: Bruno e Patrícia.

Reequilíbrio energético e corporal

Daniela Kasparov/Arquivo Pessoal
"Os benefícios são visíveis desde a primeira sessão. Quando estou com enxaqueca, por exemplo, coloco uma ametista na testa" - Daniela Kasparov, gemóloga (foto: Daniela Kasparov/Arquivo Pessoal )
Pedras e cristais coloridos podem ser usados para reequilibrar a energia corporal e, assim, prevenir e tratar problemas de saúde, como os causadores de estresse. É o que se denomina litoterapia, popularmente conhecida como cristaloterapia, elucida a gemóloga Daniela Kasparov. Ela explica que, em um momento inicial, o terapeuta faz a chamada ficha de anamnese, um tipo de bate papo, quando o paciente relata seus desejos, objetivos, problemas,bloqueios e dores físicas. A partir daí, são selecionadas as pedras e resinas fossilizadas que serão utilizadas no tratamento. "Tudo começa partindo da atmosfera do ambiente onde a pessoa será atendida. Uma música suave ao fundo, pouca iluminação, um incenso para deixá-la mais envolvida. O espaço deve passar tranquilidade e segurança, para que o processo de relaxamento seja garantido e, tanto o terapeuta quanto paciente, sintam este relaxamento completamente", descreve Daniela.

As pedras possuem oligoelementos, minerais que interagem de forma interessante no organismo, ensina a profissional. Durante a sessão de cristaloterapia, a pedra é colocada sobre cada chacra (pontos de luz pelo corpo), ou em regiões específicas, dependendo do caso. "Os oligoelementos se comunicam com as camadas da pele e com os chacras, transmitindo todo poder curativo e vibração, conforme a cor da pedra. Os benefícios são visíveis desde a primeira sessão. Quando estou com enxaqueca, por exemplo, coloco uma ametista na testa. Ajuda, e muito", diz. Estudos apontam que, em tempos mais remotos, pedras e cristais eram aplicados para tratamentos diversos, até mesmo na confecção de amuletos, patuás, adornos de proteção e de fertilidade, acrescenta Daniela. Seu poder também pode ser aproveitado para harmonizar a casa. "É uma terapia alternativa, atua no processo de encontro com o eu interior, acalmando e aliviando dores".

Método reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o EMDR (Eye Movement Desensitization and Reprocessing, na sigla em inglês, ou Dessensibilização e Reprocessamento por meio dos Movimentos Oculares), é uma técnica que trata sequelas provocadas por transtornos pós-traumáticos de violência, abusos, estupros, estresse, a partir da estimulação do cérebro onde estão armazenada lembranças dolorosas, esclarece Ana Lúcia Castello, psicóloga e presidente da Associação Brasileira de EMDR, terapeuta na área desde 2007. A terapia utiliza estímulos visuais, auditivos e táteis. O tratamento atua na origem dos sintomas ansiosos e depressivos de um ou mais acontecimentos na vida do paciente que são registrados por meio de imagens, crenças, emoções e sensações corporais. "O paciente é estimulado a buscar a memória da situação difícil arquivada ou a sensação que causa estresse, e o terapeuta, diante de um protocolo de oito fases, faz a estimulação cerebral bilateral, que possibilita que o cérebro receba a ajuda necessária para processar o fato e arquivá-lo de forma funcional. Desta maneira, a memória pode ser reprocessada e perde-se a carga negativa associada ao evento. Acontece a busca de informações em outras redes neurológicas onde a vítima pode encontrar o que precisa para compreender o que aconteceu naquele momento traumático", elucida.

MEMÓRIA

Quando o cérebro sofre um trauma ou está pressionado com algo relativo a um nível alto de estresse, não consegue suportar o peso destas vivências e, quando o indivíduo passa por situações que remetam à lembrança daquela situação, o organismo ativa os pilares da memória de uma forma tão intensa que a pessoa parece estar vivendo aquele momento desconfortável outra vez, acrescenta Ana Lúcia. "O trabalho na terapia de EMDR é feito para estimular o hemisfério esquerdo do cérebro, onde estão presentes os centros cerebrais mais racionais, para que o paciente possa entrar em contato com estes pilares de memórias “congelados” e reprocessá-los", diz.

