Iniciativa promovida pela Sociedade Brasileira de Urologia reforça a necessidade de os meninos procurarem o urologista tão logo entrem na purberdade, para garantir boa saúde Levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) revela que 51% dos brasileiros com mais de 35 anos nunca foram avaliados por um urologista. Numa tentativa de mudar essa realidade, a SBU - Seção Minas Gerais promove, este mês, a campanha #VemProUro. A ideia é aproveitar o ensejo dos eventos que marcam o Dia Nacional do Adolescente, celebrado amanhã, para orientar jovens do sexo masculino sobre o cuidado com a saúde urogenital.

“Ao contrário das meninas, cujo relacionamento com o ginecologista costuma ser iniciado antes da primeira menstruação, ainda no começo da puberdade, os meninos não são estimulados a procurar o urologista. Com isso, perde-se oportunidade de orientá-los em relação à prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, entre outros problemas que afetam a sua saúde e, inclusive, podem trazer consequências mais sérias no futuro, como infertilidade”, alerta o presidente da SBU-MG, Pedro Romanelli.

Segundo o médico, a campanha vai além de chamar a atenção para a necessidade do acompanhamento urológico do menino. A ideia é que também contribua para o desenvolvimento de uma relação mais próxima entre o futuro adulto e os serviços de saúde. “Quando falamos em saúde do homem, o atual cenário é preocupante. Uma pesquisa do Instituto Datafolha, em parceria com a SBU, por exemplo, mostrou que, para 21% dos brasileiros, toque retal ‘não é coisa de homem’. Não faz muito tempo, o Centro de Referência em Saúde do Homem de São Paulo divulgou que mais da metade dos pacientes atendidos na unidade já chegam com doenças em estágio avançado, porque adiam muito as consultas. Se queremos transformar esse cenário, se pretendemos inserir os homens na prevenção, temos que começar cedo, sensibilizando inclusive seus pais”, explica Romanelli.

RESPONSABILIDADE

Entre as enfermidades urológicas mais comuns nos adolescentes do sexo masculino estão a varicocele (dilatação das veias dos testículos que pode levar à infertilidade), tumores testiculares, inflamação na glande do pênis, e doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). A atuação do urologista, no entanto, ultrapassa o âmbito do tratamento de doenças. A exemplo do papel desempenhado pelo ginecologista com as mulheres, o especialista também está apto a prestar esclarecimentos sobre as modificações corporais típica dessa faixa etária e ejaculação precoce, entre outros assuntos do gênero.

“Não podemos nos esquecer também de que é importantíssimo falar a esses jovens sobre prevenção da gravidez. A contracepção ainda é uma responsabilidade que recai com mais força sobre as mulheres. São elas que vão desde a primeira menstruação ao ginecologista para conversar sobre os diversos recursos disponíveis para se evitar filhos indesejados. Não podemos nos esquecer, no entanto, de que se trata de uma atribuição que cabe aos dois sexos, com igual peso. Já passou da hora, portanto, de estimularmos um envolvimento mais intenso do jovem com essas questões. Como presidente da SBU/MG, esse é mais um desafio que convoco os urologistas a assumirem nesta campanha.”