O EMDR é uma forma relativamente nova de psicoterapia, desenvolvida nos Estados Unidos no final dos anos 1980 pela psicóloga Francine Shapiro, que pesquisou a situação de veteranos de guerra, que apresentavam uma carga muito grande de estresse. A terapia, continua Ana Lúcia, também auxilia na melhora de fobias, transtorno obsessivo compulsivo, TDAH, autismo, síndrome de Down, manejo da dor crônica, problemas alimentares, dependência químicas, controle das emoções, ansiedade generalizada, síndrome de pânico, depressão e doenças psicossomáticas, por exemplo. "Para crianças, principalmente em situação de vulnerabilidade social, hoje conseguimos resultados fabulosos com o EMDR, em um tempo muito mais curto do que as terapias verbais e lúdicas. No Brasil temos feito um trabalho sério e positivo na ajuda humanitária e psicológica, em casos de catástrofes", cita.

Poderosa abordagem psicoterapêutica que já ajudou cerca de dois milhões de pessoas de todas as idades no mundo a aliviar muitos tipos de sofrimento psicológico, o alcance e o acesso ao EMDR estão em crescimento. No país, são duas empresas administrando a capacitação, ministrando treinamentos em vários estados. "Contamos com cerca de 2,5 mil psicólogos treinados para trabalhar com esta técnica, sendo em torno de 600 profissionais qualificados para atuar com crianças".

Abandonar velhos hábitos
Processo semelhante ao funcionamento do computador, que deleta arquivos quando a memória está cheia, o Barras de Access limpa a mente, ajudando a pessoa a ver além dos padrões e dos problemas

Jair Amaral/EM/D.A Press
A massoterapeuta Inez Maria Linhares diz que técnica ajuda a pessoa a ter respostas no dia a dia (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

Barras de Access é um processo quântico, praticamente inédito no Brasil, com eficiência comprovada pela neurociência. O método parte de toques suaves em 32 pontos energéticos ao redor da cabeça, que armazenam toda corrente eletromagnética das sinapses neurais, responsáveis pelos padrões comportamentais e reações programadas. Cada ponto possui registros de milhares de informações limitantes que, por sua vez, impedem o funcionamento normal e facilitado que qualquer processo na vida deveria ter. "O estresse aparece quando a pessoa está com a cabeça cheia, com milhares de pensamentos, tudo para resolver. Quando as barras começam a ser colocadas para correr, limpam a mente, como se deletassem essa enxurrada de coisas, uma forma de meditação", explica a massoterapeuta Inez Maria Linhares.

Quando um terapeuta ativa as barras, portanto, inicia-se a liberação desses registros, ajudando a pessoa a ver além dos padrões e dos problemas. É como se os registros pesados fossem apagados. "Os padrões são preestabelecidos pelo contexto cultural, social, familiar, religioso. Muitas vezes são como vendas nos olhos. Carregamos medos que não são nossos, mas sim herdados, determinados por outros. Não fazem bem, são empecilhos para se realizar, ser feliz, ir à luta, crescer", ressalta Inez.


RESPOSTAS

Criada nos Estados Unidos há 30 anos e no Brasil ainda pouco difundida, ainda que esteja ganhando corpo por aqui, a terapia das barras tem tido papel significativo na ajuda a pessoas em estado de ansiedade, depressão, emagrecimento, dores e limitações físicas, transtorno obsessivo compulsivo, autismo, compulsões , além de atuar na capacidade de abandonar velhos hábitos. O tratamento amplia o processo de acesso à consciência e colabora para uma outra perspectiva sobre a vida, de um modo geral e amplo.

O procedimento permite que haja mais espaço disponível para receber outras informações e criar algo completamente novo. "A pessoa começa a ter a resposta no dia a dia, conforme as coisas vão acontecendo. Assume outro tipo de postura frente os acontecimentos, reage com um posicionamento diferente. Trata-se de limpar a mente para receber novos fundamentos, ver que os problemas não são tão fortes assim, e que não é preciso se preocupar tanto", acrescenta a massoterapeuta.

Pensar positivamente

Ana Maria Rossi é doutora em psicologia clínica, com especialização em estresse. Além de diretora de uma clínica focada em estresse, preside a unidade brasileira da International Stress Management Association (ISMA-BR), entidade que tem como carro chefe a pesquisa científica e prevenção ao estresse, abarcando diferentes segmentos da população. A ISMA é uma Organização Não Governamental que reúne 12 filiais no mundo, divulgando técnicas para lidar com o problema.

Pesquisa realizada em 2017 pela organização com 1 mil pessoas em Porto Alegre e São Paulo dá conta de diferentes aspectos sobre o tema. Entre os fatores estressores mais significativos no Brasil, citados pelos ouvidos no levantamento, estão a falta de tempo (68% das menções); insegurança (para 59% dos entrevistados) e conflitos interpessoais (41% do total). "Outros problemas são a falta de controle e o desequilíbrio entre esforço e recompensa (quando a pessoa não é reconhecida). Para a saúde, o estresse causa sintomas físicos, emocionais e comportamentais", descreve Ana Maria. Entre os descontroles físicos estão dores musculares (91%), como dor de cabeça, dor no peito, nas costas, nos ombros, na cervical, no maxilar; distúrbios do sono (43%); males gastrointestinais (31%), como azia, má digestão, diarreia, constipação. Nos sintomas emocionais aparecem a ansiedade no topo da lista (87%), seguida de angústia (81%) e preocupação (88%). Entre as alterações no comportamento, estão a agressividade e a hostilidade (53%).

O estudo também indicou a maneira como as pessoas reagem quando estão em situação de estresse: 57% usam álcool ou drogas (prescritas ou não); 38% apresentam distúrbios de apetite. "É comum o indivíduo compensar o estresse comendo mais, o que resulta em sobrepeso ou obesidade ou, ao contrário, não tem apetite nenhum, o que é diferente de não ter fome. É uma reação ansiosa", descreve Ana Maria.

O primeiro passo para lidar com o estresse, segundo ela, é conhecer os próprios limites, saber o quanto pode se exigir, antes de ter sequelas, evitando a produção de hormônios que, quando em excesso, barram ou limitam a proteção do sistema imunológico. Comparecer ao médico, verificar a frequência cardíaca, a pressão arterial, atentar para a respiração correta, fazer atividades físicas, observar a alimentação. Tudo isso é fundamental. "O segundo passo é pensar positivamente, superar a ansiedade e a raiva, sair de situações estressoras. Prever fatos com negatividade exacerbada, ou emoções ruins, faz mal. É melhor se restringir ao momento atual. Se pensar no futuro, é bom tentar encará-lo por uma ótica otimista e sempre canalizar emoções boas", ensina a profissional.

Certas atitudes e posturas também ajudam a lidar com o estresse. "Rir, ver coisas engraçadas, piadas, filmes de comédia, passear, socializar, ter amigos. Contar sempre com um par de orelhas para te escutar. Ter apoio social é fundamental, assim como estar com pessoas com quem se sinta bem", orienta a especialista. "O estresse pode ser vilão ou aliado. Parte de situações na vida em que o sujeito precisa se adaptar", pondera.

ATITUDES PARA EVITAR O ESTRESSE

Algumas posturas simples, tomadas no dia a dia, podem ser grandes aliadas para fugir de situações estressoras, como, por exemplo:

- Rir
- Não se isolar
- Cortar o convívio com pessoas tóxicas
- Ingerir alimentos saudáveis
- Praticar atividades físicas
- Cuidar de um jardim
- Realizar um trabalho voluntário
- Meditar
- Fazer sexo
- Dormir melhor
- Respirar direito
- Auto incentivar-se
- Usar menos o celular
- Aprender novas maneiras de aproveitar o tempo
- Descansar e ter momentos de lazer
- Cuidar de si mesmo
- Mudar algumas formas de pensar
- Desabafar
- Pedir ajuda